terça-feira, 23 de dezembro de 2014

NU

Estou nu
Despido de toda vergonha ,
E pudor da vida.

Estou nu
Livre de pensamentos,
De vícios ou meras virtudes.

Estou nu
Sem maldades no olhar,
Ou palavras carregadas ódio ou rancor.

Estou nu
De todo material,
Ou bem que possa fazer minha alma pesar.

Estou nu
Sem asas ou amarras,
Para ir e fazer o que eu quiser.

Estou nu
Mas o amor que cobre meu corpo,
Serve como seda, para lhe receber.

Estou nu
Mas minha falta de pudor,
Poucos percebem ou podem ver.

Pablo Danielli

Outros tempos

Vivemos em tempos
Que é mais fácil matar que falar,
Tem mais logica culpar
Ao invés de se responsabilizar.
Acordamos em dias que
O vizinho incomoda,
O transito estressa
Tudo é feito com pressa.
Anoitecemos com medo
Choramos por desespero,
E ainda assim esperamos
Que tudo mude, sem mover um dedo.

Pablo Danielli

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Memorias


Memorias

Ela tem um ferro de passar
Enferrujado, que nunca usou,
Volta e meia visita suas lembranças
Mesmo aquelas, que nunca sonhou.

Usa lagrimas que não tem
E sorrisos que não conhece,
Que poderia fazer brotar vida
Ao invés de se perder no vazio do corpo.

Mundo estranho esse, não?
Aonde pessoas querem certezas
E usam desejos com certo rancor.

Memorias quentes, de um mundo frio,
Com palavras soltas que não amarram um sentimento
Mesmo aquele quase impossível, que acontece com certos olhares,
Que costumamos gentilmente chamar de amor.

Pablo Danielli

Vozes

Ouça as vozes
Que sussurram os segredos,
Caminhos construídos
Com a luz, do autoconhecimento.

O ciclo que se apresenta é éterno
Mas seu corpo é carne, fraca,
E na terra ficará.

Apenas suas palavras, irão com o vento,
Não importa quantas luas passarem
Através da natureza, o caminho sagrado,
O equilíbrio buscará.

Para saudar passado e presente, buscando o futuro,
Valores como família e amigos, a linha da vida,
Pilares da mente, como grandes portas se erguerá.

Assim estará feita a iniciação
A elevação do corpo e espirito ocorrerão,
O templo construído com tuas palavras
Será teu fogo a iluminar-te na eternidade.

Pablo Danielli

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Tons de laranja e vermelho



E a chama que tomava conta do meu corpo, destruiu as fronteiras da carne, espalhou-se pelo ar e pintou aquele por do sol, com tons de laranja forte, quase vermelho!

Foi impossível não guardar na retina o belo quadro que a vida me presenteou, a mistura do vento com as ondas do mar, transformou em sinfonia todo o silêncio que eu guardava dentro de mim.

Por momentos fui maior, por momentos fui mais forte que a própria terra, na qual me sustentava úmida e terrivelmente fértil, pela brisa que me empunha lagrimas aos olhos, pela brisa que tocava o solo, assim como as lembranças que iam e vinham, transformando aquele exato momento em um balé, com movimentos tão sutis, tão encantadores, capaz de esconder toda a dor de uma pobre sombra ao viver aquela dança.

Não existia qualquer possibilidade de medir o tempo, não havia ao menos motivos possíveis para fazê-lo, apenas eu, o horizonte e a vida.

Em algum tipo de ritual tão simples que chegava a ser complicado compreender o quão profundo e complexo era este sentimento.

Segundo, minutos, horas, tudo tão superficial, distante da realidade que me foi apresentada, que as rugas, feitas pela maresia, já não me importavam mais, apenas o momento, apenas respirar aquele momento.

Não existia tecnologia capaz de me tirar deste transe, não existia apelo forte o suficiente para fazer com que eu me levantasse daquele lugar, no qual eu me encaixei perfeitamente, no qual foi feito de uma forma perfeita para mim.

A humanidade era apenas mais um objeto que compunha um cenário inimaginável de tranquilidade interior, sem apelos, sem atritos, apenas paz, tão completa e real que aos poucos me surgiam sorrisos, em tons laranja e vermelhos de pura e simples alegria.

Pablo Danielli

Vozes

Eu ouvi as vozes
E elas clamavam por amor.
Sofriam vagando,
Sem rumo, sem sorte,
Não sentiam calor.
No seu timbre
Notava-se o temor
Do dia e da noite,
Sem amor.


Pablo Danielli

domingo, 14 de dezembro de 2014

Perfeição

O que é perfeito?
Será que você ama, a ponto de perdoar defeitos?
Talvez nem consiga enxergar em si, os próprios erros!
Consegue multiplicar, ou somente dividir?
Talvez em alguma hipótese consiga somar!
Mas amar vai além mar,
Desde cuecas jogadas, á dormir de pijamas no sofá!
Quatro letras que juntas encantam ou destroem um jantar,
Mas se der certo, pode pensar em casar!
Se não, para que chorar, o negocio é logo separar!
E se mesmo assim quiser tentar,
Um ótimo passatempo logo abaixo vou lhe falar,
È apenas um conselho, não precisa á serio levar,
Você sai comprar e ele um futebol jogar.
Assim felizes todos vão estar.

Pablo Danielli

Tic-tac

Tic-tac, Tic-tac, Tic-tac,
Aonde a pressa ouve-se o versar do relógio
Avisando que o mundo não para.
Corre, corre, corre,
Tudo é sempre igual,
Dorme, acorda e come, dorme, acorda, come,
Sai atrasado, chega atrasado, patrão brabo.
Passeia nas horas, viaja nos segundo e descansa nos minutos.
Relógio de cabeceira, relógio de pulso e relógio de mesa,
Perder a hora é dureza.
Mas se der tempo eu como a sobremesa!

Pablo Danielli

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

No peito

O coração que tenho
Não cabe no peito,
Trago muito gosto
E sentimento solto.

O amor que tenho
Não cabe no peito,
A vontade que tenho
Não cabe no peito.

O ar que respiro
É pouco para o que tenho,
Para mover tamanho das coisas
Que trago comigo no peito.
Pablo Danielli

Tons de laranja e vermelho


E a chama que tomava conta do meu corpo, destruiu as fronteiras da carne, espalhou-se pelo ar e pintou aquele por do sol, com tons de laranja forte, quase vermelho! Foi impossível não guardar na retina o belo quadro que a vida me presenteou, a mistura do vento com as ondas do mar, transformou em sinfonia todo o silêncio que eu guardava dentro de mim.

Por momentos fui maior, por momentos fui mais forte que a própria terra, na qual me sustentava úmida e terrivelmente fértil, pela brisa que me empunha lagrimas aos olhos, pela brisa que tocava o solo, assim como as lembranças que iam e vinham, transformando aquele exato momento em um balé, com movimentos tão sutis, tão encantadores, capaz de esconder toda a dor de uma pobre sombra ao viver aquela dança.

Não existia qualquer possibilidade de medir o tempo, não havia ao menos motivos possíveis para fazê-lo, apenas eu, o horizonte e a vida. Em algum tipo de ritual tão simples que chegava a ser complicado compreender o quão profundo e complexo era este sentimento. Segundo, minutos, horas, tudo tão superficial, distante da realidade que me foi apresentada, que as rugas, feitas pela maresia, já não me importavam mais, apenas o momento, apenas respirar aquele momento.

Não existia tecnologia capaz de me tirar deste transe, não existia apelo forte o suficiente para fazer com que eu me levantasse daquele lugar, no qual eu me encaixei perfeitamente, no qual foi feito de uma forma perfeita para mim. 

A humanidade era apenas mais um objeto que compunha um cenário inimaginável de tranquilidade interior, sem apelos, sem atritos, apenas paz, tão completa e real que aos poucos me surgiam sorrisos, em tons laranja e vermelhos de pura e simples alegria.

Pablo Danielli

Só começar

O que é perfeito?
Será que você ama, a ponto de perdoar defeitos?
Talvez nem consiga enxergar em si, os próprios erros!
Consegue multiplicar, ou somente dividir?
Talvez em alguma hipótese consiga somar!
Mas amar vai além mar,
Desde cuecas jogadas, á dormir de pijamas no sofá!
Quatro letras que juntas encantam ou destroem um jantar,
Mas se der certo, pode pensar em casar!
Se não, para que chorar, o negocio é logo separar!
E se mesmo assim quiser tentar,
Um ótimo passatempo logo abaixo vou lhe falar,
È apenas um conselho, não precisa á serio levar,
Você sai comprar e ele um futebol jogar.
Assim felizes todos vão estar.
Pablo Danielli

O amor supera tudo

Como dois amantes,
Caminhamos pelas ruas, entre muros pichados da cidade,
Contemplando toda desigualdade,
Com o céu de testemunha das lagrimas e de nosso amor.

Pelos becos escuros, famigerados,
Sem tetos e famintos, observam
A soberba, fartura de nosso amor.

O mau cheiro das sarjetas,
Este, já não nos atrapalha mais,
E assim, passeamos por praças quebradas,
Mal iluminadas e abandonadas.

Contemplamos a beleza de ser diferente,
Em um universo igual.
E pelas calçadas esburacadas, chegamos ao nosso destino final,
Para nos amarmos ao som de balas cruzadas,
Em meu apartamento de vinte metros quadros,
Distribuídos entre sala e quarto,
Na periferia da cidade.
Pablo Danielli

Rima

A minha rima simples
Fica escondia,
Em meio ao teus caprichos
De mulher vivida.

Pablo Danielli

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Solidão

A solidão a pegou de repente,
Surpreendeu por sempre ter amigos,
Mas do nada, ela se viu só.
Faltava-lhe um pedaço,
Não de amizade, mas do vazio de seu coração,
Estava só de seus sentimentos,
Estava só com seus lamentos.
Faltava-lhe o frio na barriga,
O famoso arrepio na espinha,
Ou o puro e simples medo de tentar.
Beijava outras bocas, em vão,
Pois todas pareciam vazias,
Tocava outros corpos, em vão,
Pois nenhum a preenchia,
E assim ela vivia.
Com algo na cabeça,
Com outro alguém por quem,
Seus pulmões enchiam,
Assim do nada, aos poucos ela sofria.
Embora soubesse o que deveria fazer,
Seu medo a impedia de viver,
Pobre ser, escolheu aos poucos morrer.
Pablo Danielli

Luz guia


Eu abri as portas do paraíso,
Em um grande livro que estava perdido,
Pelos caminhos feitos de ouro eu te procurei,
Atrás da luz que fazia sentindo,
Em busca de uma linha guia.
Evitando o final, buscando forças,
Para superar perdas, para imaginar você,
Chances desperdiçadas, espalhadas aos céus,
As portas estão abertas, não precisa bater,
Somente entrar, pois a dor passou.
Tudo parece tão real, que me pergunto,
Se é mesmo possível, se você consegue me ver,
Pois eu sinto você, tão sutil quanto à brisa,
Tão intensa quanto à vida, quase posso tocar seu corpo.
Segure em minha mão, deixe lhe mostrar,
Que o que viveu não é nada,
E se atravessar a porta posso te guiar,
E te mostrar o que sinto.
 
Pablo Danielli

Poesia



Eu vejo na poesia uma terapia
Uma forma de fugir do dia a dia,
Da rotina chata e pacata das horas trabalhadas,
Muito mais que palavras, uma vida de fantasias.
Muito mais que sorrisos é pura magia,
Chance de salvar a princesa, momento de ser coroado rei,
Nas letras escolhidas faço minha própria lei,
Sonhos realizo em pedaços de papel, assim como o vento
Que leva meu pensamento para longe, além do horizonte.
Faço nela, o tempo parar e se quiser voltar faço também,
Planto flores e rego jardins, dou-lhe uma rosa e um buque de jasmins.
Mas a poesia me fascina, porque nela cumpro minha sina,
De viver alegrias imaginadas e criadas em rascunhos da nossa vida.

Pablo Danielli

Poema teu

Poema teu


Fiz um poema sujo
Com toda a verdade,
Que ficou escondida!
Fiz das tuas palavras rimas
Escondi dos teus olhos o mundo real,
Iludi teus sonhos, mentiras, fantasias.
Coloquei teus defeitos nele
Maquiei com teu grito, tua dor,
E o que sobrou, sobrou!
Este poema sujo
Estava carregado, manchado, quebrado,
Sem graça, sem sorrisos, somente a verdade.
E nele tudo era odiado,
Porque tuas falhas lá estavam
Porque sabia que tua vida era feita dele,
Só mais um poema entre tantos
Que ignorou, escondeu e rasgou.
Pablo Danielli

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A gaiola, a vida e a sociedade.



Entre tantos passos nas calçadas, tantos rostos que procuram esconder insatisfações e problemas, a fuga parece estar em um sorriso falso, uma foto bacana nas redes sociais ou um frase, sem ao menos ler o livro e tê-la com lema de vida.


Estamos presos a falsas escolhas que basicamente se resumem a X ou Y, quando se busca um Z como resultado. Trancados em nossos desejos, como pássaros em gaiolas, que cantam para disfarçar a tristeza de não poder se fazer livre.

Liberdade na palma da mão e nas pontas dos dedos, tão liquida que escorre pelas nossas angustias, frustrações, nos deixando longe de qualquer possibilidade de realização.

E pensamos volta e meia, precisamos continuar para mostrar a sociedade que não somos mais um, derrotado e infeliz, mesmo que o preço da vitrine seja o castigo da alma. Acabamos por não sorrir de forma verdadeira, não somos bons na nossa essência, esquecemo-nos de viver, para apenas sobreviver entre dividas e corpos vazios.

Um amontoado de palavras fica engasgado na garganta, servindo com chicote e marcando o corpo, vivemos presos as nossas gaiolas, sem estarmos preparados para sentir a liberdade, e ainda escolhemos nossa forma de punição, seja ela no futebol, politica, religião ou vícios.

Apegamo-nos a qualquer coisa que nos de uma possível sensação de segurança, quando de fato estar seguro muitas vezes significa não estar preso a nada. Não somos seres preparados para pensar e agir de acordo com nossas vontades, estamos sempre em função de algo ou algum bem do qual ele nos tem como posse.

Vivemos em uma enorme fantasia chamada sociedade, o canto que ouvimos certas vezes serve para disfarçar, em outras um pedido de socorro. Embora sempre busquemos alguma forma de nos sentirmos equilibrados e não acabarmos em um hospício por ter uma forma diferente de ver o mundo.

Ao final somos tão infelizes quanto qualquer animal em um zoológico, que ironicamente serve para nossa distração.

Pablo Danielli

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