sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Soar como canção

De fato

Os galhos moveram-se

Com o tocar do vento.



Como não poderia deixar de ser

Algumas folhas, foram ao chão...



Assim

Como amores,

Sentidos em uma tarde qualquer...

Como promessas que nunca foram ditas.



Perderam-se com o vento

Que carregado de emoção,

Pelo caminho toca os galhos

Ouvidos e coração.



(Em alguns momentos...

Juro por segundos,

Soar como canção).


Pablo Danielli

Ano todo



Tem gente que muda no natal

Tem gente que muda no ano novo,

Mas ainda prefiro as pessoas

Que são diferentes o ano todo.


Pablo Danielli

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Pequeno conto



Um pequeno conto sobre amor

Com corações partidos,

Sorrisos e lagrimas.

Olhares trocados

Papéis rabiscados,

Juras de amor

Dor, sem pudor.


Pablo Danielli

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Letras soltas



Entre as letras

Soltas de uma oração,

Um pouco de fé,amor e ilusão!

Dedos cruzados

Olhares marejados,

Trazendo dias e levando anos...

Coração morno, sorrisos largos,

Buscando nos desencontros

Afagos e vontade de viver.




Pablo Danielli

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Felicidade



"Felicidade é aquela pequena fração de segundos, que acontece entre o tédio e tristeza".




Pablo Danielli

sábado, 14 de dezembro de 2013

Erros

Eu erro,
                      Ele erra...
     Todos erramos!
                   Continuamos todos a culpar...
                                Os santos.


Pablo Danielli

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A importância do arquiteto na atual sociedade



http://lounge.obviousmag.org/palavras_soltas/2013/12/a-importancia-do-arquiteto-na-atual-sociedade.html




A importância do arquiteto na atual sociedade



Cidades desorganizadas, mal planejadas e caóticas. Depois de enormes estruturas erguidas somente pelo interesse financeiro, surge uma pergunta, e as pessoas? Aqueles seres que completam a estrutura e fazem do meio urbano um organismo vivo.

Leis facilmente quebradas e locomoção apenas para os veículos, tais realidades afetam cada vez mais, não somente o cidadão de capitais, mas de cidades pequenas e de porte médio, tornando praticamente impossível, não questionar o valor do arquiteto na atual sociedade contemporânea.

A desvalorização do profissional pelo poder publico, fica evidente não só pelo valor de salario atribuído a ele em prefeituras ou órgãos do governo, mas por não poder desenvolver um projeto verdadeiramente sustentável aonde as pessoas e classes sociais possam utilizar o mesmo espaço sem serem excluídos.

Fica evidente que sempre existe um interesse maior antes de um projeto ser aprovado e quando é feito, possui muitas ressalvas e praticamente perde suas características e sua essência. Grandes centros urbanos conhecidos mundialmente, que hoje servem como referencia, passaram por situações parecidas, sendo necessário enfrentar grandes mudanças e interesses, especulações para desenvolver um modelo que possa se aproximar do ideal para uma sociedade.

Esse descaso com o planejamento das cidades criou um fenômeno de certa forma instigante, são poucos os profissionais que ainda buscam atuar nesta área, sua grande maioria, devido às dificuldades do governo, buscam outras forma de trabalhar. O sonho de tornar uma cidade igual para todas as pessoas cede lugar a projetos comercias, residências e de interiores, este não menos importantes.

Tornando este meio, concorrido e de grande apelo por lojistas, essa mudança de “mercado”, junto com o incentivo imobiliário do governo, colocou grandes quantias de dinheiro no mercado. Criando desta forma uma pratica comum e usual por vários profissionais, a chamada RT (reserva técnica) pratica deplorável para o profissional indicar o cliente para determinado estabelecimento comercial, seja para comprar telhado, cimento, piso, moveis, ou qualquer outro item para casa ou jardim.

Nos dias de hoje é possível encontrar mais profissionais em inaugurações de loja do que em alguma reunião para se discutir soluções. Tendo assim uma nova categoria na classe o “profissional de coquetel”, aonde impera o interesse financeiro, e não de oferecer o melhor produto com o melhor preço para o cliente.

Faça uma pesquisa leitor, certamente você ouviu ou irá ouvir de alguma pessoa que arquiteto ou engenheiro não entendendo o que você como cliente deseja, ou fica “empurrando” determinadas escolhas sem muito lhe agradar, isso quando não há o rompimento de contrato por uma das partes.

Mas esta pratica se dá também por culpa do cliente, que tenta diminuir o máximo possível o preço do m² do projeto, fazendo assim, o profissional buscar outras formas de ganhar dinheiro. Não justifica atitude para fazer tal pratica, mostrando que a classe ainda necessita de amadurecimento e união, pois uma profissão nobre como tal acaba sendo desvalorizada pelo próprio atuante nela.

Perceba que a engrenagem esta emperrada, do macro para o micro e vice-versa, é fato que existem bons profissionais na área e que não fazem tal pratica, mas assim como em outros órgãos, o silencio dos bons deixa os maus profissionais darem a cara e a fama dos demais.



As universidades e faculdades da área devem recomeçar a pensar algumas formas de coibir tal forma de agir, mostrando que ainda no aprendizado, existe uma ética profissional e que não basta sair para o mercado de trabalho pensando em ganhar dinheiro de forma rápida, mas é necessário pensar e planejar uma sociedade melhor com menos abismos sociais, pois passa diretamente pelas mãos e mente do arquiteto tal importância na vida das pessoas.

Pablo Danielli

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Lugar algum

Alguma porta...
Alguma pedra,
Algum lugar!
Para atravessar...
Para jogar,
Para visitar!
Entre alguns pensamentos...
Entre alguns dias e noites,
Entre alguns corpos para se desejar!

Pablo Danielli

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A pergunta errada

http://lounge.obviousmag.org/palavras_soltas/2013/12/a-pergunta-errada.html



A pergunta errada



Volta e meia à sociedade se depara com questões polemicas que buscam revirar nossas mentes, instigando os debates mais furiosos e inimagináveis. Cada um de nós defende um ponto de vista e muitos defendem a ideia vendida pelos veículos de comunicação, a falta da informação ou a falta da busca dela, acaba por ser o maior erro cometido por toda a população.

Em tempos de imposições ferozes de opinião, uma pergunta foi jogada no centro do picadeiro humano e muitos de nós como bestas insaciáveis tomadas pela falsa razão, nos jogamos para defendê-la ou agredi-la.

Envolvemos Deus, religião, ciência e a razão, pois se trata da vida, da concepção dela e de tudo que ela pode trazer de bom ou ruim em função de tal ato. Mas não bastasse tal mistura explosiva, está envolvido o sentimento da mulher, para tanto acredito que o foco está errado e perguntar para população se é contra ou favor do aborto, é jogar ossos para os animais.

Esta é uma questão muito mais ampla e abrangente, nos remete a infância a nossa educação, aonde homens provem o sustento e mulheres cuidam da casa e educação dos filhos. Aprendemos que mulheres é o sexo frágil, que devem se guardar e manter uma posição de “santas” enquanto homens “podem tudo e a qualquer momento”.

O aborto não pode ser visto apernas na hora exata de tomar a decisão de fazê-lo ou não, é muito mais amplo, é uma questão cultural, de segurança da sociedade e da saúde publica, embora nos apeguemos apenas a ser a favor ou contra.

Grande parte dos abortos é decorrente pela violência sexual sofrida pela mulher, e se acontece é porque falta segurança, deveríamos então discutir meios de evitar que tal ato aconteça. Mas ao invés disto preferimos jogar a culpa na forma de se portar e vestir das mulheres, muito mais fácil e cômodo.

Outro fator importante é a gravidez na adolescência, mostrando nossa incapacidade de lidar ou falar sobre o sexo com os jovens. O que nos remete a nossa forma de criação e falta de politica publica de qualidade, não apenas de interesse momentâneo. E outros motivos alegados como estar gravida no momento errado, não ter estrutura familiar para um filho ou condições financeiras.

Mas não bastassem tantos fatores, continuamos apenas a focar no momento do aborto, não nas causas e consequências dele. É necessário antes de qualquer coisa, para todas as causas, um acompanhamento psicológico para mulher, pois esta emocionalmente abalada e com duvidas. Mostrar que a outros caminhos mesmo se não desejar ficar com o “filho”, como adoção, mas para isto também é necessário melhorar os processos de tal natureza, pois no país ainda impara a burocracia, tornando lenta e dolorosa tal escolha.

É preciso que mesmo a mulher optando por uma ou outra forma de seguir em frente, que ela disponha de toda ajuda possível, pois consumar ou não este ato, não encerra a questão, é necessário um acompanhando durante a gestação e pós gestação.

Não se discute o sentimento de quem está na situação, pois apenas temos a visão de espectadores e não de quem tem que tomar a decisão, abortar ou não, deveria ser uma decisão única e exclusiva da mulher e de ninguém mais. Mas uma escolha feita depois de ter todo apoio possível, depois que fossem mostrados todos os prós e contras possíveis.

Mas a cultura nossa do dia a dia, é de colocar o dedo aonde não temos o que ver e julgar, aprendemos a julgar sem pensar, sem questionar. Gostamos de fofoca, gostamos de uma desgraça, é da nossa índole de brasileiros.

Embora o ponto de vista colocado nas palavras à cima se de um leigo no assunto, de alguém que nunca teve que passar por tal decisão, uma visão de quem apenas acredita, que o foco esteja apenas na pergunta, maquiando todos os problemas que vem antes e pós-decisão, acaba se tornando a pergunta errada.





Pablo Danielli

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Da felicidade

E a felicidade
Estapeou sua cara,
Somente pelo prazer
De lhe provar,
Que nunca poderia doma-la.
Tal pedaço do paraíso
Escondido por trás dos dentes,
Que serrados combinavam
Um tímido sorriso.
Continuava lá, sentado...
Há contar ás horas
Ás estações e migalhas,
Que tentava aproveitar.
Poderia ser mortal!
Ser intenso ou puro frenesi.
Á tal momento
Tudo que poderia,
Morrer ou viver...
Está ao alcance
De seus tristes olhos.
E suas mãos não desejavam,
Folhar alguma pagina, a mais sobre a vida.
Deseja o momento eterno de felicidade,
Cobiçava estar diante do paraíso.
Mas á vida...
Insistia em lhe mostrar
Que ao menos para si,
Alegria vã é acompanhada
Pelo sacrifício tolo.
E a eterna...
Por pequenos monólogos de tristeza,
Anunciando a loucura popular,
Por segundos, explorada,
De algum tipo de sorriso.


Pablo Danielli

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Na lona

 Na lona
O beijo roubado,
O amor não vivido!
Sobre uma certa luz
Do sol, refletida na lua.
Na lona...
Escondido, delírio,
Sem motivo...
Para levantar,
O corpo só, estendido.
Na lona...
Á navegar,
Dentro de um sonho,

No oceano de um olhar.

Pablo Danielli

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Marcas



As marcas da mão

Escondem uma vida,

Leves toques e olhares

Disfarçam o sentimento.

Passado guardado...

Na mente, subconsciente,

Como noites e dias,

Respirados de forma intensa,

Como velhos amores...

Que chegam e não guardam lugar.

De tantos sonhos antigos

O presente persiste,

Em trazer o futuro...

Carregado pelo vento.

Ao acaso das escolhas

Quem sabe outras rotas,

Para quem deseja outras bocas,

Na procura desvairada...

Respirar a vida.


Pablo Danielli

Ser ou não ser...Pensante.



Ser ou não ser... Pensante.



Este não é um texto politico, tão pouco apartidário. São palavras que falam sobre os problemas, não apenas sobre culpados ou inocentes, mas sobre a consciência nossa de cada dia.

A sociedade se diz evoluir todos os dias, nas mais diversificadas áreas e nos mais diferentes temas. Embora a base de tudo se mostre ainda arcaica, resumindo-se em ser contra ou a favor. Por mais que os anos passem e as manchetes de jornais insistam em mostrar algum tipo de mudança, o comportamento das pessoas diante de alguns temas se mostra primitivo.

Assuntos como fé, politica e futebol, por muitos anos são mantidos como “não discutíveis”, por mexer com a emoção e quando se envolve sentimento, se perde a razão. Fato no qual discordo totalmente e por essa justificativa ser usada ainda nos dias de hoje, talvez tenhamos chegado a níveis extremistas de imposição da própria opinião.

O país esta envolvido em um manto de justiça e desigualdades, talvez nunca sentidos antes. Muitas questões antes vistas como tabus, chegam de forma bruta estapeando nossas caras, nos indagando por um pensar diferente do feito em outras épocas, mostrando para nossa consciência que chegou a hora de debater.

Mas de forma lógica, procuramos sempre por culpados e não por soluções. E sempre a culpa não é nossa, por coincidência é do vizinho, é do politico, do branco, do negro, é do pastor ou do bispo. Não temos a coragem suficiente de assumir a parcela que cabe a cada um de nós para resolver.

Chegamos assim, jogando os problemas no colo de outros, ao momento em que falar o que se pensa, expor um pensamento, defender um ideal, chega a ser praticamente uma heresia. Vivendo um momento de um falso politicamente correto, um modelo no qual quando se é contra a maioria, é estar contra a politica divina e incontestável do homem.

Se você defende o governo é de direita, se você defende a família, é homofóbico e vise e versa. Assim desta forma bruta e sem um debate de ideias, vem se criando uma sociedade cada vez mais intolerante, quando na verdade deveríamos sentar todos e nos perguntar o porquê deixamos tais fatos nos tornarem pessoas agressivas, ao invés de vermos uma oportunidade de nos colocarmos no centro da discussão, como oportunidade de crescimento humano.

Falta bom senso de todas as partes, falta não somente o investimento em educação, mas usarmos a que recebemos de nossos pais. O país hoje parece, um amontoado de pessoas tentando escalar uma sobre as outras, buscando sua melhor visão da cidade.

Deixamos o individual, aos poucos ser muito mais importante que o coletivo, nos permitimos vendar os olhos com a soberba do consumismo, como forma de satisfação e direito de quanto mais se tem, mais se pode sobre os outros seres que dividem nossa convivência.

Ao escolher o caminho confortável, acreditamos estar livre de momentos que consideramos desagradáveis. Mas a sociedade que não tem acesso a tais formas de vida, mais cedo ou mais tarde, haveria de cobrar sua parte no bolo. Mostrando assim, que toda forma de exclusão, mesmo sem “saber” que havia sido feita, afeta a cada um de nós.

Pablo Danielli.

sábado, 30 de novembro de 2013

Calcanhares

Calcanhares

Lentamente os calcanhares tomavam o corpo de assalto, voltando os passos dados, como uma tentativa de retroceder no tempo. Em vão, assim como o olhar lançado ao espaço vazio, cortando os sentimentos confundidos, em alguns momentos parecia ser amor e em outros parecia apenas mais uma noite de solidão.

Não havia a possibilidade de um dialogo por menor que fosse a vontade, pois as palavras não faziam qualquer questão de confortar. Era apenas alguém, um objeto, como tantos outros, que ali se deitaram na esperança de esquentar um corpo, preencher um coração, fingir uma emoção.

Crônicas absurdas lidas ao avesso, mais parecidas com notas musicais tortas, para combinar com a imperfeição dos corpos e todos os defeitos que se tentavam esconder, mesmo com o apagar das luzes, o escuro consegue enganar os olhos, mas não consegue confundir a mente.

Não há roupa ou maquiagem suficiente, para tapar tantos prazeres que a carne, mesmo a boca dizendo não, insiste em se entregar. Pode ser um alguém, pode ter um nome ou ser dono de um sorriso, logo abandonado, logo esquecido e quando acaba a sede, por momentos se mostra triste.

Olha as paredes, observa o teto, faz criticas pela falta de organização, pela falta de bom gosto na decoração. Fala e revela para si mesmo que aquela é a única vez, a ultima tentativa de ser mais individuo vazio.

Pensa em alguma desculpa, sem a necessidade de ser convincente, apenas como rota de fuga ou ponto final. Imagina uma boa cerveja gelada esperando por você. Não se importa em saber que não haverá próxima vez.

Essa é a vida, são assim que as escolhas ditas banais são feitas, parecendo filmes com roteiros programados. Ouve um sussurro ao fundo, mesmo tentando ignorar, responde com a voz calma, para não entregar... Vai fechar a porta, não vai ligar e se o acaso ajudar, será apenas um pecado a mais para perdoar.

Pablo Danielli

sábado, 16 de novembro de 2013

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Criança





Sorriu...

Quando ninguém sabia,

Contagiou com amor,

Velhos pensamentos vazios.

Fez o coração pulsar,

Quando já não havia, esperança de vida,

Ao olhar sem desejar, tocou almas para curar.

Por fim...

A criança coloriu a casa,

Com a única coisa que possuía,



Sua alegria!



Pablo Danielli

Poesias e cronicas


Existem diversas formas de acompanhar
A divulgação da poesia, cronicas e textos!

O face é mais uma ferramenta,
Se você gostou ou achou interessante
Vai Lá e da um curtir!

https://www.facebook.com/pages/Pablo-Danielli/135413313230522

Embriagados

Verdades obscenas, são melhores que mentiras bêbadas. Mas o que se encontra em cada esquina, são pessoas embriagadas em seus egos, tropeçando nas próprias palavras.

Pablo Danielli

terça-feira, 5 de novembro de 2013

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Caminho

Há quem se preocupe com as folhas
Tem aqueles que se preocupam com a vida,
E tantos outros que não estão nem ai.
Há quem misture
Tristeza com alegria!
Também quem faça fofoca,
E aqueles que usam ironia.
Diferentes sentidos
Com variados “porquês”.
E ainda tem gente que insista em julgar
Como você escolhe viver!
Talvez por isso essas vidas
Não sejam tão divertidas!
E ao invés de acompanhados
Vivem em um universo mesquinho,
Fazendo da vida uma enorme perda!
Sem sentido e nem caminho.

Pablo Danielli

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Concreto, fé e suor!



Concreto, fé e suor!

Sonhos de uma selva,

Humanamente de pedra.

Do pó as muralhas

Que protegem, cercam e separam,

Aniquilando liberdade e sonhos.

Reféns da própria ganancia!

Amarrados pela fome do luxo!

Aonde o chão é feito de concreto

Lagrima alguma pode tocar,

Não se permite fazer a vida

Ou a esperança brotar.

Pablo Danielli

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O conto



O conto



O melhor conto desatado sobre a vida, feito no ultimo momento de alegria, era na verdade uma grande e inédita mentira. Contado a conta gotas, para saciar de palavras bonitas os ouvidos de quem os ouviam, lambuzar a boca de quem o proferia. Meias palavras, compostas por mentiras inteiras, feitas sob medida para conformar, agradar, muito mais que velhos livros, com novas formulas de autoajuda.

Falava sobre tudo o que a mente imaginava e mentes apaixonadas conseguem fazer algo que muitas outras evitam no seu dia a dia, mentes dopadas conseguem voar! Deixam à caretice dos gestos decorados e mecânicos a margem dos sonhos.

Cria-se todo um universo com nomes, momentos e prazeres. Insaciável vontade de ser feliz, faz de qualquer mulher uma meretriz, qualquer homem um cafetão. Mistura-se boa postura com verdade nua e crua e nesse conto, a verdade machuca muito mais que poucas frases de impacto. Feitas como encomendas, entregues diretamente a qualquer ser que trate a vida com certo desdém.

Os parágrafos datilografados com letras e mais letras que se embaralhavam as incertezas, faziam o homem pensar e a mulher chorar. Um mundo de palavras, casas feitas com vírgulas e pontos, prazeres que se misturavam a virada de uma pagina. Um orgasmo em forma de ponto final!

O conto não tinha nenhuma obrigação, não fazia questão de ser diferente, não tinha pretensão de ser o que não merecia ter. Era apenas feito para cumprir sua função, emaranhado de histórias, felizes, tristes, que faziam amar, odiar e sentir.

Julgado, criticado e depreciado pelos que não conseguiam ver além de um pedaço de papel, sociedade feita de pré-conceitos, estabelecidos por seres que não conseguiam criar, para tanto tentavam podar a imaginação, que aquelas paginas traziam consigo. O conto seguia sua rotina, passando de mão em mão, dedos diferentes buscavam o mesmo resultado, imediato como se fosse um remédio, uma formula na qual ele não fazia parte.

Mas para ele próprio, se considerava apenas uma folha, um conjunto de memorias, mesmo que outros insistissem ele desejava apenas cumprir com a sua função de ser apenas e justamente um conto.

http://lounge.obviousmag.org/palavras_soltas/2013/10/o-conto.html

Pablo Danielli

Retratos



Jogou pedra na cruz

Palavras ao vento,

Olhares vazios.

Trocou a roupa

Escolheu os sapatos,

Enfeitou as palavras.

A melhor marca, o melhor sonho,

A unica forma individual de viver.

O coração blindado

O sentimento escondido,

Para dar valor a insignificâncias.

Apagou a luz, deitou e dormiu,

Mais um dia perdido, obsoleto e vazio,

Escolheu ser mais um retrato na parede

Do que uma cor perdida, que pinta alegrias,

Na paisagem cinza da vida.




Pablo Danielli

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sobre o tempo

http://lounge.obviousmag.org/palavras_soltas/2013/10/sobre-o-tempo.html

A vida certas vezes nos presenteia com pequenos prazeres, que gostaríamos que fossem ao menos por alguns segundos eternos. Um sorriso, uma lagrima, um beijo e quem sabe o mais ousado dos apaixonados diria sem pensar duas vezes: Um grito de gol!

Aprendemos que tão prazerosos, quanto estes momentos em nossa cabeça, são o desejo de vive-los novamente. Mas o tempo é implacável, não é corrompível, não se dobra aos nossos caprichos, vive nos deixando lições, mostrando que somos feito de sonhos, mas que nossa carne não é eterna como tantos deles, não conseguimos cortar o tempo sem deixar marcas em nossa alma.

Abrimos e fechamos nossos olhos, sem nos dar conta que este dia pode ser o primeiro ou o ultimo de uma grande mudança, de um grande desejo, sem perceber o momento chega, passa e leva com ele nossa coragem, nossos medos.

Os dias passam impiedosamente, as semanas correm pelos calendários que tentamos em vão controlar o que não se pode tocar, apenas viver e respirar!

O menino nasce, descobre o doce e o amargo da vida, cria rugas e sem desejar se desapegar de suas manias, morre. Com todos os erros e acertos possíveis, com todos os amores improváveis, com todos os pecados inimagináveis.

Encontramos paredes rabiscadas de poesias impublicáveis, sobre o que é esse desejo latente que costumamos e insistimos apelidar de vida. Percorremos corredores tão sufocantes que nossos sonhos não cabem dentro deles, quartos tão pequenos que nossa voz ecoa em forma de grito pelas frestas de madeira velha, rasgando ouvidos, rasgando o invisível, se sobrepondo ao desejo.

Somos no fim reféns dos mesmos requintes, luxuosos prazeres e ansiosos pelos ponteiros do relógio que marcam o passo, lembrando que mais hora ou menos hora o tempo, nos trata com desdém, ignorando nossas conquistas, apagando nossas decepções, deixando apenas uma vírgula em aberto, para que se assim ele desejar, podermos continuar a escrever a nossa breve, porém intensa história.



Eterno momento

Guardado na memória,

E em um velho e rabiscado papel.

Imaginação além do desejo!

Sentimento além da carne!

Descobre com as escolhas

Com acertos e erros,

Que viver é mais que respirar.

É sentir, perder, sonhar,

É, e porque não seria?

Se apaixonar!



Pablo Danielli



sábado, 19 de outubro de 2013

Noite dos cachorros perdidos

Enquanto o latido
Toma conta das ruas,
Restos são jogados
Como banquete.
Na tentativa
De amordaçar,
Bocas famintas.
Como uma sinfonia absurda
A raiva espumando pela boca,
Já contamina as diferentes formas de vida.
Dessem-lhe pauladas!
Duchas generosas de água!
Por um breve momento recuam
Mas fome é tanta,
Que seu amo assustado recua.
Corre e com medo se esconde,
Atrás de falsas propagandas
De alegrias gratuitas.

Pablo Danielli

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Democracia

Quando ouvi os gritos,

Tampei meus ouvidos.

Quando senti a fumaça,

Cobri meus olhos e nariz.

Quando o sangue respingou em mim,

Apenas lavei minhas mãos.

Quando a minoria estava nas ruas,

Tranquei-me na sala e liguei a tv.

Enquanto o governo coagia,

E a policia batia, minha omissão falava.

Com a coleira de ajuda e salários mínimos,

A sociedade me oprimia.

Só percebi que o caminho não tinha mais volta,

Quando amanhecia o dia.

Manchetes de jornal em sua maioria,

São sempre as mesmas e vazias.

Eu morria sem envelhecer,

Escravo de um sistema brutal,

Disfarçado de democracia.

A ilusão vendida à conta gotas,

Esmola para mentes vazias,

E isto sem perceber, havia me custado uma vida.

Pablo Danielli

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Nem janela, nem porta



Faltou agua

Acabou a luz,

Comida não tem.

Sofrimento sempre sobra

Em alguma casa

Sem janela e nem porta,

Seja no sul ou no sertão!

A noite é iluminada

Pelos lamentos,

E o sal das lagrimas

É o sustento!

Para a barriga de vento.

Em terra castigada

Pela politica e corrupção

Quem sofre é o miserável

Sem o acesso a saúde

E educação.

Que vive de promessas

Que insistem em se repetir

A cada quatro anos

Ilusão, ilusão, ilusão,

Pela falta de competência

Na escolha de uma nação.

Pablo Danielli

Desigual

É fome de estrutura
Sede de igualdade,
Vontade de viver
Em um país são,
Não tão desigual.

Pablo Danielli 

Feita para o pecado


Feita para o pecado
Te quero, despida de toda veste e pudor,
Com a alma nua e crua para a vida,
Servindo para os deleites de um amor.

Com o corpo clamando por toques,
Esperando que lhe tire cada pétala de inocência
Que ainda reluta em ter dentro de si.

Podando seus espinhos e lhe preparando para o prazer,
Assim te quero, sedutora de corpos.
Envolta na mais pura seda, para fazer a mente delirar.

O pecado serve como teu aroma e chama pelos homens,
Que tolos caem em tuas garras, sem ter como escapar.
Provando do teu liquido, viciando e fazendo-os delirar.

Curvas mortais, culminando no forte e absoluto desejo,
Fazendo que de teus lábios saiam melodias pecaminosas,
E que de tua alma sinta-se a chama do prazer, implorando,
Teu suspiro servindo como um chamado, um aviso,
Como se fosse uma ultima vez, que lhe verei.

Pablo Danielli

Ciranda



Você sente

Disfarça, canta e encanta!

Esconde a tristeza

Corre da solidão,

E lamenta a falta

Da esperança.

Tenta se apaixonar

Jura não chorar,

Entrega seu coração

Mas foge da emoção.

Joga ciranda

Faz os olhos brilharem

Finge-se de forte,

Faz papel de ingênua.

Mas continua sendo

A saudade buscando

Um porto, um abrigo,

Para descansar o coração.

E poder se perder

Em largos sorrisos,

E alguns momentos

A razão.

Pablo Danielli

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Ilusão



Entre um gole

E outro de falsa ilusão,

A realidade rasga a garganta

Do pobre cidadão.




Pablo Danielli

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Tem fé!

Tem fé
Tem dó,
Tem força!

Contra o uso
Da ignorância!

Contra a arma
Politica!

Contra a policia
Armada!

Tem fé!
Que pra violência
Do dia...

Tem a paz e a lagrima
Da madrugada.

Pablo Danielli

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Canto

Acende uma vela
Reza pro teu santo!
Por desapego, por desespero,
E algum tipo de encanto.
Enquanto a luz do dia
Espera e te aguarda, como guia,
Pra você sentir a vida
Ao invés de ficar ajoelhado,
Em algum canto.
Lamentando
Por dizeres que sozinhos
Não movem um mundo,
Nem geram espanto.
De pedido em pedido
Impedindo de ser a vida
Que tanto ouve em forma

De melodia e canto!

Pablo Danielli

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Status



Nasceu por acaso

Namorou por interesse

Casou-se por status,

Foi julgado como mercadoria.

Foi trocado quando perdeu a beleza

Vive de esmolas de velhas lembranças,

Enquanto se afoga em certezas

Absolutamente irrelevantes,

Que ninguém se importa,

Ou faz questão de lembrar

Quando vira as costas.




Pablo Danielli

Ilusões



Não há ilusões

Não existem fantasias,

Falsas esperanças.

Apenas a realidade

Corrompida, suja e politica,

Não existe punição

Apenas acordos ,

Mensalão.

Mãos amigas

Inimigas e que sufocam



A nação.

Pablo Danielli

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Sobreviver


A morte do galo



Essa crônica não tem qualquer compromisso com a realidade ou com algo moral.
Se você for dessas pessoas moralistas ou que não se permite uma leitura despretensiosa, faça um favor a si mesmo e não leia. Se a caso ler, não reclame.

É uma serie de crônicas que relata a vida de um personagem fictício, Chamado de “A rotina de Paulo”.



4 - A morte do Galo.



Caminhava já no final de tarde em direção ao bar para tomar umas como o de costume, olhando pra toda aquela gente meio sem rumo, fedendo a ambição e desespero. Quando do meio da rua surge um grito que rasga a calçada e atinge meus ouvidos, feito bala perdida em dia de feira: Filho da puta! Sabe quem morreu?

Pensei comigo mesmo rapidamente em ser o mais educado possível, mas sabe como é orgulho de macho, tem que responder a altura e de forma clássica. Pelo grito e pela voz que não consegui identificar respondi rápido: O seu respeito filho duma cadela!

O Galo seu corno! Alias que era corno e agora não é mais! Hoje de manhã e não foi cantando!

O Zé! Seu felá duma mãe, como assim? Enroscou o chifre nos fios de alta tensão?

A figura correu para atravessar a rua, quase nem percebe os carros que buzinam e seus motoristas conscientes proferem os mais eloquentes elogios que se possa imaginar, como é da educação do brasileiro.

Disse gritando pra criatura, não corre se não a sovaqueira ataca e não tem quem aguente ficar do teu lado o infeliz!

Quem dera Paulo, foi desgosto mesmo, a mulher matou ele do coração. Lembra que quando ele tava bebendo umas com nós no boteco e ele sempre se enrolava pra ir embora, pra não dar de cara com a mulher acordada?

Pois então rapaz, ela achou alguém que chega-se cedo e fizesse o serviço no lugar dele! Diz que ontem resolveu chegar um pouco mais cedo e pegou a danada na cama com o Ricardão! Ai o coração não agüentou.

Pois é Zé, até mulher feia quando não tem assistência da problema! O galo era daqueles sujeitos que simplesmente aceitaram a vida, viveu mais ou menos e morreu sem mais nem menos!

Sempre cantou de galo pra nós, mas a galinha dele ciscava em outro poleiro, isso sim que é ironia pensei comigo mesmo!

Pô e o velório e o enterro como vai ser?

Porra Paulo, a viúva disse que não quer nem saber, quer mais é que se foda ele a carcaça! Que a gente é que se virasse já quer era tudo amigo da cachaça.



Coitado o Galo, que bebia pra não encontrar a desgraça, levou chifre da vaca e não tem quem enterre a carcaça! Não preciso nem falar que sobrou pro tudo pro filha da puta do Zé.

Pablo Danielli

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Quebra cabeça



A sala vazia

Ecoa a agonia,

Reflexo do silencio

Que falou alto de mais.

Para tantas palavras

Não ditas, não escritas,

Faltaram pedaços de vida

Momentos de ironia.

Faltou preencher

Com suor, lagrimas e alegrias,

O quebra cabeça chamado vida.

Pablo Danielli

Final


Vira - lata


Miséria



Na terra da oportunidade

Reina a miséria! 

No clima tropical

Tudo é inferno!

Sorrisos de propagandas

Forjados por lagrimas,

Sem pena dos miseráveis.

Aonde vinte comem

Meia dúzia trabalham,

Assistencialismo barato

A peso de ouro,

Carregado por poucos tolos

Que se dizem espertos.

Mas são como marionetes

Do teatro corrupto nacional.

Vestem dinheiro

Cagam orgulho,

Com a falta de pensamento

Somem a coerência das palavras.

Hastear a bandeira

Mão no peito, fingir um hino,

Baixar as calças

Enquanto te fode

Á pátria amada!





Pablo Danielli

Porta







Às vezes 

Você atravessa a porta,

Pode ser uma entrada

Ou quem sabe uma saída.

Tudo vai depender

De como você

Vê a sua vida.


Pablo Danielli

Moribundo


Gado


sábado, 7 de setembro de 2013

A violência organizada


A violência organizada


A sociedade esta corrompida, as pessoas estão corrompidas, a política brasileira esta corrompida, a pergunta que vem a mente de muitas e muitas pessoas é: existe fim para isto ou um inicio para as coisas melhorarem?

A violência que a população sofre, não vem somente das manifestações, mas vem da morte nos corredores dos hospitais, dos milhões que são desviados, faltando para a educação, segurança e saúde.

Qual a seria a verdadeira manchete de violência, de manifestantes depredando para chamar atenção ou a força do governo que utiliza a policia como uma mão de ferro, para coibir o direito de lutar pelos seus direitos?

Qual a verdadeira vocação dos noticiários, manipularem as informações conforme convém ou mostrar a verdade? Será que somente quando jornalistas sofrem de opressão se ouve o grito da mídia?

Onde estão os artistas engajados? Onde está às pessoas que poderiam dar força a voz do povo? Foram compradas com patrocínios? Estão acomodadas em seus sofás? Ou tem medo de perderem a mordomia?

Qual a verdadeira voz do governo? Qual a verdadeira voz das manifestações? É pura utopia ou serve somente para vender revistas e jornais, dar ibope pra televisão?

Existe vontade real nesta mudança, ou apenas algumas pessoas tentando tirar um por fora e se promover?

O governo esta com medo, as pessoas estão com medo, existem motivos para celebrar? O governo não sabe a violência que tem em seus atos impensáveis de politicagem, o povo não tem a noção da força que tem quando para de malandragem.

Qual é a verdade? Quem é que prática a verdadeira violência? Quem está na rua, ou quem está sentado numa poltrona somente a observar? Democracia e ditadura são palavras que no Brasil se confunde, a diferença é que na democracia por hora, no país tupiniquim, escolhemos quem é que vai nos castigar.

Pablo Danielli

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Cruza, cruzes, com a sorte!

Cruza a vida
Cruzes á morte!
Tropeça nas escolhas
Joga com a própria sorte!

Pablo Danielli

Dez por cento



Impunidade com tons de mediocridade

Sociedade lasciva controlada por políticos Libertinos,

Entre goles de cachaças, bundas para por na vitrine,

Ha ainda quem ache algum tipo de graça!

Falhas de caráter que o dinheiro apaga

Falhas na sociedade que a tv disfarça.

Entre rodas de pessoas, boas?

A roleta da sorte só beneficia

Quem tem influencia, nome ou algo podre?

Com ajuda da mídia, da politica ou do medo,

Para poder ter um pedaço do paraíso

No brasil é preciso ter o dedo sujo,

Ou pagar os dez por cento!




Pablo Danielli

O governo



O governo do 8/80:




Você é a favor das cotas ou é racista.




Você é a favor da diversificação sexual ou é preconceituoso.




Você é a favor da bolsa família ou é um burguesinho do PSDB.




Você é a favor do programa mais médicos ou é contra a vida.




E assim caminha nossa democracia, é tão bom quando tudo se resolve com debate de ideias!

Pablo Danielli

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Os pássaros

Senta, observa os pássaros
Percebe que eles cantam
Percebe que é musica pura.
Mostrando a beleza da vida
No bico e no bater de asas
De uma pequena criatura.

Pablo Danielli

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Alento



De quem são aquelas sombras

Perdidas como outras tantas,

Sem nomes, sem retratos,

Espalhadas como sujeiras

Pelos pedaços de calçadas.

Não sabe o que é frio

Não imagina o que é calor,

Sem cor, sem sentimento.

Esperando, o tempo, o momento,

Alguma forma de alento.

Pablo Danielli

Olhares

"Quando palavras não sabem expressar, certas vezes pedidos de ajuda, acontecem em forma de olhares".

Pablo Danielli

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

As pessoas

Por merecer



Há pessoas que não tem dinheiro

Outras tantas não têm saúde

Algumas fazem de conta não ver,

E Algumas se fingem de surdas.

Mas de todas as faltas e carências

A que mais faz mal, para o ser humano,

Não é a de dinheiro ou poder!

É o sentimento que não se compra,

O raio de sol que ilumina o lado humano

Que poucos conseguem ver,



E não agem por merecer.




Pablo Danielli

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Conteúdo Expresso

Com conteúdo ou sem conteúdo, com figura ou sem figura, colorido ou preto e branco? A final de contas que tipo de pensador é você? O que você constrói ou destrói? Que tipo de sociedade você vive ou sobrevive.
Paranoia visual em um mundo decadentemente avesso a cultura das letras, imagens rápidas e de apelo fácil, pouco texto para assimilar. Se existe figura e quanto maior e mais coloridas forem, acaba por garantir o sucesso instantâneo e fugaz de um conteúdo sem corpo, embora de um apelo popular inquestionável ou fortemente questionável?
De uma forma clara, acaba por mostrar uma tendência que vem tomando conta das pessoas de forma geral, o conteúdo expresso. Lê-se apenas manchetes de noticias, apenas frases famosas e figuras coloridas, criam-se palpiteiros de meia obra literária, críticos de meias palavras e pensadores de meia tigela.
 Na mesma velocidade que se distribui falsas ilusões, a mídia vende em seus meios de comunicação o retrocesso cultural, em forma de musicas que nada dizem, em forma de programas vazios, em forma de arte inexistente. Oferece-se o obvio e não mais o extraordinário, em parte porque a sociedade deixou de ser algo além do comum, a banalidade produz a figura de si própria e vende como se fosse algo inédito.
Estamos vivendo em uma época aonde a tribo tem preguiça de pensar, agir e falar além do seu próprio círculo de conforto. Vendemos o corpo e não mais as ideias, alugamos a imagem e não mais as teorias, os nerdes não são mais aqueles que estudam em demasia e sim quem joga vídeo game e se veste de determinada forma.
O dinheiro substitui todas as nossas formas e vontades artísticas livres, pois pensar de mais, inventar um estilo novo e fugir da regra não sustenta a casa ou não dá retorno financeiro suficiente para viver em um mundo de apelo visual. Hoje não se pensa e vive de forma livre, e sim de forma apenas rentável, o que deixa a maioria das pessoas em uma escolha óbvia, entre ser o primeiro a fazer algo novo ou viver sem riscos e de forma agradável diante da sociedade, escolhe-se a de menos riscos.

O que nos leva a uma reflexão, sobre o que somos e o que desejamos ser, pois se o mundo está assim é porque inclusive você e eu, participamos desta nova forma de viver. Se as figuras coloridas predominam, se a banalidade toma conta com os diálogos vazios, são sobras de textos e obras nuca lidas ou escritas, e a pergunta se torna inevitável: A final de contas que tipo de pensador é você?

Pablo Danielli

Liberdade assistida



Liberdade assistida, vida enjaulada

Entre botões e programas,

Que mantém sua fé!

No apelo brutal, da falsa ideia?

De beleza e realidade.

Você ignora seus sentidos

Em busca de apelos e motivos.

Escravo de letras garrafais

Em fosco ou neon, indicando um caminho,

Para continuar na trilha, para consumir ou sobreviver,

Em um mundo comum ou dito extraordinário, tanto faz!


Pablo Danielli

sábado, 17 de agosto de 2013

Ensaio sobre a razão

http://lounge.obviousmag.org/palavras_soltas/2013/08/ensaio-sobre-a-razao.html



Tudo que havia para ser dito, a principio já foi falado, tudo que havia para ser escrito, a primeira vista já o foi feito, já possui seu espaço preenchido. E se hoje vive, é por que um dia certamente estava morto e se hoje morre, um dia talvez fosse considerado belo.

O caminhar do tempo, não nos prova absolutamente nada, no máximo nos entristece. Por nos mostrar o tamanho de nossa insignificância no universo! O tempo, o tempo não ensina e ele nada nos convence, são nossas escolhas e nossas mal faladas palavras, nossas atitudes diante do improvável que nos define inevitavelmente.

Se a evolução faz parte do homem, como explicar que tantos ainda insistam em viver na ignorância parcial ou total sobre a vida, caracterizando o mais primitivo dos pensares. No qual mostra a fraqueza humana diante do contraditório, a falha que existe no ego, proporcionando um verdadeiro espetáculo de soberba.

Afinal, o que seria do mundo moderno e de seus seres pensantes e racionais, se não fosse à existência da própria duvida? Bem estar, ética, amor, coerência, certo e errado, o homem moderno faz questão de exaltar seu pensamento perfeito sobre o mundo. Enaltecendo suas virtudes e faz questão de gritar para o nada, que é o único ser racional da terra.

Sendo assim questiono-me qual a racionalidade de ser superior se o objetivo é sermos iguais. Somos uma espécie que supostamente, temos o livre arbítrio, em um mundo aonde a liberdade é vigiada, calculada e administrada, com o intuito de uma “ordem” a ser mantida. Seria possível então dizer realmente que somos seres livres? Se o que ocorre realmente é uma pujança de regras, que nos impedem de fazer realmente o que desejamos ou pensamos ser certo para o momento.

Em sua era primitiva, na qual se considerava estarmos em evolução, tínhamos a liberdade de fazer qualquer coisa. Nada nos impedia de ir ou vir, o ser humano caçava, era infiel e se necessário matava para fazer sua tribo prevalecer em determinado território. Não era julgado ou considerado imoral, alias, imoralidade era uma palavra que não tinha significado algum na época.

Lógico, guardada as devidas comparações, com suas respectivas épocas, o questionamento é simples, com o pensar, a chamada inteligência, perdemos nossa liberdade com o passar do tempo ou nos privamos de certas atitudes em razão de um pensamento conjunto. Pois me digam, aonde o interesse social, prevalece sempre sobre o interesse próprio?

Gosta-se de pensar e dizer que o ser humano é imagem e semelhança de Deus, mas alguém considerado normal em sua plenitude mental, já viu Deus para fazer tal afirmação? O homem moderno acomoda-se na ideia banal de que o mundo gira, para as suas vontades e não de que ele faz parte de um todo. Um organismo único e vivo no qual o equilíbrio é a palavra chave, para o bom funcionamento da vida.

É neste ponto que chegamos a um fato, no qual a discussão se estende por séculos, ciência e fé. Não é de todo erro afirmar que o homem a partir do momento que foi adquirindo inteligência, começou a se questionar sobre sua existência. Logo seu pensar mostrou que não estamos teoricamente sós no universo, aumentando com sua inteligência, também sua ignorância.

Por mera consequência começou o culto a lua, o sol e terra, mas não bastando isso, criou-se o mito homem! Deuses de carne e osso, pois nunca nos passava pela cabeça que seres dotados de inteligência, um Deus, não serem a própria imagem do homem, uma amostra do seu próprio ego e sua autoafirmação de domínio sobre as criaturas terrestres.

Tais pontos servem apenas para firmação da figura caricata que somos, tentando dia a pós dia, firmar posição firma de certezas nem sempre verdadeiras, somos homens, somos deuses e quase sempre mortais. Nunca nos imaginamos como uma partícula muito pequena de um todo, assim sempre tentando fazer se sobressair diante do próximo. Somos o reflexo de nosso pensar e quase sempre a figura da ignorância.




Pablo Danielli

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Lá fora!



Distante dos sorrisos

Meias verdades,

Ou mentiras inteiras.

Cantos escuros da memoria

Que ignora o fato de tudo

Dia ou menos dia

Ter uma volta.

Círculos viciosos

De uma vida mal jogada

Mal dita às palavras,

Que em um jogo desprezível

São capazes de ferir ou iludir.

Fecha as cortinas da sala

Tranca a porta dos quartos

Esconde-se entre cobertores,

Enquanto a vida passa!

Bem ou mal

Lá fora.




Pablo Danielli

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Indi(Gente)!

Vai lá, da um lida!

http://lounge.obviousmag.org/palavras_soltas/2013/08/indigente.html



Indi(Gente)!



As mãos sujas pelo mau trato da vida, vasculha de forma bruta o saco junto ao meio fio, a cada volta da sua mão na aquele paraíso de sobras humanas, faz escapar o fedor de toda uma sociedade que ignora sua existência.

O rosto baixo com o corpo meio curvado e os olhos tristes, como quem se esconde de outros olhares falsamente piedosos, ouve múrmuros quase imperceptíveis, embora sua cabeça insista em lhe alucinar, que seja sobre sua humilhação.

Sem saber que horas são, sem se importar que seja dia, noite, ou madrugada a fora, sem obrigações legais, sem obrigações sociais, sem falsas ideologias ou filosofias baratas. Apenas com a esperança de encontrar uma sobra que possa comer, ou vender para conseguir poucos centavos.

Mesmo que seu sofrer lhe de motivos para sorrir, dificilmente saberia que se trata de felicidade, pois a pele queimada do sol e marcada pelo descaso, já não tem a sensibilidade necessária para sentir algo além da dor. Acostumou-se a dar passos vazios, há ser invisível, há ignorar seus sonhos e desejos, não poderia ser nada além de alguma coisa qualquer, quase que um objeto decorativo, essencial em qualquer sociedade trincada e obsoleta.

Percebe que não é bem vindo, percebe que não sabe para onde está indo, e que de alguma forma é motivo de risos, indelicados e indecisos. Que com suas marcas estampadas, seres ligados no automático esquecem-se de vestir-se de humanidade. Seu olhar corre pelas calçadas mal cuidadas, pelos muros pichados, uma cidade morta, cinza e explorada pela incessante busca de poder aquisitivo, que não se lembra mais qual é seu verdadeiro objetivo.


Pensa com sigo mesmo, como mudar, como sobreviver a esses tempos tão incertos, não poderia ser ele o único invisível em um lugar que parece ser bom apenas para sobreviver. Aos poucos se levanta, exalando o cheiro de seu viver pelos poros entupidos de verdades nunca ditas, abandona o saco, já sem nada para lhe oferecer, da alguns poucos passos com seus pés calejados, prostrando em frente aquilo que pode ser mais uma refeição, cai uma lagrima lhe dando esperança de que ainda não foi totalmente destruído e que lhe resta uma gota de humanidade e assim segue sua sina, imposta por outras línguas que não conseguem identificar o sentido da vida.

Pablo Danielli

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Nunca, uma amor de vitrine!


Você já fiscalizou seus gastos hoje?



Você já fiscalizou seus gastos hoje?



Sim, isto mesmo, mas diferente do que a maioria pensou, os gostos dos quais cito, são os gastos dos nossos gestores públicos. Mas se são gostos públicos porque seriam nossos também? Pelo simples fato de ser o dinheiro recolhido dos nossos impostos!

Nosso dinheiro arrecadado, nosso dinheiro gasto, ou mal gasto? Você sabe quanto é gasto com saúde, educação e segurança no seu município? Qual o valor das diárias de viagens e com que frequência elas são utilizadas? Todos esses gatos são possíveis de verificar no portal da transparecia, já que alguns prefeitos ocultam isso no diário oficial, um tanto quanto estranho isso acontecer.

O município funciona como se fosse nossa casa, direcionamos parte do dinheiro para pagar luz, agua, plano de saúde, colégio das crianças e se sobrar alguma coisa no final do mês fazemos alguma aquisição nova ou investimos. Temos muito cuidado em não desperdiçar cada centavo ganho, pois todos têm consciência da dificuldade que é conquista-lo.

No âmbito municipal, estadual e federal não é diferente, pois então porque não prestamos atenção nesses gastos, é nosso dinheiro que gira engrenagem publica, sendo assim ao reclamarmos do mau uso desse dinheiro, estamos assumindo nossa falta de coerência em fiscalizar esses gastos.

Quantos de nós já procurou se informar o valor gasto na área de educação do município, não o valor falado pelo prefeito mas o que é de fato apontando no portal de transparência, sabemos qual o valor de um diária? Sabemos se estas viagens feitas pelos nossos governantes nos trazem retorno ou é apenas “turismo politico”, você leitor imagina quanto dinheiro é perdido por falta de projetos, por falta de planejamento ou por perca de prazos nas entregas dos mesmos?

Não e como a maioria continuará sem saber, porque ainda não temos a cultura de cobrar de forma coerente, ainda não entendemos que os gestores públicos são de certa forma nossos funcionários e que eles devem sim, prestar conta dos seus gastos, pois são como qualquer outro empregado. Devemos compreender que quando mesmo dinheiro perdido, ou mal utilizado mais sobra para se investir em áreas carentes.

Assim como é na sua casa deve ser em qualquer área governamental, fiscalize, cobre e exija é um direito seu como cidadão! A saúde financeira do seu município e do seu país agradece.



Onde encontrar informações sobre o uso do dinheiro público :

1. MERENDA:
• Conselho de Alimentação Escolar
• Secretarias de educação (do estado e do município)
• Vereadores
• Partidos políticos e sindicatos
• www.fnde.gov.br - para saber quanto o seu município recebeu, clique no botão "Serviços", em seguida no botão "Consultas on-line" e coloque o nome do seu município.
• MEC - 0800 616161 - Fala-Brasil. Central de Atendimento do
Ministério da Educação (ligação gratuita)


2. SAÚDE:
• Conselho Municipal de Saúde
• Secretarias da saúde (do estado e do município)
• Vereadores
• Partidos políticos e sindicatos
• www.saude.gov.br - para saber quanto o seu município recebeu, escolha o assunto "Repasses Fundo a Fundo" na área "Índice de Serviços"
• 0800 644 8001 - Central de Atendimento do Fundo Nacional de
Saúde (ligação gratuita)
• 0800 611997 - Disque-saúde. Central de Tele atendimento do
Ministério da Saúde (ligação gratuita).


3. RECURSOS DA EDUCAÇÃO:
• Conselho do Fundeb
• Prefeitura e secretarias de educação (do estado e do município)
• Vereadores
• Partidos políticos e sindicatos
• www.stn.fazenda.gov.br/estados_municipios/transferencias_ constitucionais.asp
• 0800 616161 - Fala-Brasil. Central de Atendimento do Ministério da
Educação (ligação gratuita)

4. RECURSOS DA ASSINTÊNCIA SOCIAL (CRECHES E IDOSOS):
• Conselhos de Assistência Social
• Prefeitura
• Vereadores
• Partidos políticos e sindicatos

5. ESTRADAS, POÇOS, BARRAGENS E OBRAS EM GERAL:
• Prefeitura
• Vereadores
• Partidos políticos e sindicatos
• www.cgu.gov.br/convenios

6. BOLSA FAMÍLIA:
• Prefeitura de sua cidade (informa sobre as famílias que estão cadastradas
para receber o benefício)
• www.mds.gov.br/bolsafamilia
• 0800 7260101 - Caixa Econômica Federal (ligação gratuita)
• 0800 7072003 - Central de Relacionamento Fome-Zero (ligação gratuita)



Sites:

http://www.portaltransparencia.gov.br/

http://www.diariooficial.com.br/



Faça sua parte!



Pablo Danielli

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Sangria

Feridas Abertas


Ao segurar a rosa desfolhada
Livra de todo pudor a morte,
Não é a sombra do medo
E tão pouco o medo da solidão.
A raiva contida no sorriso
E as palavras sutis,
Que marcam os desejos
Recusados pelo coração.
É teu suor, fedido, mórbido,
De quem não lutou, não desejou revolução!
É o espinho que sangra minha mão,
Quase estragando o macio das pétalas.
Morte certa pela beleza
Da vida, de um amor,
Trancado com medo de voar!
Pois o vento não consegue levar o sangue
Que seco sobra-lhe o chão.
Não faz brotar vida nova
Tão poucos sonhos belos,
Apenas cicatrizes de dias secos
Aonde a beleza das flores não curou.
Feridas abertas, não cicatrizam,
Mesmo feitas pelo amor.

Pablo Danielli

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Caixa de sentimentos

Guarda em uma pequena caixa
Todas as tuas memorias,
Teus desejos tão ardentes.
Para que não tenham espaço suficiente
Para se acomodar, se adaptar,
Assim sem você esperar
Vai transbordar em sentimento.
Para fora do seu corpo
Fazendo você se sentir vivo,
Explodindo em sorrisos coloridos!
E não apenas um objeto
Decorativo, sem nenhum motivo,
Num mundo meio cinza

Meio dolorido.

Pablo Danielli

sexta-feira, 26 de julho de 2013

23

Link para baixar o Livro com 23 poesias,criadas e escolhidas pelo autor.


http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/4405683

Pablo Danielli

Passa

Passa
Passa o dia
A noite, a dor,
As lagrimas.
E alguns sorrisos
Passa a vontade?
Passa o frio,
O calor e o suor.
Passa a passos largos
As rugas, as roupas,
O assobiar de alguns passarinhos
Os desejos e alguns cheiros.
Só não passa as cicatrizes
Estas ficam guardadas,
Em algum canto da memoria
Lembranças de uma vida inteira.

Pablo Danielli

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Mulher


Que direitos são estes que ferem
Não só o corpo, mas a alma,
Que luta é essa que maltrata
Dilacera a coragem, faz crescer o medo?

Que culpa tão grande é essa
Que faz desejar não viver,
É a beleza, o aroma ou o sorriso encantador?
Seus cabelos ao vento, não podem servir como chicotes!

Um silencio, que fere!
Dilacera e maltrata.
Mas os olhares tão tristes
Com esses dias tão incompreensíveis
Não fingem.

Existe vida além-mar?
Existe esperança além da dor?
Existe força aonde só há terror?

Tantas perguntas em um corpo tão frágil
Capaz de fazer surgir à vida,
Mas ainda incapaz
De viver com a dor.

Não é pela violência sofrida
Não é pelo desespero nela contida,
Não é pelas marcas que não cicatrizam!

É pela alma ferida
Pela pureza perdida
Pelo corpo que deveria receber
Somente o calor
E sentir apenas o amor.

É o direito de viver
De ser feliz,
Que alguns ainda não conseguem
Se permitir.

Pablo Danielli

Memorias

Ela tem um ferro de passar
Enferrujado, que nunca usou,
Volta e meia visita suas lembranças
Mesmo aquelas, que nunca sonhou.

Usa lagrimas que não tem
E sorrisos que não conhece,
Que poderia fazer brotar vida
Ao invés de se perder no vazio do corpo.

Mundo estranho esse, não?
Aonde pessoas querem certezas
E usam desejos com certo rancor.

Memorias quentes, de um mundo frio,
Com palavras soltas que não amarram um sentimento
Mesmo aquele quase impossível, que acontece com certos olhares,
Que costumamos gentilmente chamar de amor.


Pablo Danielli

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Reunião de condomínio

Essa crônica não tem qualquer compromisso com a realidade ou com algo moral.
Se você for dessas pessoas moralistas ou que não se permite uma leitura despretensiosa, faça um favor a si mesmo e não leia. Se a caso ler, não reclame.

É uma serie de crônicas que relata a vida de um personagem fictício, Chamado de “A rotina de Paulo”. 

3 - Reunião de condomínio

Volta e meia tem um veado, que costuma reclamar que alguma coisa não funciona, como se alguma coisa no país funcionasse! E se não bastasse isso fica aporrinhando todo mundo com as reclamações parece àquelas velhas que não tem o que fazer e ficam caçando problemas.
Da vontade de chagar pra um loco desses e falar: Vira homem e para de chorar! Mas como a gente é pau mandado e ganha uma miséria pra ser assim, conto até dez e falo que vou resolver. E quando porra nenhuma funciona, os trastes do prédio resolvem fazer uma reunião, como se isso resolvesse alguma coisa.
Azar do sindico que tem que fica ouvindo baboseira de gente que acha que é rico. Geralmente essas reuniões acontecem no fim da tarde, inicio da noite, puta falta do que fazer, bem na hora do boteco penso comigo mesmo. Fica um monte de gente numa salinha de um calor infernal, reclamando todo mundo junto de um monte de coisa diferente, como se tudo fosse possível.
Fico do lado do sindico e só observo, aquele monte de pau mandado, cuja única diferença entre nós é o diploma, são pau mandado com diploma, de grife enquanto eu apenas ganho um pouco menos e não tenho que me fuder cumprindo horário. Dou risada sozinho!
O sindico olha pra mim, outo pau mandado que ganha pouco pra todo mundo botar pra fuder, e fala em voz baixa: Quer ver essa putaria acabar agora?
Ele se levanta e fala:
Senhores compreendo a preocupação de vocês, mas estamos sem dinheiro em caixa e precisaremos fazer uma “vaquinha” para providenciar os reparos necessários!
Um silencio mortal toma conta do ambiente, e fico falando comigo mesmo: Cambada de duro, só tem posse! Na hora de reclamar são os bom da boca, pra abrir a mão fica miudinhos! Acaba que ninguém resolve nada e fica tudo sempre como está, mas sempre tem um ou outro que vem depois me pedir pra dar uma passada no apartamento pra dar uma olhada.
Olho para o cidadão, e tenho vontade de falar, vai dar, vai! Mas de todos os escravos eu sou o que menos mando, e eu preciso de dinheiro pra pagar as putarias, digo que logo dou uma passada, só antes vou passar no boteco pra dar uma firmada.

Pablo Danielli

terça-feira, 16 de julho de 2013

2 - O garçom corno

Essa crônica não tem qualquer compromisso com a realidade ou com algo moral.
Se você for dessas pessoas moralistas ou que não se permite uma leitura despretensiosa, faça um favor a si mesmo e não leia. Se a caso ler, não reclame.

É uma serie de crônicas que relata a vida de um personagem fictício, Chamado de “A rotina de Paulo”.


2 - O garçom corno

O problema da noite, tirando a ressaca é que sempre vem o dia seguinte. E qualquer sol que insista em nascer em um país como o Brasil é uma merda, porque com certeza vai trazer muitos problemas com ele.
Levantei querendo deitar, assim como em muitas outras manhãs, olhei pela janela do meu apartamento, aquele enorme formigueiro, correndo de um lado ao outro, aquele quebra cabeça humano, aonde nenhuma peça se encaixa, puto esforço desnecessário, no fim ninguém leva nada, pensei comigo mesmo.
Fui a passos lentos até o banheiro e tomei um banho pra tirar a carniça do corpo, passei uma escova nos dentes pra disfarçar um pouco o hálito, me deparei com o espelho e acabei por me encarar, pensando comigo mesmo: Tu é um puto de um fudido!
Depois dessa linda reflexão desci as escadas, provavelmente cruzei com minha vizinha mal comida, e nessas horas madame nem olha na cara, porque acha que dinheiro fala mais que educação.
Como o de costume caminhei em direção ao boteco da esquina, uma espelunca, que só dava bêbado e gente sem futuro como dizia minha finada mãe. O refugio dos perdedores pensei, inclusive o meu, falei baixo comigo mesmo, para as pessoas não acharem que além de bêbado “louco”!
Sentei na cadeira de sempre, na mesa de sempre num canto escondido pra ninguém ficar enchendo meu saco, de longe ergui a mão e falei, gambá traz uma dose pra firmar o pulso, coitado do garçom trabalhava dia todo aguentando uns infelizes de uns filhos da puta, ganhava uma merda e ainda era corno! Que vida desgraçada!
Rolava algumas histórias por aquelas ruas, que a mulher dele já tinha dado pra meio bairro e a outra metade negava até a morte porque era tudo casado, isso incluía minha pessoa, mas sabe como são, apenas histórias. O problema não é ser corno e aguentar as piadas sem graças depois, o pior é ser corno de mulher feia! Mostra que o cara não serve pra nada, esse estava pagando os pecados na terra com juros.
Mas era gente boa, coitado só fingia que não sabia, a mulher fingia que não dava e a gente fingia que não comia e assim a vida seguia! E eu achava que eu era um merda, tinha gente que tinha a vida bem pior que a minha, porque a final trabalhar de biscateiro em um condomínio fuleiro não era tão ruim assim. O garçom só devia fazer o que eu fazia pra aguentar a porcaria da vida e a puta da rotina, ele sofria e eu bebia!



 Pablo Danielli

terça-feira, 9 de julho de 2013

Puta Velha

Essa crônica não tem qualquer compromisso com a realidade ou com algo moral.
Se você for dessas pessoas moralistas ou que não se permite uma leitura despretensiosa, faça um favor a si mesmo e não leia. Se a caso ler, não reclame.

É uma serie de crônicas que relata a vida de um personagem fictício, Chamado de “A rotina de Paulo”.

1 - Puta velha.

Era tarde e fazia um calor infernal, bem como se diz por estes lados do mundo, o suor fazia colar a roupa no corpo e o cheiro do cigarro não saia de jeito nenhum dos dedos. Certos dias são assim mesmo, sem graça, sem cachaça e sem foda, chato pra cacete.
Quebrei a única tv que tinha porque só passava merda, tolice popular, dava até nojo só de olhar. O que restou foi um ou outro disco que merecia ser ouvido, porque na radio hoje em dia só tem porcaria, puta sacanagem e uma puta monotonia.
É difícil curar o mau humor e se o dia está uma merda, meu amigo, não tem conselho que vá ajudar! Esse é daqueles dias que a gente fica meio assim, que nem “puta velha”, meio perdido, num canto e sem vontade de “dar”. Fico pensando comigo mesmo, nos dias de hoje, Sócrates provavelmente passaria no puteiro, para dar uma aliviada sabe, caras como ele, em dias como o de hoje, certamente ficariam loucos com tanta babaquice no ar.
Levanto da cama e ouço a vadia da vizinha gritar que está tudo ruim, mas lá no fundo eu sei que ela só quer “dar”! Hoje em dia é assim, madame tem “piti” por que não consegue uma boa foda. Deve ser culpa dessa globalização, do ser tudo igual e natural, falam por ai que até homem falta, deve ser, deve ser. Abro a porcaria da minha geladeira e só tem um litro de cachaça e se é o que tem é o que eu bebo, não posso me culpar e nem o sistema, se tudo está uma bosta, a culpa é do meu corpo que não quer mudar.
Volto a pensar na “puta velha” e solto alguns risos comigo mesmo, pensando: Poderia ser pior! E penso sacanagem falarem que as pobres coitadas conceberam os alguns nojentos políticos. Se for, deve ter sido a pior trepada da vida delas e grito para mim mesmo: Que miséria sem fim!
Não tem noite mais longa que uma cabeça que não consegue dormir, tento até fingir, fecho os olhos e finjo um ronco, mas não é engano minha cabeça e o porre começa a fazer efeito, raposa velha é assim, tarda mas não falha. Começo a contar nos dedos, sem mulher, sem sono e sem dinheiro, vida ordinária e sorrio meio de canto como quem diz, poderia ser pior, poderia ser um politico filho de uma “puta velha”.



 Pablo Danielli

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