terça-feira, 23 de dezembro de 2014

NU

Estou nu
Despido de toda vergonha ,
E pudor da vida.

Estou nu
Livre de pensamentos,
De vícios ou meras virtudes.

Estou nu
Sem maldades no olhar,
Ou palavras carregadas ódio ou rancor.

Estou nu
De todo material,
Ou bem que possa fazer minha alma pesar.

Estou nu
Sem asas ou amarras,
Para ir e fazer o que eu quiser.

Estou nu
Mas o amor que cobre meu corpo,
Serve como seda, para lhe receber.

Estou nu
Mas minha falta de pudor,
Poucos percebem ou podem ver.

Pablo Danielli

Outros tempos

Vivemos em tempos
Que é mais fácil matar que falar,
Tem mais logica culpar
Ao invés de se responsabilizar.
Acordamos em dias que
O vizinho incomoda,
O transito estressa
Tudo é feito com pressa.
Anoitecemos com medo
Choramos por desespero,
E ainda assim esperamos
Que tudo mude, sem mover um dedo.

Pablo Danielli

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Memorias


Memorias

Ela tem um ferro de passar
Enferrujado, que nunca usou,
Volta e meia visita suas lembranças
Mesmo aquelas, que nunca sonhou.

Usa lagrimas que não tem
E sorrisos que não conhece,
Que poderia fazer brotar vida
Ao invés de se perder no vazio do corpo.

Mundo estranho esse, não?
Aonde pessoas querem certezas
E usam desejos com certo rancor.

Memorias quentes, de um mundo frio,
Com palavras soltas que não amarram um sentimento
Mesmo aquele quase impossível, que acontece com certos olhares,
Que costumamos gentilmente chamar de amor.

Pablo Danielli

Vozes

Ouça as vozes
Que sussurram os segredos,
Caminhos construídos
Com a luz, do autoconhecimento.

O ciclo que se apresenta é éterno
Mas seu corpo é carne, fraca,
E na terra ficará.

Apenas suas palavras, irão com o vento,
Não importa quantas luas passarem
Através da natureza, o caminho sagrado,
O equilíbrio buscará.

Para saudar passado e presente, buscando o futuro,
Valores como família e amigos, a linha da vida,
Pilares da mente, como grandes portas se erguerá.

Assim estará feita a iniciação
A elevação do corpo e espirito ocorrerão,
O templo construído com tuas palavras
Será teu fogo a iluminar-te na eternidade.

Pablo Danielli

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Tons de laranja e vermelho



E a chama que tomava conta do meu corpo, destruiu as fronteiras da carne, espalhou-se pelo ar e pintou aquele por do sol, com tons de laranja forte, quase vermelho!

Foi impossível não guardar na retina o belo quadro que a vida me presenteou, a mistura do vento com as ondas do mar, transformou em sinfonia todo o silêncio que eu guardava dentro de mim.

Por momentos fui maior, por momentos fui mais forte que a própria terra, na qual me sustentava úmida e terrivelmente fértil, pela brisa que me empunha lagrimas aos olhos, pela brisa que tocava o solo, assim como as lembranças que iam e vinham, transformando aquele exato momento em um balé, com movimentos tão sutis, tão encantadores, capaz de esconder toda a dor de uma pobre sombra ao viver aquela dança.

Não existia qualquer possibilidade de medir o tempo, não havia ao menos motivos possíveis para fazê-lo, apenas eu, o horizonte e a vida.

Em algum tipo de ritual tão simples que chegava a ser complicado compreender o quão profundo e complexo era este sentimento.

Segundo, minutos, horas, tudo tão superficial, distante da realidade que me foi apresentada, que as rugas, feitas pela maresia, já não me importavam mais, apenas o momento, apenas respirar aquele momento.

Não existia tecnologia capaz de me tirar deste transe, não existia apelo forte o suficiente para fazer com que eu me levantasse daquele lugar, no qual eu me encaixei perfeitamente, no qual foi feito de uma forma perfeita para mim.

A humanidade era apenas mais um objeto que compunha um cenário inimaginável de tranquilidade interior, sem apelos, sem atritos, apenas paz, tão completa e real que aos poucos me surgiam sorrisos, em tons laranja e vermelhos de pura e simples alegria.

Pablo Danielli

Vozes

Eu ouvi as vozes
E elas clamavam por amor.
Sofriam vagando,
Sem rumo, sem sorte,
Não sentiam calor.
No seu timbre
Notava-se o temor
Do dia e da noite,
Sem amor.


Pablo Danielli

domingo, 14 de dezembro de 2014

Perfeição

O que é perfeito?
Será que você ama, a ponto de perdoar defeitos?
Talvez nem consiga enxergar em si, os próprios erros!
Consegue multiplicar, ou somente dividir?
Talvez em alguma hipótese consiga somar!
Mas amar vai além mar,
Desde cuecas jogadas, á dormir de pijamas no sofá!
Quatro letras que juntas encantam ou destroem um jantar,
Mas se der certo, pode pensar em casar!
Se não, para que chorar, o negocio é logo separar!
E se mesmo assim quiser tentar,
Um ótimo passatempo logo abaixo vou lhe falar,
È apenas um conselho, não precisa á serio levar,
Você sai comprar e ele um futebol jogar.
Assim felizes todos vão estar.

Pablo Danielli

Tic-tac

Tic-tac, Tic-tac, Tic-tac,
Aonde a pressa ouve-se o versar do relógio
Avisando que o mundo não para.
Corre, corre, corre,
Tudo é sempre igual,
Dorme, acorda e come, dorme, acorda, come,
Sai atrasado, chega atrasado, patrão brabo.
Passeia nas horas, viaja nos segundo e descansa nos minutos.
Relógio de cabeceira, relógio de pulso e relógio de mesa,
Perder a hora é dureza.
Mas se der tempo eu como a sobremesa!

Pablo Danielli

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

No peito

O coração que tenho
Não cabe no peito,
Trago muito gosto
E sentimento solto.

O amor que tenho
Não cabe no peito,
A vontade que tenho
Não cabe no peito.

O ar que respiro
É pouco para o que tenho,
Para mover tamanho das coisas
Que trago comigo no peito.
Pablo Danielli

Tons de laranja e vermelho


E a chama que tomava conta do meu corpo, destruiu as fronteiras da carne, espalhou-se pelo ar e pintou aquele por do sol, com tons de laranja forte, quase vermelho! Foi impossível não guardar na retina o belo quadro que a vida me presenteou, a mistura do vento com as ondas do mar, transformou em sinfonia todo o silêncio que eu guardava dentro de mim.

Por momentos fui maior, por momentos fui mais forte que a própria terra, na qual me sustentava úmida e terrivelmente fértil, pela brisa que me empunha lagrimas aos olhos, pela brisa que tocava o solo, assim como as lembranças que iam e vinham, transformando aquele exato momento em um balé, com movimentos tão sutis, tão encantadores, capaz de esconder toda a dor de uma pobre sombra ao viver aquela dança.

Não existia qualquer possibilidade de medir o tempo, não havia ao menos motivos possíveis para fazê-lo, apenas eu, o horizonte e a vida. Em algum tipo de ritual tão simples que chegava a ser complicado compreender o quão profundo e complexo era este sentimento. Segundo, minutos, horas, tudo tão superficial, distante da realidade que me foi apresentada, que as rugas, feitas pela maresia, já não me importavam mais, apenas o momento, apenas respirar aquele momento.

Não existia tecnologia capaz de me tirar deste transe, não existia apelo forte o suficiente para fazer com que eu me levantasse daquele lugar, no qual eu me encaixei perfeitamente, no qual foi feito de uma forma perfeita para mim. 

A humanidade era apenas mais um objeto que compunha um cenário inimaginável de tranquilidade interior, sem apelos, sem atritos, apenas paz, tão completa e real que aos poucos me surgiam sorrisos, em tons laranja e vermelhos de pura e simples alegria.

Pablo Danielli

Só começar

O que é perfeito?
Será que você ama, a ponto de perdoar defeitos?
Talvez nem consiga enxergar em si, os próprios erros!
Consegue multiplicar, ou somente dividir?
Talvez em alguma hipótese consiga somar!
Mas amar vai além mar,
Desde cuecas jogadas, á dormir de pijamas no sofá!
Quatro letras que juntas encantam ou destroem um jantar,
Mas se der certo, pode pensar em casar!
Se não, para que chorar, o negocio é logo separar!
E se mesmo assim quiser tentar,
Um ótimo passatempo logo abaixo vou lhe falar,
È apenas um conselho, não precisa á serio levar,
Você sai comprar e ele um futebol jogar.
Assim felizes todos vão estar.
Pablo Danielli

O amor supera tudo

Como dois amantes,
Caminhamos pelas ruas, entre muros pichados da cidade,
Contemplando toda desigualdade,
Com o céu de testemunha das lagrimas e de nosso amor.

Pelos becos escuros, famigerados,
Sem tetos e famintos, observam
A soberba, fartura de nosso amor.

O mau cheiro das sarjetas,
Este, já não nos atrapalha mais,
E assim, passeamos por praças quebradas,
Mal iluminadas e abandonadas.

Contemplamos a beleza de ser diferente,
Em um universo igual.
E pelas calçadas esburacadas, chegamos ao nosso destino final,
Para nos amarmos ao som de balas cruzadas,
Em meu apartamento de vinte metros quadros,
Distribuídos entre sala e quarto,
Na periferia da cidade.
Pablo Danielli

Rima

A minha rima simples
Fica escondia,
Em meio ao teus caprichos
De mulher vivida.

Pablo Danielli

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Solidão

A solidão a pegou de repente,
Surpreendeu por sempre ter amigos,
Mas do nada, ela se viu só.
Faltava-lhe um pedaço,
Não de amizade, mas do vazio de seu coração,
Estava só de seus sentimentos,
Estava só com seus lamentos.
Faltava-lhe o frio na barriga,
O famoso arrepio na espinha,
Ou o puro e simples medo de tentar.
Beijava outras bocas, em vão,
Pois todas pareciam vazias,
Tocava outros corpos, em vão,
Pois nenhum a preenchia,
E assim ela vivia.
Com algo na cabeça,
Com outro alguém por quem,
Seus pulmões enchiam,
Assim do nada, aos poucos ela sofria.
Embora soubesse o que deveria fazer,
Seu medo a impedia de viver,
Pobre ser, escolheu aos poucos morrer.
Pablo Danielli

Luz guia


Eu abri as portas do paraíso,
Em um grande livro que estava perdido,
Pelos caminhos feitos de ouro eu te procurei,
Atrás da luz que fazia sentindo,
Em busca de uma linha guia.
Evitando o final, buscando forças,
Para superar perdas, para imaginar você,
Chances desperdiçadas, espalhadas aos céus,
As portas estão abertas, não precisa bater,
Somente entrar, pois a dor passou.
Tudo parece tão real, que me pergunto,
Se é mesmo possível, se você consegue me ver,
Pois eu sinto você, tão sutil quanto à brisa,
Tão intensa quanto à vida, quase posso tocar seu corpo.
Segure em minha mão, deixe lhe mostrar,
Que o que viveu não é nada,
E se atravessar a porta posso te guiar,
E te mostrar o que sinto.
 
Pablo Danielli

Poesia



Eu vejo na poesia uma terapia
Uma forma de fugir do dia a dia,
Da rotina chata e pacata das horas trabalhadas,
Muito mais que palavras, uma vida de fantasias.
Muito mais que sorrisos é pura magia,
Chance de salvar a princesa, momento de ser coroado rei,
Nas letras escolhidas faço minha própria lei,
Sonhos realizo em pedaços de papel, assim como o vento
Que leva meu pensamento para longe, além do horizonte.
Faço nela, o tempo parar e se quiser voltar faço também,
Planto flores e rego jardins, dou-lhe uma rosa e um buque de jasmins.
Mas a poesia me fascina, porque nela cumpro minha sina,
De viver alegrias imaginadas e criadas em rascunhos da nossa vida.

Pablo Danielli

Poema teu

Poema teu


Fiz um poema sujo
Com toda a verdade,
Que ficou escondida!
Fiz das tuas palavras rimas
Escondi dos teus olhos o mundo real,
Iludi teus sonhos, mentiras, fantasias.
Coloquei teus defeitos nele
Maquiei com teu grito, tua dor,
E o que sobrou, sobrou!
Este poema sujo
Estava carregado, manchado, quebrado,
Sem graça, sem sorrisos, somente a verdade.
E nele tudo era odiado,
Porque tuas falhas lá estavam
Porque sabia que tua vida era feita dele,
Só mais um poema entre tantos
Que ignorou, escondeu e rasgou.
Pablo Danielli

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A gaiola, a vida e a sociedade.



Entre tantos passos nas calçadas, tantos rostos que procuram esconder insatisfações e problemas, a fuga parece estar em um sorriso falso, uma foto bacana nas redes sociais ou um frase, sem ao menos ler o livro e tê-la com lema de vida.


Estamos presos a falsas escolhas que basicamente se resumem a X ou Y, quando se busca um Z como resultado. Trancados em nossos desejos, como pássaros em gaiolas, que cantam para disfarçar a tristeza de não poder se fazer livre.

Liberdade na palma da mão e nas pontas dos dedos, tão liquida que escorre pelas nossas angustias, frustrações, nos deixando longe de qualquer possibilidade de realização.

E pensamos volta e meia, precisamos continuar para mostrar a sociedade que não somos mais um, derrotado e infeliz, mesmo que o preço da vitrine seja o castigo da alma. Acabamos por não sorrir de forma verdadeira, não somos bons na nossa essência, esquecemo-nos de viver, para apenas sobreviver entre dividas e corpos vazios.

Um amontoado de palavras fica engasgado na garganta, servindo com chicote e marcando o corpo, vivemos presos as nossas gaiolas, sem estarmos preparados para sentir a liberdade, e ainda escolhemos nossa forma de punição, seja ela no futebol, politica, religião ou vícios.

Apegamo-nos a qualquer coisa que nos de uma possível sensação de segurança, quando de fato estar seguro muitas vezes significa não estar preso a nada. Não somos seres preparados para pensar e agir de acordo com nossas vontades, estamos sempre em função de algo ou algum bem do qual ele nos tem como posse.

Vivemos em uma enorme fantasia chamada sociedade, o canto que ouvimos certas vezes serve para disfarçar, em outras um pedido de socorro. Embora sempre busquemos alguma forma de nos sentirmos equilibrados e não acabarmos em um hospício por ter uma forma diferente de ver o mundo.

Ao final somos tão infelizes quanto qualquer animal em um zoológico, que ironicamente serve para nossa distração.

Pablo Danielli

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Lá fora

Olha, lá fora esta a rua
Deserta, vazia de ideias,
Sente o cheiro de podre no ar,
È a morte anunciada.
A falência programada,
Em um mundo que não pensa
Pessoas estão fadadas a se escravizar.
Tira esta venda, que insiste em usar,
Luta por novas causas, defende tua mente,
Procure na inteligência, o pensamento, para se libertar.

Pablo Danielli

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Olhares perdidos



Entrelaçado com olhares perdidos, a liberdade perde o sentido quando se está sutilmente preso a um desejo. Embora bocas quando sentem somente se calam e fazem todo ar ser raro nos pulmões.

Quanto mais o desejo toma conta das mãos tremulas, o corpo fica embriagado e a mente fica trocando passos com as idéias, um lento e demorado ritual aonde não existe pudor, apenas vida.

O corpo escorrega pelo tempo e os segundos são como pequenos instantes que não se podem ser guardados em fotografias, a memória insiste que apenas ela possua tal prazer e não mais, os olhos.

Não há luz e a escuridão tão pouco se faz presente, apenas seu lábios, vermelhos e contendo toda carne que um homem pode desejar tocar. Viciantes e mortais e tão leves quanto o vento, que cortam tudo que toca deixando marcas, que não se podem ver.

Lentamente os olhos piscam, lentamente as mãos se movem, aos poucos os pés dominam o espaço que lhe é permitido. Como uma pancada inesperada o mundo torna a girar, o som e as sensações rotineiras e tão mortais quanto um veneno a conta gotas preenchem o ambiente.

Mas todo o espaço que ocupa com sua beleza continua intocável, como se nada pudesse abalar, uma mulher absolutamente devastadora. Cujo único mal que faz é deixar homens aos seus pés.

Puxo o ar lentamente tentando recuperar o fôlego, por um instante que não seria para sempre, que não seria mais que alguns segundos de absoluta felicidade.

Corro minhas mãos pelo balcão, seus olhos acompanham em um movimento sutil imperceptível a outras pessoas. Encosto meus dedos em um copo, aonde tendo buscar em meio à bebida, um não motivo para simplesmente tentar.

Sem perceber, dou-me conta que minha mente me trai e agora observo apenas suas costas, que revelam pouco, mas que a fazem desejar, seus passos lentamente carregam minhas vontades para longe.

Transformando toda tensão e imaginação em apenas mais um lugar, mais uma noite e mais um quase amor, que o tempo, o desejo e o momento, quase deixaram estar.

Pablo Danielli

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Calos



Os calos dos pés não folgavam e suspiravam lamentos, por entre os furos dos sapatos surrados. A cada pisar o ar saia em uma desorganizada sincronia, entre os dedos que se esfregavam e diziam:

Vida vadia!
Vida vadia!
Vida vadia!

Há muito não sabia o significado da vida mansa, escolheu não seguir regras e ficou escravo de suas palavras. Açoitando seu corpo para sempre, ir em frente e nunca olhar para trás, como se trás fosse passado, fosse outra vida e não aquela coisa com planos que deram errados.

A cada passo no asfalto que queimava, sua mente pensava: Não há sol que sufoque para sempre e nem chuva que eu sempre lamente. Há muito tempo sem saber o que é sentir, não poderia imaginar se seus dedos ralados ou seus sentimentos dilacerados o impediam de ver e crer no homem que aparece no comercial da TV.

Mas não se sentia estranho, tão pouco diferente, entre tantas pessoas vazias o seu vazio preenchia algum espaço, um corpo frio. Em meio a tantos olhares sem sentido, ainda possuía sua liberdade falsamente vivida.

E a cada passo dado seus pés repetiam:

Vida vazia!
Vida vadia!
Virou rotina!

Pablo Danielli

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

necrose

Necrose

Certa vez
Eu vi um homem,
E ele estava só.

Assim como a noite
Tão escura,
Quanto suas ideias.

Não havia vida
Em seus olhos.

Não havia cultura
Em sua boca.

Tão vazio
Quanto o espaço
Que habitava.

Sobravam-lhe passos
Quando suas palavras
Findavam.

Suas vestes simples
Apenas refletiam,
A exclusão em que vivia.

Seus ouvidos cansados
Confundiam palavras,
Embriagados com tanta mentira.
Mesmo assim,
Este homem sobrevivia!

O cheiro que exalava
Facilmente se confundia,
Com sarjetas, esgotos, agonia.

Seus movimentos, lentos,
Não eram calculados,
Tal homem, não conseguiria.

Era fraqueza, luta!
Pelas sobras do meio dia,
Restos de uma sociedade
Rompida pela hipocrisia.

Não se via os traços de sua mão
Esfolada, os calos não permitiam.

Ao longe
Impossível saber,
Se era ele branco, preto ou amarelo.

Havia tantas vidas mortas
Naquele corpo, que dificilmente,
Algum sonho, sobreviveria.

Sim,
Eu vi este homem só!
Despido de toda carne podre ao seu redor.

Livre de pré-conceitos
Humilhado o suficiente,
Para não julgar.

Sem dinheiro, sem limites,
Sem crimes, para se condenar.

Este homem
Não tinha permissão da vida,
Para a morte lhe causar.

Não seria esta noite
Fria e só...
Que poderia repousar!

A sociedade uma vez mais
Teria que lhe usar,
Como exemplo!

Como lamento, como espelho.
De como um homem só
Embora livre!

Não lhe seja permitido
Chorar.
Pablo Danielli

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Significados



Se me aperta o peito e me da o direito de sofrer, não pode ser amor, se troco o dia pela noite, se confundo os sentimentos e atordoo a minha própria mente, tem que ser algo além da loucura casual.




Seria um doce mistério se não estivesse tão claro a frente de meus olhos, meus defeitos sempre se fazem presentes, quase que sutilmente mostrando a fração de humanidade que me resta em meio a tanta descrença. O peso de minhas escolhas se tornou mais pesado do que poderia imaginar ou agüentar, pobre do jovem que imaginou não ter conseqüências quando a conseqüência é a própria vida.




Morrendo varias vezes no mesmo dia, renascendo varias vezes ao piscar os olhos, a esperança no bater de assas de uma borboleta, simples e puro, mas delicadamente perigoso, a ponto de se questionar, se realmente vale a pena.



Mas algo sempre bate a minha porta, de forma insistente, bate como se fosse a primeira vez, mas com a sutileza de quem bate uma ultima chance, esperando entrar, para algo velho sair, sem mais, apenas a luz e a escuridão que rotineiramente insistem em ditar o ritmo de algo que consideramos normal ou esta em algum plano celestial.




Lentamente o veneno dos muitos olhares faz seu efeito, lentamente confunde a mente, semeia pequenas duvidas que aos poucos se tornam grandes devoradores de confiança. Deixando o que consideramos seguro, estremecidos pelo calor de palavras já cansadas de serem repetidas, apenas mostrando uma enorme lacuna, um vazio, que transborda de insensatez um pobre coração.


Não existe mundo além daquilo que posso tocar, não existe sentimento além daquilo que posso sentir, não existe ar além do que posso respirar e não existe fé que não possa ser estremecida pela fraqueza de um único momento, de um único toque. O mundo cabe dentro de um eu perigosamente avassalador, silenciosamente conquistador, embora só, pelas próprias escolhas.




È algo incompreensível, um mistério aonde o talvez e o porque sempre se faz presente, a duvida faz parte de algo banal, e as certezas não existem, tal ponto pode ser o inicial ou pode ser considerado o final, apenas depende da forma com a qual é vista ou sentida.



Pablo Danielli

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Palavras Repetidas


As ondas vão me levando, por quase todo o oceano, sinto a doce brisa bater em meu rosto, levando todas as duvidas que um dia tive, fico calado, observando e me pego sonhando, sonhando sobre a vida a morte o mundo e seus mistérios, esperando por um porto seguro, onde eu possa ter certeza de que nada poderá acontecer de errado, mas sei ser impossível, raro momento, cada vez mais longe de meus olhos, mais ainda sim perto do coração, deixo o vento me levar, mostrar o caminho, e apenas segui-lo.

Uma busca que sei que mesmo no escuro, com os olhos vendados pela impureza de meus pensamentos e a crueldade de minhas palavras, espero achar, deixando de pensar na realidade para viver em algo que não existe, que traz paz e conforto, mas que um dia se acaba, como uma flor e como o amor.

Faço tudo o que posso, a nosso favor somente as estrelas e mesmo assim minha alma não quer partir, insiste e persiste em ficar , lutar por algo que perdi no tempo, que se espalhou no espaço e que somente vive dentro dela, palavras sinceras que fazem sorrir, para entender os pensamentos que surgem de todos os lados, para todas as horas lembrar de algo bom, que mesmo que já não exista, lembrar que aconteceu.

Crescer é uma eterna aventura, talvez mais difícil que a figura de um anjo caindo do céu e se despedaçando aos poucos por apenas tentar amar, com a pureza de uma criança e a inocência de que tem os pensamentos mais puros do universo, o tempo passa e não retorna mais e quando o sol se por e a chuva cair, uma estrela surgira, mostrando a todos a esperança de um novo dia, folhas secas caindo pelo chão mostrando um novo caminho, uma nova vida, dando um novo sentido, um novo colorido, renovando a fé.

Pessoas buscam um amor eu tento encontrar a paz, na simplicidade das coisas do dia a dia, no perfume de uma rosa no sorriso de uma mulher e na delicada boca que a beija.

Para despertar o sentimento, a loucura e insensatez e a paixão, o olhar não deixa mentir, entrega, faz e desfaz, o toque o beijo provas de algo maior que eu, te ver passar e sorrir é lindo maravilhoso, dona do céu, capaz de deslumbrar, despertar paixões, encantar, iluminar a escuridão, despertar um coração da solidão, e capaz de dar vida a quem a muito já não vive, que a muito não sabe o que é viver.

A tempestade não tem hora, não espera, chega de repente, não avisa, e destrói tudo em seu caminho, causando dor, sofrimento e até solidão, momentos difíceis sempre existiram, sempre haverá problemas sempre haverá um amanha e sempre haverá a calmaria para curar tudo, tão certo quanto a vida, tão certo quanto a dor o amor, tão certo quanto a paz e a guerra, tão certo quanto eu e você.

As vezes palavras são ditas mesmo sem querer, olhares se cruzam sem perceber e bocas se tocam sutilmente, assim como eu e você...

É fácil falar do lindo azul do céu, da cor de seus olhos e do perfeito sincronismo, mesmo sendo normal, comum e ate banal, fácil é falar do vento, do sol e da lua, fácil é explicar a vida e o rumo que elas tomam, fácil é colocar palavras em um papel e deixa-las para o tempo contradize-las...

Mas não é fácil falar de algo que pouco se conhece, que não se tem controle, que poucos viveram ou dizem ter vivido, como explicar, como dizer ou ate explicar algo tão abstrato raro, incomum, que é capaz de mudar as pessoas, capaz de fazer sorrir ou chorar....

Todos tem decepções, não sou diferente tenho as minhas, todos se iludem inclusive eu, todos gostam, todos odeiam, não sou diferente, sou mortal, ao alcance de erros e acertos, gestos e atitudes, se hoje falho é porque no passado em algum lugar errei, se acerto é porque sem querer fiz algo bom...

Lagrimas caem não porque é triste o fim, não porque sou digno de falhas, mas porque como todos sou simplesmente mortal, normal, comum, onde em cada esquina tem um, onde não é raro o erro, não é raro o pecado e não é raro pensamentos impuros e que não é raro a desilusão....

Por trás da aparência de tudo bem, de que ta tudo certo, há uma coisa frágil fácil de quebra, passível de sofrimento, de dor e com palavras soltas no ar não melhora somente piora, destrói, mas algo está guardado num lugar seguro onde, nada poderá atingir, nada poderá destruir, as frases, as alegrias, sorrisos, favores, delicadeza, sentimento, para um outro alguém...

O tempo de esperar já passou, o tempo de boas novas é chegado, e dele espero muito mais do que recebi no passado dele espero paz, alegria e talvez alguém especial.

Pablo Danielli

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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Desfaz as amarras, solta para a liberdade pobre coração.



A menos que teu amor seja inverno
A menos que teu amor seja verão,
A menos que teu amor seja apenas como o vento
Desfaz as amarras, solta para a liberdade pobre coração.
A menos que teu amor seja água
A menos que teu amor seja chama,
A menos que teu amor não tenha medidas
Desfaz as amarras, solta para a liberdade pobre coração.
A menos que teu amor seja toque
A menos que teu amor seja cheiro,
A menos que teu amor seja por inteiro
Desfaz as amarras, solta para a liberdade pobre coração.
A menos que teu amor seja vida
A menos que teu amor seja esperança,
A menos que teu amor seja belo
Desfaz as amarras, solta para a liberdade pobre coração.




Pablo Danielli



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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A deriva

Os olhos grandes e negros olhavam fixamente para o espelho, buscando como em uma ultima tentativa encontrar ao menos um pequeno fecho de luz. Mas o anoitecer ao que parece, muda não só o dia, mas a sensação de vida dentro si mesmo.

Esperava há muito tempo por uma resposta, um sinal... E em meio à cidade feita de um mar de concreto e sujeiras, nenhum farol para indicar o caminho, apenas mais um corpo a deriva, a espera, a espera...

Do alto do seu reino de poucos metros quadrados, era capitão de si mesmo e um naufrago, do que diz respeito a sua vida. Ao desviar seu olhar para a janela percebe que seu corpo esta pesado e sua garganta não ousa dizer uma palavra se quer.

O peso dos sentimentos que nunca foram colocados a prova faziam se afogar lentamente, um fardo que o puxava cada vez mais para o fundo e não era capaz de largar tudo aquilo. Ao que parece todos temos nossas pequenas riquezas para se apegar em um momento de quase vida.

Os braços lentamente se moviam, em um movimento quase que sutil de quem não tem muita força dentro si, abrindo lentamente a janela na esperança de que o vento lhe traga um sopro de vida, embora demonstre receio no que possa sentir.

Uma voz absurdamente sedutora rasga o silencio do seu pensar, mesmo sendo quase impossível de outras pessoas ouvirem, um grito de socorro em forma de pedido lhe é feito:

- Volta para a cama! Volta para a cama!

Vira seu corpo em direção à voz e pensa consigo mesmo questionando, se isto era um pedido de alguém que tem medo da solidão ou apenas de quem quer ter um pouco mais de prazer mesmo sem compreender o quão profundo aquele gesto possa significar.

Mal sabia nadar no mar de suas emoções e teria que servir de bote salva vidas para mais uma pessoa, ironicamente a sua única conquista naqueles dias frios e de tempestade dentro do seu corpo.

Os passos que fizeram o trajeto, pareciam desbravar aquilo que a muito tempo parecia perdido e confuso, de forma quase que mecânica fechava seus olhos na esperança de se mostrar forte o suficiente para servir de porto.

Em um abraço aonde mais parecia que dois corpos tentavam se envolver para não serem atingidos pela fúria da cidade, a carne era pressionada quase unindo as duas almas.

Naquela noite ambos pareciam estar a salvos, naquelas horas que precediam mais um dia, suas aflições pareciam domadas, poderiam quem sabe ter forças para mais um mergulho no intimo de seus desejos, tentando ao menos por um momento, fugir da escuridão.


Pablo Danielli

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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Um poema







Eu fiz um poema




Que fala sobre o amor... 


Desejos e tesão, 


Que dele, faz parte. 










Mas faltava teus olhos! 


Não tinha a tua boca! 










Então... 


Tudo que se fala sobre paixão, 


É incompleto. 






Porque para sentir 


Estas palavras, 


É necessário tocar 


Teu corpo... 






Nu e cru, 


Despido de toda vergonha 


E pudor. 






Só assim, 


Este poema teria sentido. 






Só assim, 


Este sexo não seria casual. 






Somente assim, 


Poderia ter um poema, 


Que fale de amor... 


De uma forma visceral!




Pablo Danielli





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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Pulo


Do alto do meu ego
Pulo de forma cega,
Enforcando-me...
Em minhas próprias palavras.
O corpo move-se
De um lado ao outro,
Com suas pontas,
Tocando silabas.
E minha boca
Apenas consegue,
Alguns poucos grunhidos...
A morte não é do corpo
É das convicções,
Que surgem da ignorância 
Da fala.


Pablo Danielli

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Caminhos


Os caminhos dos pés,

Não seguem os passos do coração.
Volta e meia bate um vento...
E muda a direção.



Pablo Danielli


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Vende-se







Em tempos de eleição vale qualquer apelação, se vende mãe, pai e irmão... Imagine então, uma opinião!




Pablo Danielli

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Lembranças

Eu disse...
Mas não escrevi.
Eu falei...
Mas não anotei.
Eu vivi...
Mas não senti.
Um vazio,
Que se diz cheio...

De arrependimentos. 

Pablo Danielli

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Aprender



Aprendeu a ler
Quando teve fome,
Aprendeu a contar
Quando teve sede.
Aprendeu a viver
Quando deixou extrapolar,

Os limites da mente.

Pablo Danielli

terça-feira, 23 de setembro de 2014

À tarde de tardes rotineiras

Em tarde tristes e rotineiras
Aproveita a bagunça,
E levanta a poeira.
Finge que ninguém viu
E sai passear...
E no cruzar de um olhar,
Você encontra a felicidade
E quem sabe...

Um amor pra relaxar.

Pablo Danielli

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Falência programada


A falência programada
Não é a corrupção fardada,
Tão pouco ladroes representando o poder.
A falência da sociedade
Começa quando ela desiste de lutar,
Pela sua liberdade e seus ideais.
Quando se contenta
Com migalhas e a morte banal,
E a falta do pensar.
A falência humana acontece...
Quando deixamos nos corromper,
Seja pelo dinheiro ou pelo poder.


Pablo Danielli

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Olhres

Quantas portas abertas,
Podemos ser?
Quantas janelas, que transcendem o tempo...
Podemos viver?
Que olhos escondem a verdade?
Que bocas são capazes de mentir?
Somo pedaços de sentimentos,
Buscando um lugar para preencher...
Qual destino desejou nossos passos, viver?
Qual é a sede que nos mata lentamente,
O gole da vida ou o anseio do presente?
Que certezas, somos capazes de quebrar?
Estamos prontos para o novo,
Ou vamos apenas reciclar velhas palavras, para nos saciar?
Preparar o corpo, cultivar a mente, para a semente do amanha...
Porque o que se aprendeu hoje, muda lentamente.
Mesmo que nossos olhos vedados, insistam em nadar...

Contra a verdade incoerente.

Pablo Danielli


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Amores, paixão e sabores do dia a dia.

Entre as ultimas folhas
Algumas promessas escritas,
Marcas de lagrimas derramadas...
Últimos instantes da antiga vida.
Desabafos, feito com olhares tortos.
Novos passos, uma nova saída!
A mão, não sentia o peso do coração,
E os lábios, não sentiam o peso da alegria...
Em cada escolha nova, se cria uma vida!
Em cada suspiro jogado porta a fora,

Amores, paixão e sabores do dia a dia.

Pablo Danielli

Balé das letras

As palavras dançavam nas paginas
Embaralhando letras e frases,
Os olhos não conseguiam acompanhar
O balé que a imaginação ensaiava.
Como uma chuva que tocava os dedos
Parágrafos escapavam...
Os lábios movimentavam-se,
Seguindo a sinfonia que os olhos,
Deixavam-se apaixonar.
Hora suspiros tomavam conta,
Em alguns momentos risos e lagrimas...
Entre uma capa e contra capa,
Uma vida se formava.


Pablo Danielli

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ao acaso

Letras ao acaso
Sorrisos trincados,
Sonhos roubados.
A divisão do pão
O preço do perdão,
Escuridão.
Bocas vazias
Egos estufados,
Sobras da vida.
Pequenos potes a venda
Vitrines e televisão,
Que prometem amores,
Ilusão e salvação...

E um pouco de paz.

Pablo Danielli

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Anacrônico

Anacrônico

Aparou as arestas que a vida insistia em lhe fazer sobrar, forrou o chão com recortes de lembranças que desejava esquecer, mesmo que isso significasse alguns segundos de paz.
Respirou uma, duas, três vezes... Roubando o ar de toda terra para si, mostrando ao mundo que aquele momento era apenas dela e de mais ninguém. Não haveria substancia magica ou palavra escrita que a fizesse mudar de ideia, de rumo ou de sorte.
No jogo da vida, os dados ao rolarem na mesa, hora davam números pares e em alguns momentos cambaleavam quase bêbados números impares... Fazendo dar um pouco de sentido a bagunça quase perfeita, que eram seus romances e sua vida.
Arrastava seus pés para além da terra de sua imaginação e sonhava com dias anacrônicos, para ser a gota de cor no meio de uma multidão perfeita com suas vidas feitas de cristal.
O que cheirava a velho e antiquado como seus livros, tinham mais valor... Parecia que cada pagina compunha um pedaço de sua vida, cada passar de mão por capas, fazia se sentir mais inteira e mais forte. Dentro de seu pensar, além de seus segredos íntimos, estavam à fonte de toda sua força, escondido quase sufocado pelo dia a dia, lá aonde não se poderia tocar, estava sua imaginação.
Não estava pronta para sentir uma vida, com textos de romantismo apelativamente baratos, desejava o requinte de ser única, o glamour de só ela saber, como é se sentir de uma forma desesperadamente viva.

Capturar na retina, a imagem delirante que apenas uma alma capaz de entrar em ebulição pode sentir. Enquanto algumas buscam o ar de purificação, ela diferentemente, gostaria de sentir todos os pecados do mundo. E para isso, sabia que além de viver, é necessário abrir os olhos.

Pablo Danielli

https://www.facebook.com/pages/Pablo-Danielli/135413313230522

Aroma

Respira o aroma das flores mortas
Pelo concreto, pela fé e pelo suor...
Do homem, da vida e da cidade.
Que não tem um rosto, um amor,
Que não encontra respostas...
Nas paredes com propagandas,

Que prometem sorrir e sentir o calor.

Pablo Danielli


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Sobre a eleição, sujeiras e confiança.



As conclusões que se podem chegar nesses primeiros momentos de campanha eleitoral, são claramente que os candidatos tem muito mais a esconder do que apresentar. Fica claro o medo de atacar o adversário e levar um “retruque” do tipo: O seu partido também fez!


Foi muita frase de efeito para pouca proposta apresentada, sem falar que a morte de um candidato serviu de trampolim para as pesquisas, não há santos e nem heróis, todos tem uma imagem trincada e maquiada pela publicidade.

O fraco debate proposto até o momento, mostra que o pais sai do duvidoso para o incerto, estamos no meio do fogo cruzado de primatas que duelam pelo banquete da republica. Como prato principal, verba publica e o povo.

Há muito tempo não vemos realmente algo para acreditar, muda-se a legenda, o sexo e a religião, mas os pecados continuam os mesmos. Certamente se o Brasil fosse serio e a justiça fizesse de fato seu papel, os três candidatos estariam sem 70 ou 80% da sua equipe de campanha e base aliada.

Com o avançar dos dias e a aproximação da eleição, certamente termos uma carnificina em busca dos votos, tem muita coisa para sair debaixo do tapete e o tapete do planalto faz tempo que não é varrido.

O país esta desfigurado politicamente, busca um rosto, uma voz, para se identificar, candidatos não faltam, o que faltam são pessoas competente e engana-se quem pensa que mudando a figura do presidente, significara revolução, isto nem de longe esta para acontecer.

A reforma política é necessária, o próximo eleito, continuara refém de acordos e partidos, continuara com o peso da maquina nas mãos sem conseguir gerir o pais travado pela corrupção e troca de cargos e favores políticos.

Neste momento a figura do presidente não passa de uma marionete nas mãos de partidos que comandam de forma irresponsável, a democracia, repito se estivéssemos em um pais serio, estariam todos na cadeia.

Mas continuamos na ilusão que estamos em uma festa da democracia, aonde de forma muito democrática, somos todos obrigados a votar! E o que não falta são suspeitas sobre a legitimidade de tal processo, seja com relação as urnas, ou com relação aos políticos.

Mas quem sabe nos deixemos enganar novamente, de tanto nos encherem o saco, com promessas vazias que sabemos que mais uma vez não serão cumpridas, assim como em tantos outros anos e eleições que se fez.

O conselho que dou é o seguinte, ascenda uma vela pro santo, faça uma prece, e espere... Pois bem como se sabe e antigamente nosso Barão já falava:” Da onde menos se espera, daí é que não sai nada”.

Pablo Danielli

https://www.facebook.com/pages/Pablo-Danielli/135413313230522

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Tempo?

Tempo?

Por muito tempo
A falta de tempo,
É desculpa!
Pois, se arruma tempo...
Para o lamento,
Para o sofrimento,
E para viver se escondendo.
Como pode ser...
Só não usar o tempo
Para sorrir e viver?
Entre um momento e outro
Morre-se aos poucos,
O que carregamos dentro do relógio,
E deixamos escapar com o vento.
Em ventos de mudanças...

Viver, seria o tempo que poderíamos sentir.

Pablo Danielli

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Desejos

Que janela você abre,
Para teu sonho nascer?
Que porta você fecha,
Para o medo não entrar?
Qual a cor do sol,
Que teus olhos enxergam?
Quantos sentidos você usa...
E quais você abusa?
A alegria entra, ou emana de você?
Qual o lado da vida quer ter?
O avesso, inteiro ou intenso...
Que mistura doce e amarga,
Te satisfaz...(ou  te preenche)?
Além do que você demonstra ser
Ser por completo e inteiro...
É hoje uma realidade,
Ou apenas desejo?

Pablo Danielli





segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Desbotar

O desbotar do entardecer, se mistura com as cores avermelhadas e tons frios do inverno.  Adentrando o corpo com certo ar de saudades, de nostalgias e lembranças muitas vezes inventadas, de manhas e tardes que ainda espera sentir.

Respirava em forma de vida os pensamentos e desejos, chegando a inevitável conclusão de que a vida é nada mais que um amontoado de eternos momentos. Nem sempre tristes e nem sempre felizes.

Soava em forma de eco dentro de si, uma pequena fração da resposta que batia insistentemente, acompanhando seu coração em forma de ansiedade.

Aquilo que por vezes buscava e escorria por entre seus olhares, que o vento ousava em trazer de volta apenas para anestesiá-la... A paz em forma de sentimento, de sons e sensações, que arrebata, recarrega o vazio que insistia em se fazer presente.

Que sorte tem o ser humano em ser, em sentir e em querer... Os segundos, as horas, o tempo contado a gotas coloridas, doses letais de vida correndo nas veias.  Encontra-se dentro de si mesma, e encontrar em outros, alguns motivos para sorrir e seguir.

Entre alguns tropeços estar ali sentada talvez fosse a melhor queda que já poderia ter experimentado, um quadro exposto a sua frente com todos os destinos possíveis e impossíveis de se querer.

Volta tuas mãos para o mundo e toca o invisível que divide com tantos outros sonhadores, correntes que se quebram com o sonhar, laços que se desatam com o desejo, flores que brotam no caminho com o caminhar e o passar do tempo.

Pisca os olhos uma vez mais, deixa a brisa lentamente tocar tua pele, entorpecida pela energia que o por do sol lhe causou...

Prepara aos poucos tua alma para partir, assim como teu corpo, para sentir algo novo, que ainda não lhe foi apresentado, talvez um novo sorriso, uma nova lagrima, quem sabe se tiver sorte, um quase amor.


Pablo Danielli

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O conto

O melhor conto desatado sobre a vida, feito no ultimo momento de alegria, era na verdade uma grande e inédita mentira.



http://lounge.obviousmag.org/palavras_soltas/2013/10/o-conto.html


O melhor conto desatado sobre a vida, feito no ultimo momento de alegria, era na verdade uma grande e inédita mentira.
Contado a conta gotas, para saciar de palavras bonitas os ouvidos de quem os ouviam, lambuzar a boca de quem o proferia. Meias palavras, compostas por mentiras inteiras, feitas sob medida para conformar, agradar, muito mais que velhos livros, com novas formulas de autoajuda.
Falava sobre tudo o que a mente imaginava e mentes apaixonadas conseguem fazer algo que muitas outras evitam no seu dia a dia, mentes dopadas conseguem voar! Deixam à caretice dos gestos decorados e mecânicos a margem dos sonhos.
Cria-se todo um universo com nomes, momentos e prazeres. Insaciável vontade de ser feliz, faz de qualquer mulher uma meretriz, qualquer homem um cafetão.
Mistura-se boa postura com verdade nua e crua e nesse conto, a verdade machuca muito mais que poucas frases de impacto. Feitas como encomendas, entregues diretamente a qualquer ser que trate a vida com certo desdém.
Os parágrafos datilografados com letras e mais letras que se embaralhavam as incertezas, faziam o homem pensar e a mulher chorar. Um mundo de palavras, casas feitas com vírgulas e pontos, prazeres que se misturavam a virada de uma pagina. Um orgasmo em forma de ponto final!
O conto não tinha nenhuma obrigação, não fazia questão de ser diferente, não tinha pretensão de ser o que não merecia ter. Era apenas feito para cumprir sua função, emaranhado de histórias, felizes, tristes, que faziam amar, odiar e sentir.
Julgado, criticado e depreciado pelos que não conseguiam ver além de um pedaço de papel, sociedade feita de pré-conceitos, estabelecidos por seres que não conseguiam criar, para tanto tentavam podar a imaginação, que aquelas paginas traziam consigo.
O conto seguia sua rotina, passando de mão em mão, dedos diferentes buscavam o mesmo resultado, imediato como se fosse um remédio, uma formula na qual ele não fazia parte.
Mas para ele próprio, se considerava apenas uma folha, um conjunto de memorias, mesmo que outros insistissem ele desejava apenas cumprir com a sua função de ser apenas e justamente um conto.

Pablo Danielli

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Morro



Moro num morro...
Aonde quase morro,
De tanto sonhar.
Sem pé, nem cabeça...
Se chega apenas,

Se, se permitir voar!

Pablo Danielli

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