terça-feira, 31 de março de 2015

Palavra

Que coisa é a palavra...
Uma hora agrada,
Outra não diz nada!
Simples, composta, abstrata.
Hoje, arranca sorrisos,
Amanhã... Lagrimas.

Pablo Danielli

Morro

Moro num morro...
Aonde quase morro,
De tanto sonhar.
Sem pé, nem cabeça...
Se chega apenas,
Se, se permitir voar!

Pablo Danielli

O preço da vaidade


Quando o corpo perece aos caprichos da vida, morre um pouco de nossa sensatez. Não por mera coincidência nos custamos a nos entregar aos pecados da carne, pois sabemos que uma vez provado deste delicioso mal, os nossos corpos podem pedir mais, então seria tarde de mais para recuperar a pureza pela qual nossas almas são feitas.

Está em todos os lugares, em um olhar, no dizer malicioso de um bom dia, ou apenas em uma imaginação fixa de cobiça, pela linda menina que passa sem lhe perceber. Difícil talvez seja notar, mas convenhamos ser muito fácil de se entregar, não é pura demagogia dizer que fomos feitos para o pecado, mas é tolice dizer que podemos resistir a todas as tentações que são postas em nossas mesas.
Um homem ama uma mulher, até então tudo normal, flores, poesias e carinhos no dia a dia, tudo certo, tudo legal, se não fosse o desejo carnal, o desejo de controle e sedução, de fazer coisas inimagináveis com quem esta ao seu lado, como quem tira as pétalas de uma flor uma a uma, sem lhe sobrar beleza para observar, sem restar o que apreciar, então parte para novas conquistas.

Assim tem inicio o jogo da vida, o jogo de sentimentos, o jogo das traições e o jogo das desculpas mal ditas, nessa forma que engolimos qualquer coisa para manter algo ou alguém ao nosso lado, possível que nosso orgulho nos domine, muito provável que o medo determine nossos próximos passos, se formos prestar bastante atenção, será possível observar que deixaremos muitas vezes de buscar a felicidade em outros portos, por se contentar com algo seguro aos nossos olhos, embora nossas mentes digam que se pode ter mais felicidade.

Então surge uma pergunta clara e direta em nossa cabeça, qual o preço da vaidade? A vaidade da vida, do que as pessoas vão pensar sobre nós, ditando assim nosso ritmo, impedindo cada pessoa de lutar pelo que se realmente quer. Esta preocupação em relação á própria imagem, o medo de enfrentar nossa própria imagem arranhada, em um gigante espelho, aonde todos procuram seus defeitos. Ficamos realmente pequenos diante do nosso desespero, mostramos a nós mesmos de que material somos feitos, e na maioria das vezes choramos, pela própria falta de atitude.

Somos será tão ínfimos assim? Ou apenas se contentamos em coexistir? O certo é que na maioria das vezes estamos errados, e não aceitando este erro grotesco, no qual abrimos mão, deixamos partir com ele uma parte preciosa de nossas vidas, na qual possivelmente se encontre a nossa alegria. Para tanto é necessário ser modesto, engolir o orgulho e procurar fazer o certo e o certo na maioria das vezes é o que se quer, não o que os outros querem.

Pablo Danielli

Jornal


segunda-feira, 30 de março de 2015

Palavras

As palavras dançavam nas paginas
Embaralhando letras e frases,
Os olhos não conseguiam acompanhar 
O balé que a imaginação ensaiava.
Como uma chuva que tocava os dedos
Parágrafos escapavam...
Os lábios movimentavam-se,
Seguindo a sinfonia que os olhos,
Deixavam-se apaixonar.
Hora suspiros tomavam conta,
Em alguns momentos risos e lagrimas...
Entre uma capa e contra capa,
Uma vida se formava.


Pablo Danielli

Desbotar



O desbotar do entardecer, se mistura com as cores avermelhadas e tons frios do inverno. Adentrando o corpo com certo ar de saudades, de nostalgias e lembranças muitas vezes inventadas, de manhas e tardes que ainda espera sentir.

Respirava em forma de vida os pensamentos e desejos, chegando à inevitável conclusão de que a vida é nada mais que um amontoado de eternos momentos. Nem sempre tristes e nem sempre felizes. Soava em forma de eco dentro de si, uma pequena fração da resposta que batia insistentemente, acompanhando seu coração em forma de ansiedade.


Aquilo que por vezes buscava e escorria por entre seus olhares, que o vento ousava em trazer de volta apenas para anestesiá-la... A paz em forma de sentimento, de sons e sensações, que arrebata, recarrega o vazio que insistia em se fazer presente.

Que sorte tem o ser humano em ser, em sentir e em querer... Os segundos, as horas, o tempo contado a gotas coloridas, doses letais de vida correndo nas veias. Encontra-se dentro de si mesma, e encontrar em outros, alguns motivos para sorrir e seguir.

Entre alguns tropeços estar ali sentada talvez fosse a melhor queda que já poderia ter experimentado, um quadro exposto a sua frente com todos os destinos possíveis e impossíveis de se querer.

Volta tuas mãos para o mundo e toca o invisível que divide com tantos outros sonhadores, correntes que se quebram com o sonhar, laços que se desatam com o desejo, flores que brotam no caminho com o caminhar e o passar do tempo.

Pisca os olhos uma vez mais, deixa a brisa lentamente tocar tua pele, entorpecida pela energia que o por do sol lhe causou...

Prepara aos poucos tua alma para partir, assim como teu corpo, para sentir algo novo, que ainda não lhe foi apresentado, talvez um novo sorriso, uma nova lagrima, quem sabe se tiver sorte, um quase amor.




Pablo Danielli

sábado, 28 de março de 2015

Quando a estrutura fracassa


Aprendemos deste o tempo de colégio, que todos participamos de uma democracia, temos hierarquias e nossos representantes são eleitos pelo voto popular. Aprendemos a respeitar leis e que de certa forma temos direitos e deveres, o que a principio no papel parece ser lindo e eficaz.

Passa o tempo e acabamos por descobrir, que é função do governo garantir bom atendimento na área de saúde, segurança para todos e educação de qualidade, inevitavelmente começamos a nos deparar com questionamentos, se é função do governo aplicar a pesada carga tributaria para o bem do povo, por que o povo não o recebe da forma correta?

Vemos com o passar das eleições que entra partido e sai partido, as ideologias nas propagandas são diferentes, mas as atitudes na realidade são as mesmas. Acusações de privatizações e corrupção.

O governo é uma estrutura que teoricamente não visa lucro, ele recolhe impostos e com estes impostos ele melhora a qualidade de vida de seu povo. Quando ele privatiza ou terceiriza um serviço, ou entrega um bem publico para ser dirigido por pessoas do núcleo privado o foco muda, passa-se a visar o lucro, pois diferente do governo empresas que assumem esse papel visam cifras e muitas vezes não o beneficio do povo.

Mas os impostos não diminuem mesmo essas estruturas estando administrados por terceiros, uma despesa a menos para o governo e uma carga tributaria a menos para o povo, um bom sonho. Mas não basta apenas demonstrar incapacidade de gerir a maquina publica, é necessário corrompe-la, desviar a verba publica.

Hoje em dia a politica é vista como uma forma de enriquecer, muitas pessoas entram nesse meio não para melhorar suas cidades e estados, mas porque sabem que os salários fora da realidade o faram mudar de patamar, ter melhor vida, já que o trabalhador comum pena com uma renda que beira o vexatório.

As manchetes de revistas e jornais são sempre as mesmas, denuncias e mais denuncias, apenas um reflexo das escolhas mal feitas e da cultura imposta no país. Mas em determinados momentos, raros momentos a estrutura racha, fica praticamente insuportável suporta-la, é quando os protestos começam a ganhar força.

Está escrito na história do mundo, grandes mudanças somente acontecem quando o povo se une por um ideal, não importa a nação, quando as pessoas chegam ao seu limite, quando elas saem do estado de letargia se dá inicio a mudanças significativas na estrutura e na cultura de um país.

Isto não é mais raro de acontecer, com o avanço da comunicação, do esclarecimento, da informação na velocidade da luz, está cada vez rápido tomar conhecimento da dilaceração que existe na politica. O que nos remete a varias perguntas como se estamos no modelo de economia certo, se estamos no modelo politico correto e se estamos no modelo de sociedade ideal.

Ter cidadania, ser justo e correto nem sempre é aceitar o que se apresenta como verdade, é questionar e buscar mais respostas, e se não encontra-las, exercer o direito legitimo de liberdade de expressão. Talvez as pessoas tenham confundido, pagar impostos, calar-se diante das indiferenças, estar confortável em seu sofá muitas vezes é estar tendo uma existência mecânica, viver muitas vezes exige riscos e sentir-se vivo é lutar pelos seus ideais, mesmo que muitas vezes sozinho.
Pablo Danielli

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Indi(Gente)!

Indi(Gente)!



As mãos sujas pelo mau trato da vida, vasculha de forma bruta o saco junto ao meio fio, a cada volta da sua mão na aquele paraíso de sobras humanas,  faz escapar o fedor de toda uma sociedade que ignora sua existência.

O rosto baixo com o corpo meio curvado e os olhos tristes, como quem se esconde de outros olhares falsamente piedosos, ouve múrmuros quase imperceptíveis, embora sua cabeça insista em lhe alucinar, que seja sobre sua humilhação.

Sem saber que horas são, sem se importar que seja dia, noite, ou madrugada a fora, sem obrigações legais, sem obrigações sociais, sem falsas ideologias ou filosofias baratas. Apenas com a esperança de encontrar uma sobra que possa comer, ou vender para conseguir poucos centavos.

Mesmo que seu sofrer lhe de motivos para sorrir, dificilmente saberia que se trata de felicidade, pois a pele queimada do sol e marcada pelo descaso, já não tem a sensibilidade necessária para sentir algo além da dor. Acostumou-se a dar passos vazios, há ser invisível, há ignorar seus sonhos e desejos, não poderia ser nada além de alguma coisa qualquer, quase que um objeto decorativo, essencial em qualquer sociedade trincada e obsoleta.

Percebe que não é bem vindo, percebe que não sabe para onde está indo, e que de alguma forma é motivo de risos, indelicados e indecisos. Que com suas marcas estampadas, seres ligados no automático esquecem-se de vestir-se de humanidade. Seu olhar corre pelas calçadas mal cuidadas, pelos muros pichados, uma cidade morta, cinza e explorada pela incessante busca de poder aquisitivo, que não se lembra mais qual é seu verdadeiro objetivo.

Pensa com sigo mesmo, como mudar, como sobreviver a esses tempos tão incertos, não poderia ser ele o único invisível em um lugar que parece ser bom apenas para sobreviver.

Aos poucos se levanta, exalando o cheiro de seu viver pelos poros entupidos de verdades nunca ditas, abandona o saco, já sem nada para lhe oferecer, da alguns poucos passos com seus pés calejados, prostrando em frente aquilo que pode ser mais uma refeição, cai uma lagrima lhe dando esperança de que ainda não foi totalmente destruído e que lhe resta uma gota de humanidade e assim segue sua sina, imposta por outras línguas que não conseguem identificar o sentido da vida.
Pablo Danielli

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Amores de vitrine

Um amor indivisível
Com todas as sobras possíveis,
Com todo o afeto desnecessário.
Com todas as lagrimas e sorrisos
Transbordáveis.
Com todos os sonhos intransponíveis,
E com todos os problemas risíveis.
Mas nunca, um amor de vitrine.

Pablo Danielli

sexta-feira, 27 de março de 2015

Veja lá!

Veja lá!
O pássaro que voa,
A pessoa à toa...
A felicidade passar.
Quem dera
Um sopro de alegria,
Uma visita amiga...
Um amor pra toda vida!


Pablo Danielli

Terra

É tua 
A terra que pisas,
Mas somente a que esta em tuas solas,
Os passos que ficaram ao tempo,
Estes não te pertencem mais...
Tão pouco, os que mesmo distante,
Almeja dar.
Não tem direito algum e nunca terá
Sobre a vida que se apresenta
Como forma de presente.
E o calor que sentistes 
Em alguns momentos,
Será substituído por noites frias.
Assim é a vida...
Hoje se tira, amanha se dá.


Pablo Danielli

quinta-feira, 26 de março de 2015

Janelas

Que janela você abre,
Para teu sonho nascer?
Que porta você fecha,
Para o medo não entrar?
Qual a cor do sol,
Que teus olhos enxergam?
Quantos sentidos você usa...
E quais você abusa?
A alegria entra, ou emana de você?
Qual o lado da vida quer ter?
O avesso, inteiro ou intenso...
Que mistura doce e amarga,
Te satisfaz...(ou  te preenche)?
Além do que você demonstra ser
Ser por completo e inteiro...
É hoje uma realidade,
Ou apenas desejo?

Pablo Danielli




Terra

É tua
A terra que pisas,
Mas somente a que esta em tuas solas,
 Os passos que ficaram ao tempo,
Estes não te pertencem mais...
Tão pouco, os que mesmo distante,
Almeja dar.
Não tem direito algum e nunca terá
Sobre a vida que se apresenta
Como forma de presente.
E o calor que sentistes
Em alguns momentos,
Será substituído por noites frias.
Assim é a vida...
Hoje se tira, amanha se dá.

Pablo Danielli



Mordaça


terça-feira, 24 de março de 2015

Engrenagem

Os passos da vida, vão e voltam,
Mas os ponteiros dos relógios somente vão...
Assim como palavras e silêncios,
Que se perdem no tempo,
Que vai e não volta.
Tal qual a lagrima que cai...
E o sorriso que se desfaz.
Não há mal maior que o medo,
Do tempo que passa,
E amassa lembranças...
Sem esperar que se faça,
Algo para aliviar o tic-tac,
Que se ouve quando o vento passa.

Pablo Danielli

terça-feira, 17 de março de 2015

Margens

As margens dos olhos
Lagrimas são como alento,
Que dão vida ao sentimento.

Todo sonho cria forma
Como a palavra que se espalha,
Dentro da mente.

Mas o silencio que doma o corpo
É com amarra, que segura o tempo...
Deixando a insegurança permanecer.

E no horizonte que se forma
Entre a retina e a pálpebra...
Ganha conforto,
Com o calor que toma a alma.

Com o abrir e fechar de olhos
Luz e sombra tomam forma,
Vida e morte se misturam...

Com o se pôr e nascer do dia.

Pablo Danielli

Ruas



Olha, lá fora esta a rua
Deserta, vazia de ideias,
Sente o cheiro de podre no ar,
È a morte anunciada.
A falência programada,
Em um mundo que não pensa
Pessoas estão fadadas a se escravizar.
Tira esta venda, que insiste em usar,
Luta por novas causas, defende tua mente,
Procure na inteligência, o pensamento, para se libertar.

Pablo Danielli

segunda-feira, 16 de março de 2015

Lixo

Lixo,
Assim como a vida,
Reciclável!

Vida,
Assim como lixo,
Mal aproveitado!

Ambos precisam,
Do homem, para ser...
De sua vontade, para estar...
Da sua atitude para melhorar!

Lixo
Somos todos lixos...
Vida,
Em busca de uma vida...
Para reciclar, para recomeçar!
Pablo Danielli

Politica

A imbecilidade na forma politica.

"A politica de hoje, é a ruína da sociedade do amanhã. A omissão das pessoas hoje... É a morte da democracia em sua forma sã. Dentre todos os regimes postos e impostos, o do silencio ainda é o que mata mais pessoas e esperança".



Um discurso bonito, um terno bem cortado, lagrima nos olhos ao falar das pessoas e seu sofrimento... Este tipo de descrição certamente deve levar sua imaginação ao mundo dos políticos. A pergunta que ecoa pelo vazio da mente, certamente é: Se o discurso é bonito, porque as suas atitudes são baratas?

"A política é constituída por homens sem ideais e sem grandeza."
Camus, Albert

O que podemos perceber é que não existem mais ideologias partidárias, direita alia-se com esquerda, e moderados fazem o acordo que bem entendem, apenas para ter uma secretaria, uma porta de entrada no governo, partidos são criados apenas para arrecadar verba publica e tempo de televisão. São como carrapatos que se alimentam da maquina governamental.

Manchetes e mais noticias são apenas para delatar casos de corrupção, acordos feitos à surdina, para conseguir mais poder, mais influencia, a politica na sua essência é um jogo de influencia e poder, o dinheiro é visto como um bônus por aqueles que estão na roda.

Ser tratado como uma espécie de salvador, todas as glorias possíveis por jogar migalhas ao povo, estar acima do bem e do mau e ter o aval da justiça para isto. E nem ao menos podemos falar que há luz no fim do túnel, porque volta e meia corremos o risco do apagão.

O país se comparado a outras estruturas politicas, pode ser considerado ainda uma pequena criança, que começa a amadurecer, temos pouco mais de quinhentos anos e talvez por isso ainda cometemos erros primários.

O Brasil hoje vive uma politica de divisão entre classes sociais, é mais fácil falar que uma classe dominante oprime outra menos favorecida, do que o governo assumir sua culpa na falta de uma boa politica social e se engana quem pensa que politica social é tirar do rico para dar ao pobre.

Nos temos cotas, nos temos impostos, nos temos propagandas governamentais que incitam o ódio entre classes e nos temos ainda mais falho que tudo, os nossos políticos com seus narizes empinados pensando que toda critica é injusta e que toda oposição é burra.

"Em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades."
Tocqueville , Charles

Estamos em uma espécie de lodo, aonde quanto mais tentamos se envolver ou se livrar, mais acabamos por nos sujar independente da intenção ou da ação proposta. Teorias e mais perguntas são formuladas tentando encontra uma explicação logica para esse fenômeno que se apodera das pessoas que entram no circo politico.

Somente os políticos seriam corruptos ou a população de forma geral vê na politica uma forma de se beneficiar e enriquecer de forma fácil e rápida? O terno e a gravata seriam apenas uma vestimenta que nos permite mostrar a verdadeira natureza com a certeza da impunidade, ou apenas nos obrigamos a entrar no jogo?

Será que de fato estamos preparados para lidar com o poder? A palavra politica vem de tempos antigo, mais precisamente do grego Politeía, que vem da arte de dominar a organização e administração de uma nação ou estado. Significa ainda, a sociedade e sua coletividade, engloba tudo referente ao individuo, no seu intimo e no seu coletivo.

“O homem é um animal politico”.
Aristóteles

Por mais que de forma geral, falemos que não gostamos ou não queremos envolvimento com as questões politicas do país, praticamos no nosso dia a dia este ato, a politica partidária é apenas uma das mais variadas forma de exercê-la.

Que soluções seriam possíveis, que horizonte nos espera além de um próximo mandado de acordos e noticias de descaso, independente da bandeira partidária. A mudança acontece de forma lenta quase imperceptível, talvez em cem ou duzentos anos seja possível, uma organização confiável aos olhos do povo.

Acabar com a farra partidária, com as negociações e com o dinheiro que corre de forma descontrolada seria uma opção. Criar três grandes blocos políticos, esquerda, centro e direita, sem meio termo, já que os partidos hoje são feitos apenas para negociação.

Dividir o tempo de propaganda de forma igual entre os três blocos, assim evitando acordos por tempo de exibição. Limitar o teto de gastos da campanha, não é concebível que se gaste mais que trinta por cento do que o politico irá receber de salario. Certamente quando se extrapola esse limite, usara de favores ou outros meios para recupera o “investimento”.

Acabar coma imunidade parlamentar, roubo e desvio de verba, são crimes e devem ser punidos como tal. Acabar com a reeleição, mandato único de seis anos e fim do voto obrigatório, em uma democracia ser obrigado a fazer algo, é uma ditadura falsificada.

Muitas outras medidas seriam necessárias, mas com mudanças básicas grande parte da corrupção começaria ser evitada. É necessária uma mudança de comportamento da população em não apenas ver na politica uma forma de ganhar, mas sim, de agregar valor a comunidade, a sociedade de forma geral.

Politica não se trata de enriquecer, mas sim de dividir, valores morais, éticos e sociais. Uma sociedade só é justa quando todos têm os mesmos direitos e não apenas quando quem esta no poder tem o direito.

 Todos têm que aprender a viver a politica e sermos políticos, independente de partidos ou do interesse que isso possa desenvolver.

“Em política, os aliados de hoje são os inimigos de amanhã.”
Nicolau Maquiavel
Pablo Danielli

A falta da compreensão

A falta da compreensão



Eu não entendo,
O jornal não fala?
O governo disfarça...
Enquanto a farra não para!

Vivemos dias de incompreensão, de idéias, de palavras e de motivos.  A principio poderia dizer que a população sofre de uma crise aguda, no que se diz respeito a caráter e honestidade e que automaticamente esta amplamente estampada na grande maioria de nossos políticos.

O descaso com a saúde, com a segurança e com a educação não surgiu nos últimos dias, nos últimos anos, apesar de sermos uma democracia que engatinha em comparação com tantas outras milenares pelo mundo, que também possuem problemas parecidos.

A falta de respeito e a nossa mania de acreditar, que com o dinheiro se compra tudo, possuem raízes mais antigas que estes novos dias que se apresentam conturbados.

O brasileiro começou a se importar, mas o quanto da população realmente se importa? A classe rica que começou a perder dinheiro ou a classe pobre que quer um pouco mais para parecer maneiro? Existe algum motivo que não seja o interesse próprio?

Parece que estamos aos poucos saindo de uma zona de conforto, mas não porque desejamos e sim porque a indiferença está batendo a nossa porta, cobrando providencias, a miséria esta estragando a vista da janela de nossas salas e isto incomoda.

O plano de saúde não é mais garantia de bom atendimento, as mensalidades altas de escolas privadas não garantem futuro promissor para seus alunos e hoje temos que pagar para ir e vir em nossas estradas.

Estamos levantando de nossas camas e saindo as ruas porque mexeram em nossos bolsos e não em nossas mentes. E como bons brasileiros, será que queremos mais do que podemos?

Somos escravos da falta de opções (eleitoral, cultural, emocional), da falta de leitura, da falta de compreensão do que nos falam, do que nos empurram e do que nos ditam. Falamos em mudanças mas somos os primeiros a atacar, atacamos a religião, agredimos a cor, ficamos enojados  com opção sexual. Apenas olhamos para os lados e disfarçamos.

Vivemos um momento que em frente a outras pessoas falamos o que todos desejam ouvir, mas no nosso intimo dilaceramos palavras desrespeitosas, impiedosas sobre tudo e todos.

Não somos capazes de analisar um contexto, apenas pegamos uma fração, pequena parte do que nos agrada e fazemos disto uma bandeira, mesmo que rasgada.

Bons governos criam pensadores, maus governos criam eleitores, a formula aplicada é simples:

Descaso + Corrupção + Falta de solução + Manipulação= País escravo.

Acredito que a mudança não acontecera em poucos anos, levara décadas e séculos, possivelmente muitos não estarão vivos para ver tais maravilhas acontecerem.

Maus políticos para nossa sorte também envelhecem e morrem, os novos devem ter consciência disto também. O homem não teme a prisão no Brasil, principalmente quem tem dinheiro.

Mas teme ao morrer em ir para o inferno, pois apesar da alienação que religião provoca muitas vezes, ela tem um papel fundamental na ordem social.

Acreditar em céu ou inferno muitas vezes é o único fator que faz um ser humano mudar, não porque quer, mas porque teme o desconhecido. Ironicamente a religião de alguma forma, pode sim salvar.

Salvar-nos de uma esquerda aterrorizadora e de uma direita macabra, nos salvar da lábia, que insistimos em acreditar. Acreditamos na foto bonita, no discurso bem elaborado, acreditamos que não cometeram erros no passado.

São ditas mentiras e mais mentiras para esconder a verdade, que todos temem e que todos esquecem.

O nosso pequeno ciclo vicioso de pequenos favores e prazeres:

Tempo para esquecer + boa propaganda + dinheiro + favores = Eleição

Você caminha por pedaços de calçadas esburacadas, reza para quando chover não alagar a sua casa e se tiver sorte, não ser atropelado por algum individuo com pressa em te passar para trás. Somos apenas um reflexo de uma possível civilização, somos uma sombra de algo chamado humanidade.

Aprendemos a fazer promessas, mas não sabemos como cumpri-las, assim é na vida pessoal, assim é na vida publica, com nossos amadores políticos.

Poucos ainda se perguntam, se as manchetes de grande parte dos jornais maquiam a realidade, se a televisão fantasia a vida e a internet esconde teorias, no que podemos acreditar, como podemos compreender o que cerca esses olhares perdidos.

Somos um pequeno grão de areia, em um oceano de dizeres, que inundam nossa mente sedenta de conforto. Temos em parte o desejo pela verdade, mas falta a vontade de vê-la... Pois perceber que somos parte de um todo, de uma equação que não esta balanceada, é ver que somos parte de um problema.

E como bons seres, preferimos ver a pele trincada de nosso vizinho, ao cuidar de nossas rugas disfarçadas com alguns sorrisos.

Nosso estado latente de inércia, não nos permite aplicar moralismo algum, pois conta à lenda que como bons brasileiros, temos o dever de tirar proveito de qualquer falha na história.

Acomodação + Julgar + Promessas + Falso moralismo = Espelho.
Pablo Danielli

sexta-feira, 13 de março de 2015

Sobre a eleição, sujeiras e confiança.



As conclusões que se podem chegar nesses primeiros momentos de campanha eleitoral, são claramente que os candidatos tem muito mais a esconder do que apresentar. Fica claro o medo de atacar o adversário e levar um “retruque” do tipo: O seu partido também fez!

Foi muita frase de efeito para pouca proposta apresentada, sem falar que a morte de um candidato serviu de trampolim para as pesquisas, não há santos e nem heróis, todos tem uma imagem trincada e maquiada pela publicidade.

O fraco debate proposto até o momento, mostra que o pais sai do duvidoso para o incerto, estamos no meio do fogo cruzado de primatas que duelam pelo banquete da republica. Como prato principal, verba publica e o povo.

Há muito tempo não vemos realmente algo para acreditar, muda-se a legenda, o sexo e a religião, mas os pecados continuam os mesmos. Certamente se o Brasil fosse serio e a justiça fizesse de fato seu papel, os três candidatos estariam sem 70 ou 80% da sua equipe de campanha e base aliada.

Com o avançar dos dias e a aproximação da eleição, certamente termos uma carnificina em busca dos votos, tem muita coisa para sair debaixo do tapete e o tapete do planalto faz tempo que não é varrido.

O país esta desfigurado politicamente, busca um rosto, uma voz, para se identificar, candidatos não faltam, o que faltam são pessoas competente e engana-se quem pensa que mudando a figura do presidente, significara revolução, isto nem de longe esta para acontecer.

A reforma política é necessária, o próximo eleito, continuara refém de acordos e partidos, continuara com o peso da maquina nas mãos sem conseguir gerir o pais travado pela corrupção e troca de cargos e favores políticos.

Neste momento a figura do presidente não passa de uma marionete nas mãos de partidos que comandam de forma irresponsável, a democracia, repito se estivéssemos em um pais serio, estariam todos na cadeia.

Mas continuamos na ilusão que estamos em uma festa da democracia, aonde de forma muito democrática, somos todos obrigados a votar! E o que não falta são suspeitas sobre a legitimidade de tal processo, seja com relação as urnas, ou com relação aos políticos.

Mas quem sabe nos deixemos enganar novamente, de tanto nos encherem o saco, com promessas vazias que sabemos que mais uma vez não serão cumpridas, assim como em tantos outros anos e eleições que se fez.

O conselho que dou é o seguinte, ascenda uma vela pro santo, faça uma prece, e espere... Pois bem como se sabe e antigamente nosso Barão já falava:” Da onde menos se espera, daí é que não sai nada”.
Pablo Danielli

Para ser criança



Bola rola, rola bola,
Bola pica, voa bola!
Criança vê, criança quer,
Chutar a bola, brincar de pega-cola e pular corda,
Sapeca criança, criança sapeca, entra na dança,
Dança de bambole.
Passa o anel pra cuidar, canta uma cantiga pra ninar,
Salva a princesa da torre do castelo,
Vira herói, mata o dragão e prende o vilão.


Pablo Danielli

quinta-feira, 12 de março de 2015

AMORES E CORAÇÕES PARTIDOS

O amor
A vida, 
Um sonho...
Um coração inteiro
Divido por duvidas,
Que pairam no ar.



De todos os amores vividos de forma visceral, os que foram folheados em paginas de livros e apenas estes, não deixaram seu coração amargo. Não deixaram seus lábios secos, ficando apenas uma sensação de provocação, instinto de um pobre coração pulsante, a espera de algo a mais, que suas pernas fiquem bambas e suas mãos, tremulas.


Do sol que cortava sua pele, ao entrar pela janela, cedendo uma pitada poética ao seu quarto, levemente desorganizado, mas ainda assim confortável, como seu coração... Revirado, mas a espera de confortar um novo amor.

Musicas incessantes, que insistem em lhe ensinar que lá fora e em cada esquina existe vida, vendida em pequenas bancas, estendidas em cordas, como ofertas de jornais. Basta ter coragem suficiente de pagar o seu preço, um pouco de sorrisos, algumas lagrimas, em algum momento amores e corações partidos.

E dentro de si, bate de forma violenta a duvida:

E depois? O que será de mim?

O que resta depois do prazer, do sexo e da dor?

E seu silencio de forma simples e caótica responde:

Será o que tiver der ser e se assim tiver o direito de viver.

O mundo conspira contra você, que se quer abriu a porta do quarto. Respirou ar novo, soltou o velho por entre as lembranças, buscou novas palavras... Esperança vendida em pequenos frascos, leves e rasos, oriundos de alguma parte do velho mundo.

A insanidade do relógio insiste no passar das horas, o tempo para algumas memórias soa como castigo e você prefere trancar em algum canto escuro da história. Seus pés tocam o chão, puxando o peso do seu corpo para a realidade confusa, que brinca com sua vida sem parar.

Você deseja tornar a deitar, viver sem o gosto da boca seca, sem precisar cobiçar, mas a vida que bate em sua porta, insiste, persiste em lhe chamar, tentando lhe iludir de que seus olhos irão se encantar, quando novamente e mesmo perdida, você tornar a amar.



Pablo Danielli

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terça-feira, 10 de março de 2015

O som do silencio

Alguns sons e sentimentos rompem o imaginário, às vezes gritam de uma forma única que somente quem o sente pode perceber. 
Detalhes quase imperceptíveis, rompem de forma brusca a harmonia que existe no silêncio.



O espumante espalhado pelo chão molhava a ponta dos pés, do corpo que estava estendido em meio ao quarto bagunçado. A janela, entreaberta permitia que a chuva tocasse os papeis rasurados em cima da mesa.
Molhando palavras sobre o amor, alguma coisa sobre a dor. Lavando o que o silencio escreveu, como a pessoa não conseguiu fazer. Limpando os sentimentos que estes estavam sujos.
O vento que rompia a cortina fazia dispersar o odor, da vida, da morte e do sexo casual. O toca discos não conseguia seguir para a próxima musica, ficava repetindo o verso riscado do “LP”, em forma de um blues lento e dramático.
Assim como muitos pensamentos antes de transpor a porta do quarto, riscavam a mente de forma repetitiva.
A marca de dedos no espelho, as roupas amassadas em cima da cama, a meia luz deixando um clima intimo e tenso. Um som destoa o equilíbrio do ambiente, sutilmente uma voz rouca canta versos, de maneira imperceptível a outros corações.
Seus pés moviam-se de forma firme e lenta, em direção ao corpo estendido no chão. Os dedos ásperos pressionavam o dorso e as coxas, quase que rasgando a pele como seda.
Deixando suspenso no ar um amontoado de sentimentos, jogando de forma brusca sob a cama e em um gesto impensado de desapego carnal.
Os olhos despertam, enquanto a boca lentamente desfere um beijo, que como arma abate qualquer reação desnecessária. Alguns silêncios são mais intensos que qualquer palavra, falam muito mais que algumas paginas rabiscadas.
Alguns silêncios rompem o espaço, preenchem o vazio deixado, completam um olhar.
Alguns silêncios rompem a noite e falam por si só. Alguns silêncios são como um beijo que desafia a vida, como o amor que desafia a morte. Amor que mata e também liberta, que ressuscita em noites frias ou dias quentes.


Pablo Danielli

Dedos


sexta-feira, 6 de março de 2015

Apaixone-se pelo gesto e não pelo objeto!


Deixe de lado as revistas e os blogs de beleza, o apelo da mídia por corpos definido como “perfeitos”.  Não há motivos para simplesmente esquecer o ser e cultivar o ter, apenas uma marca, uma forma de esconder nossas carências afetivas.
O melhor sapato, o melhor perfume e a melhor roupa, itens que são esfregados em nossa cara como forma de ser uma pessoa melhor, custa tempo e vida para comprá-los, embora tudo isso se acabe com o tempo assim como nossos corpos.
Pratique esporte para ter uma vida saudável, vista-se para sentir-se confortável não simplesmente para sentir-se importante. Deixe o detalhe preencher este espaço, aquela falha (marca) que apenas você tem e lhe torna único.  Isto é o que deve realmente encantar, o gesto... E o resto não passa de item de colecionadores de decepções, de invejas, de lagrimas e rancores.
Um bom carro pode te levar a muitos lugares, mas somente os pés molhados pela chuva, fazem você lembrar-se de como é bom ser humano. Não há motivos de temer aquilo que nunca tivemos, nunca vivemos e nunca sentimos.
Desapegue-se do material e cultive o essencial, ninguém vive sem amor, sem carinho, o dinheiro abre portas, o abraço abre corações.
Cultive a mente, o coração e sorriso e não se preocupe com á lagrima deixe-a cair para semear. Trouxemos para o mundo, apenas nosso corpo ao nascer e ao morrer nem ele levaremos, então que fiquem ao menos as lembranças, alimentemos a alma, porque o corpo, esse é objeto.


Pablo Danielli 

terça-feira, 3 de março de 2015

Senhores



Os senhores dos desejos
Cobiçam o impossível,
Sonham com o inevitável...
Trocam afagos com o invisível.
Os senhores dos desejos
Não querem o desejo alheio,
Tão pouco...
O sonho, mal sonhado!
És-lhe permitido
Em seu pequeno mundo,
A vida, a morte...
Inquebrável e indivisível,
Autoridade.
Multiplicam-se
Pelas ruas e espelhos...
Trincando imagens.
Hora... Bons! Hora... Maus!
Partidos e corruptos...
Na falsa liberdade,
Tal imagem do pai
É a do filho.


Pablo Danielli

Nem tudo


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