segunda-feira, 12 de dezembro de 2016



[Carniceiros]





Na escuridão, 
A espera, a espera...
Uma cadeira velha, 
Uma janela quebrada.
Casa, que não é lar,
Tão pouco, morada...
Uma cidade presa, 
Na calada, da noite.
Gritos se escondem, 
Em becos escuros,
Batizados pelo mijo, 
Sangue de bêbado.
Corpos protegidos, 
Pela fé, Pela sorte,
Por paredes erguidas pelo medo.
Suor, lagrimas ou acaso?
Realidades maleáveis... 
Sonhos manipuláveis...
Jornais que batem a porta,
Trazendo números,
Mais um morto, mais um morto.
Carniceiros se amontoam, 
Sobre manchetes que escondem o chão.
Tudo serve de espetáculo, para chamar atenção.
A alma podre é um prato cheio,
Para aqueles que vivem...
De desilusões.
Em cidades de concreto e asfalto,
O sangue rega o pouco da terra,
Em forma de perdão.
Um desconhecido.
Um amigo.
Um irmão.
Carniceiros veem pequenos presentes
Como oferendas a um rei morto,
Manipulação.
O cheiro já não incomoda,
Ter um Deus pouco importa,
Faces perdidas pelas ruas,
Aflição.
Tempo que escorrega pelas sarjetas,
Levando a dignidade...
Dilacerando o pouco de humanidade,
Ombros que carregam o mundo,
Sucumbem ao umbigo.
Estar vivo, estar morto,
Já não importa mais.
O ar já não é fresco,
A água tem um gosto insuportável
Da verdade.
E o que mais cresce,
Em meio ao silencio,
São os campos da morte.
Chora a criança,
Desespera-se o jovem...
Lamenta o adulto.
O miserável apenas sobrevive,
As favelas apenas sobrevivem,
Bairros nobres são como prisões,
Vigiadas, assistidas e impossíveis de chegar,
Que resistem em meio à realidade assistida.
O mundo não para...
O universo não para...
Não é tua a verdade,
Não é minha a mentira.
Há muitas coisas não ditas,
Existem muitas palavras distorcidas,
Que não se explicam.
É a chuva que afoga,
O sol que castiga,
Culpa da vida que não tem dono.
Culpa da dignidade que tem preço.
O sexo não da prazer...
O coito não dá gozo...
A boca não seduz...
São apenas feridas,
Desejos da carne, 
Que já não se satisfaz.
Rotina, rotina, rotina.
Nada surpreende,
A vida é banal.
A morte é casual.
O que importa é o clique,
A audiência que gera a cifra,
Ceifadores da discórdia.
Mesmo que seja necessário,
Culpar, sem se desculpar.
O que importa da história
É o começo e o fim...
O meio se justifica,
Como propaganda,
Como desculpa,
Números na conta.
O cheiro do esgoto...
O cheiro da merda...
O cheiro das ruas...
Tantas realidades,
Que se misturam.
Animal, animal, animal...
Em meio ao ato civilizatório 
Somos todos irracionais.
Primatas que acham que o cheiro, 
Dó próprio cú é perfume,
Que o arroto é musica,
E que o pinto e a buceta,
São do tamanho do nosso ego.
Orgulho que nos manipula.
Fé que nos cega.
Vaidade que nos corrompe.
Somos todos escravos,
De diferentes verdades.
Somos todos prisioneiros,
De nossas próprias ironias.
Somos todos mortos vivos,
Carniceiros, apodrecendo, escondidos,
Na escuridão...
A espera, a espera.





Pablo Danielli





*A Gravura ( imagem ) pertence a Oswaldo Goeldi,Artista Carioca que viveu entre 1920 até 1961.

Para saber mais sobre o artista:


terça-feira, 6 de dezembro de 2016



(Sem morada)

Vem desprezada
Humilhada por todos
Em silêncio
Passos lentos
Como uma puta manca.
Usada, dilacerada
Por seres desprezíveis
Em sua grande parte
De terno e gravata.
Já não tem casa
Escorraçada e sem morada
Esconde-se por debaixo
De mentiras pintadas
De verdades.
Bocas podres
Ou sutilmente limpas
Não a tocam mais.
Esquecida, esquecida, esquecida!
Como uma leprosa
Ninguém a toca.
A honestidade hoje
Está morta!


Pablo Danielli

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016



Mordaça



A palavra,

É uma expressão da vida.

O silencio,

É uma expressão da morte.

A palavra que é pensada,

E não é dita...

Já nasce morta.

A palavra dita sem pensar,

Afoga-se...

Pois não significa nada.

Da mesma forma,

Que os pulmões, necessitam do ar,

A boca, também necessita de mordaça...

E em algum outro momento,

A oportunidade da fala.



 Pablo Danielli

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

[32.]


Muitas vidas que não acontecem,
Não existe compreensão...
A boca que pede perdão,
Não estende a mão!
Quem criou o caos?
Quem criou o caos?
A morte, não permite chorar,
É preciso sobreviver, lutar!
Esta noite,
Não há historias para contar...
Não se houve cantigas
De ninar...
Filhos mortos,
Não podem escutar.
Existe a penas o pesar,
A perda e a dor.
Lagrimas, feitas de sangue,
Que marcam para sempre,
O chão que se passou.
A fronteira que separa,
Limita também, a cabeça e o coração.
O desespero vira capa de jornal,
Gera ibope na TV...
Emoção que passa,
Depois do comercial.
Em algum lugar do mundo,
Alguém sorri...
Pensa (?), ainda bem,
Não é aqui!
Em alguma cama, alguém deita,
Sem o peso dos mortos nas costas.
Os pecados de poucos,
São castigados com o sofrimento de muitos.
Fazendo da vida,
Algo inacabado...
A marcha dos excluídos,
Toma conta do mundo.
Porque, todos temos,
Nossos mortos, para enterrar.
A miséria que a noite esconde,
O dia revela!
E nada sobra do nosso reflexo...
Da um beijo de despedida,
No corpo do teu filho,
E parte sem destino.
Porque o sangue,
Que mancha a terra,
Não é culpa tua!
Os gritos calam,
Mas a dor é eterna.
Para quem sente,
Que o vento de agosto,
Trás apenas o temor...
De um setembro sangrento.
Acende uma vela e reza,
A espera de perdão e compreensão,
De quem pode, mas finge não saber como...
Salvar.
Oferece apenas um pedaço de pão,
Enquanto no silêncio da noite,
Cala-se, mais um coração.


Pablo Danielli

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O que é a morte?
Se não, uma ausência temporária,
Uma chama apagada.
Uma lembrança...
Uma lembrança...
A ausência da carne,
Um peito apertado,
Uma lagrima, que se derrama.
O que é a morte?
Se não a celebração da vida,
O tempo contado de forma diferente,
Segundos que duram séculos,
Memórias que não passam.
Um sonho, que não acaba...
Um sonho, que se apaga...
Para que serve a morte?
Se não para nos lembrarmos
A fragilidade da vida,
Pra não esquecermos palavras,
Que deixamos engasgadas, não ditas...
Para sermos mais humanos,
Mesmo quando tudo é uma interrogação,
Vento frio, solidão...
É necessário que se preencha com esperança,
Combater a morte, com exclamação!


Pablo Danielli

segunda-feira, 21 de novembro de 2016



[Latente]

A duvida emudece a alma,
E pergunto-me...


Do que é feito, teu corpo?
Do que é feito, teu corpo?

Traços embaçados,
Veias latentes...

De onde vêm tuas certezas?

É vida o que tens dentro de ti!
É vida, o que tens dentro de ti?

Amordaça o que não te serve,
E se encontra dentro de si...

O que pensa que o vento extraviou,
Deixa que o eixo una uma coisa à outra,
E transborde...

Para que o sono não seja de culpa!

E nem a sina da existência, uma desculpa...

Pela resposta que se deixou de ter,
Por aquilo, que se deixou de viver.

Pablo Danielli

domingo, 20 de novembro de 2016



[Em algum momento]

De o primeiro passo
Gaste a primeira sola,
Crie as primeiras marcas.
A vida tem dessas surpresas
Estas aventuras do acaso,
Marcas acontecem para quem vive
Não para quem apenas sobrevive.
Ouse com alguns olhares
Derrube muros com alguns sorrisos,
Deixa extrapolar alguns gritos!
A alegria não foi feita para ser guardada
Em pequenos potes ou em pequenos vidros.
Suspiros não nascem do nada
Requerem ousadia, tem que se permitir sentir,
Arriscar para poder perder
E para poder, em algum momento viver.


Pablo Danielli

sábado, 19 de novembro de 2016



[Desejos]

Que janela você abre,
Para teu sonho nascer?
Que porta você fecha,
Para o medo não entrar?
Qual a cor do sol,
Que teus olhos enxergam?
Quantos sentidos você usa...
E quais você abusa?
A alegria entra, ou emana de você?
Qual o lado da vida quer ter?
O avesso, inteiro ou intenso...
Que mistura doce e amarga,
Te satisfaz...(ou te preenche)?
Além do que você demonstra ser
Ser por completo e inteiro...
É hoje uma realidade,
Ou apenas desejo?


Pablo Danielli

quinta-feira, 17 de novembro de 2016



(Absurdos)

O silêncio absurdo
Penetra como uma faca
Na solidão!
Dilacerando
Suas certezas,
Expondo sobre a mesa
Sua inquietação.
A chuva caindo
O gotejar de sua torneira
Rompem o vazio,
Preenchido
Com a fúria irritante
Do caminhar das horas.
Um espelho
Que o desprezava,
Restos de vinho
Em uma arranhada taça.
Sobras
De duvidas,
Inacabadas.
Fechar os olhos
Abrir a mente
Saco de pancada da vida,
Há quem finja que aguente.
Fim trágico
Se conformar
Em ser mais um,
Como tanta gente.
A luz que brilha
É apenas um reflexo,
Da escuridão que se faz
Tão presente.


Pablo Danielli

quarta-feira, 16 de novembro de 2016



E a morte murmurou:

Dentre todos os que vagam,
Eu escolho você!


Para desafiar o sofrimento
E toda dor que é se libertar,
E teu grito abrirá os olhos dos demais.

Teu sangue lavara
A alma dos não puros,
As cicatrizes serão tua marca
E delas, será apontado por todos,
Como sujo, como tolo!

Sentirá o peso da culpa em tuas costas,
E tua mão fraca,
Não tocará a minha.

Em tal momento saberá
Que não adianta olhar para os lados,
Estará sozinho
E desta solidão, viverá!

Assim tua boca seca, partida,
Não poderá profanar meu nome.

Assim a companhia da morte
Será tentadora, embora tua mente covarde,
Não há deixe lhe acompanhar.

Vagará como indigente
Revivendo teus erros,
E tuas lagrimas secarão.

Será rei de tua loucura!
Peão dos teus desejos!
Escravo do teu sofrimento!

Em meio tua alma mutilada
O desejo lascivo por vida,
Se torna visceral!

Pablo Danielli


{Por entre noites}

Incógnita duvida
Não me conhece além dos pecados,
E tão pouco parece saber.


Mas é intima estranhamente
Assim como o tempo,
Inexplicavelmente desperdiçado.

Acompanha-me e dissipa-se nas duvidas
Escondido por entre noites,
É a sede pela luz
que a torna tão intrusa.

E dança comigo!
Como uma louca desconhecida,
Testando meus limites
Da dor, do prazer!

A cada vazio feito pelo medo
A morte tão fria, que me cerca
É o amor, que a vida
Nunca vai ter!

Pablo Danielli

quinta-feira, 10 de novembro de 2016



(Lança)

Em forma de lança
Rasgou- lhe a alma,
Com elogios.


Pouco a pouco
A carne sedia lentamente.

O tecido dilacerado
Deixava frestas,
Na alma.

Palavra por palavra
Tomava-lhe o corpo,
Com esperança.

Roubou-lhe os suspiros,
Tomou-lhe a vida...
Em troca de um prazer carnal.

Deu-se por inteira,
Sem imaginar amanhã!

Pois sabia...
Que sorrisos e lagrimas,
Cobram sua cota
Sobre o desejo, de sentir-se viva.

Pablo Danielli

quarta-feira, 9 de novembro de 2016



(Intima)

Passaram-se anos,
Até o próximo piscar de olhos.
A mão enrugada
Rasgava lembranças...
Guardadas na mente.
Da fé ao pó!
Do pecado ao perdão!
Pequenos grãos...
Que alimentavam,
Ilusões.


Tímidos sorrisos rasgados (!..?)
Estendiam-se pela face,
Que não possuía mais certezas,
Tão pouco, razões.
Deslizando diante de seus olhos,
Estações e emoções...
Vidas (des) percebidas,
Com o toque do tempo (Tic-Tac)
Que se via passar em vão.

Volta aos poucos
O que resta de tua atenção,
Para além da realidade?
Que buscava em cada respirar,
Desejos de viver, sofrer ou crer...
Misturar com suas palavras e fantasias,
Distantes, embora... Intimas.

Pablo Danielli

terça-feira, 8 de novembro de 2016



[Libertar]

O amor,
Não se pode afogar...
Nem em lagrimas,
Tão pouco em sorrisos,
Ele sempre foge,
Quando sufocado.


Seja para se libertar,
Ou para se esconder.

Diz-se das paredes
De um coração vazio...
Apenas sangue não serve.

Criam-se musgos,
O amor lava-o,
Mas não o preenche.

Por que amor sem desejo,
Sem carinho e sem crer...
Não tem força.

É necessário ter a volúpia da fé.

Pablo Danielli


{Outonos e primaveras}

Será eterno
Apenas o momento,
Que escolheste viver!
O resto serão folhas.
Que caem nos outonos,
E sobras de amor...
Que florescem na primavera.


Pablo Danielli

sexta-feira, 4 de novembro de 2016



A deriva



Os olhos grandes e negros olhavam fixamente para o espelho, buscando como em uma ultima tentativa encontrar ao menos um pequeno fecho de luz. Mas o anoitecer ao que parece, muda não só o dia, mas a sensação de vida dentro si mesmo.

Esperava há muito tempo por uma resposta, um sinal... E em meio à cidade feita de um mar de concreto e sujeiras, nenhum farol para indicar o caminho, apenas mais um corpo a deriva, a espera, a espera... 

Do alto do seu reino de poucos metros quadrados, era capitão de si mesmo e um naufrago, do que diz respeito a sua vida. Ao desviar seu olhar para a janela percebe que seu corpo esta pesado e sua garganta não ousa dizer uma palavra se quer.

O peso dos sentimentos que nunca foram colocados a prova faziam se afogar lentamente, um fardo que o puxava cada vez mais para o fundo e não era capaz de largar tudo aquilo. Ao que parece todos temos nossas pequenas riquezas para se apegar em um momento de quase vida.

Os braços lentamente se moviam, em um movimento quase que sutil de quem não tem muita força dentro si, abrindo lentamente a janela na esperança de que o vento lhe traga um sopro de vida, embora demonstre receio no que possa sentir.

Uma voz absurdamente sedutora rasga o silencio do seu pensar, mesmo sendo quase impossível de outras pessoas ouvirem, um grito de socorro em forma de pedido lhe é feito: 

- Volta para a cama! Volta para a cama!

Vira seu corpo em direção à voz e pensa consigo mesmo questionando, se isto era um pedido de alguém que tem medo da solidão ou apenas de quem quer ter um pouco mais de prazer mesmo sem compreender o quão profundo aquele gesto possa significar.

Mal sabia nadar no mar de suas emoções e teria que servir de bote salva vidas para mais uma pessoa, ironicamente a sua única conquista naqueles dias frios e de tempestade dentro do seu corpo.

Os passos que fizeram o trajeto, pareciam desbravar aquilo que a muito tempo parecia perdido e confuso, de forma quase que mecânica fechava seus olhos na esperança de se mostrar forte o suficiente para servir de porto.

Em um abraço aonde mais parecia que dois corpos tentavam se envolver para não serem atingidos pela fúria da cidade, a carne era pressionada quase unindo as duas almas.


Naquela noite ambos pareciam estar a salvos, naquelas horas que precediam mais um dia, suas aflições pareciam domadas, poderiam quem sabe ter forças para mais um mergulho no intimo de seus desejos, tentando ao menos por um momento, fugir da escuridão.

Pablo Danielli 

terça-feira, 1 de novembro de 2016



[Cem anos de solidão]

Tudo é tempo, tudo é vida.
São anos em dias...
São muitos sonhos lutando,
Contra a própria insatisfação.


São dias de gloria
E noites de solidão,
São pessoas ausentes
Saudades de objetos,
Que nunca serão.

É o vazio no peito
É o olhar cheio, da falsa beleza,
Presenteada com o horizonte
Distante e frio.

Há tantos caminhos
E tantas pontes, embora nenhuma,
Me leve ao seu coração.

São dias e noites
Com pensamentos soltos,
Que para quem não me conhece
Mais parece, cem anos de solidão.

Pablo Danielli

segunda-feira, 31 de outubro de 2016





[Libertar]

O amor,
Não se pode afogar...
Nem em lagrimas,
Tão pouco em sorrisos,
Ele sempre foge,
Quando sufocado.


Seja para se libertar,
Ou para se esconder.

Diz-se das paredes
De um coração vazio...
Apenas sangue não serve.

Criam-se musgos,
O amor lava-o,
Mas não o preenche.

Por que amor sem desejo,
Sem carinho e sem crer...
Não tem força.

É necessário ter a volúpia da fé.

Pablo Danielli

quinta-feira, 27 de outubro de 2016



(Outonos e primaveras)

Será eterno
Apenas o momento,
Que escolheste viver!
O resto serão folhas.
Que caem nos outonos,
E sobras de amor...
Que florescem na primavera.


Pablo Danielli

terça-feira, 25 de outubro de 2016



[Um pouco de tempo]

Não há dor
Nem amor,
Que não se curem.
Com um pouco
De tempo,
Com um resto
De lagrima,
Com um vestígio
De solidão.
O que é a mistura dos dois
Se não a vida?
O que seria sua falta
Se não a morte?
De todos os amores sãos
O que deixa marca,
É a loucura!
De todas as loucuras
É o gesto simples.
Ao final, é piscar os olhos,
Disfarçar o peso das escolhas,
E vendar o cansado coração.
Dia sim, dia não!
Se a vida quiser,
Tropeço, numa nova paixão.


Pablo Danielli

segunda-feira, 24 de outubro de 2016



[Entre tantos passos]

Entre tantos passos
Perdi-me nos teus,
Entre tantos abraços
Aqueci-me no seu,
Entre tantos olhares
Apaixonei-me pelo teu,
Entre tantos corações
O ferido foi o meu.


Pablo Danielli

domingo, 23 de outubro de 2016



{Que culpa tem o tempo}

O tempo
Bate a porta,
Dessa ingrata
Á vida, pobre vida.
Gastando as rugas
Que sobraram em teu olhar.
Culpa teus erros
Por deixa-lo entrar assim,
E levar com ele
Todo teu sopro de juventude.
Dos frutos, da velha arvore,
Que um dia, mesmo com sua sabedoria,
Lhe faltará.


Pablo Danielli

sábado, 22 de outubro de 2016



{Voar}

De todos os remédios
Que poderia tomar,
Ler a bula de um livro
Foi o que te serviu...
Para saciar a loucura!
Para curar o marasmo!
Para flutuar...
Mesmo com tantas amarras,
E os pés descalços
Indecisos e sem saber,
Se podem... 
Pisar, correr ou voar.


Pablo Danielli

sexta-feira, 21 de outubro de 2016



{Os pássaros}

Senta, observa os pássaros
Percebe que eles cantam
Percebe que é musica pura.
Mostrando a beleza da vida
No bico e no bater de asas
De uma pequena criatura.


Pablo Danielli

quinta-feira, 20 de outubro de 2016



(A poesia)

A poesia feita
De palavras, sentimentos,
Duras verdades.
Um laço
Na cabeça, dos descrentes,
Um tiro no escuro
Eco no vazio da mente.
Voz
Para os que recusam,
Se expressar.
Olhos
Para aqueles que insistem,
Em não se desvendar.
Mentiras
Para aqueles que já não conseguem
Fingir amar.
Sem sentido, complexo,
Absurdamente lindo!
A poesia
Por mais esquecida
Que esteja,
Nunca tem fim!
Basta um olhar
Para recomeçar.


Pablo Danielli

quarta-feira, 19 de outubro de 2016



[Movimentos]

A liberdade
Dita pela palavra,
É uma falsa sensação de prazer.
Dizer por dizer...
Jogamos fora palavras de ódio e amor,
A liberdade requer mais,
Que alguma frase bonita,
Ou lábios que desejam.
É preciso um pouco de sonho,
Palavra e atitude.
Mexa suas pernas...
Movimente seus braços...
Abra sua mente...
A liberdade não é estática!
É movimento e sensação.
Um corpo precisa,
Bem mais que olhares,
E frases para viver...
Ele precisa de atitudes!
Para ser livre é preciso acreditar,
Em suas próprias palavras e agir.
O futuro é construído,
Pelos passos que damos no passado.


Pablo Danielli

terça-feira, 18 de outubro de 2016



{Abraço apertado}

É só um abraço apertado
Sem saber se é despedida,
Ao sair, não sabe se volta...
Ou se perde a vida!
Olhos marejados, 
Não desarmam minas.
Pedidos de perdão,
Não calam uma multidão.
Não há bomba,
Que destrua mais que o silencio,
Não há silencio que mate mais...
Se não o que vem da mídia (politica).
Entre tantos corpos,
Somos todos vitimas!
Entre tantas lagrimas,
Meu corpo ainda sangra...
Com a ultima noticia.
Hoje um desconhecido,
Amanha quem sabe?
Família.


Pablo Danielli

segunda-feira, 17 de outubro de 2016



(Frase, fé e reza)

Voz muda...

Voz surda...

Voz cega...

Que não fala,

Nem gagueja.

Presa dentro do corpo,

Latente dentro da mente.

Do pecado ao perdão,

Da silaba, ao palavrão.

Extra(pola) os limites das letras,

Hoje louco, amanhã... Sã.

A voz que cala... Mata!

A que grita... Entrega!

No limite do indivisível,

Faz-se a frase, a fé e a reza.


Pablo Danielli

quinta-feira, 13 de outubro de 2016



(Ego)



Às vezes os ventos são imprecisos,

Sopram melodias que não conseguimos ouvir.

Às vezes as revoluções começam com palavras,

E não com armas, como se pode imaginar.

A morte não possui um rosto,

Até o momento de nos encontrar.

Tudo isso passa...

Como a sombra de uma arvore,

Tocada pelo sol, que insiste em brilhar.

E quantas vezes a vida mudou?

Quantas certezas despedaçadas,

Por lagrimas e noites em branco?

Quantos passos dados...

Que não levaram á direção alguma.

E você segue adiante, sem saber se acertou.

Seria pedir de mais, um pouco de amor?

Seria pedir de mais, um pouco de alegria?

Seria utopia sonhar com a paz?

Às vezes, os fardos que fazem os joelhos dobrar,

Possuem apenas o peso de nossa consciência.

A terra mesmo assim,

Insiste em girar, como uma roda gigante...

Com seus altos e baixos,

Que fingimos ignorar.

Que problemas são esses,

Que não ficam pra amanha?

Qual a dor, que te impede de ser melhor?

Uma estátua de bronze me falou:

Olhe para mim, não sou nada além de uma sombra, 

Em um passado, contendo um ego gigante.

Da mesma forma que os túmulos, 

Homenageado por merdas de pombos.

Os segundo são como pequenos mensageiros,

Dizendo-nos, criança guarde suas lagrimas,

Adultos também sabem chorar...

Ouço uma voz, só no universo,

Que mais parece minha consciência...

Que ecoa, em meio a tantas certezas.

Soprando, de forma desorganizada, somos pó...

Precisamos de outros para ter uma forma,

Esperando o vento nos moldar...

Com pés que não sabem a direção.







Pablo Danielli

segunda-feira, 10 de outubro de 2016



{Voar}

De todos os remédios
Que poderia tomar,
Ler a bula de um livro
Foi o que te serviu...
Para saciar a loucura!
Para curar o marasmo!
Para flutuar...
Mesmo com tantas amarras,
E os pés descalços
Indecisos e sem saber,
Se podem... 
Pisar, correr ou voar.


Pablo Danielli

sexta-feira, 7 de outubro de 2016



{Que culpa tem o tempo}


O tempo
Bate a porta,
Dessa ingrata
Á vida, pobre vida.
Gastando as rugas
Que sobraram em teu olhar.
Culpa teus erros
Por deixa-lo entrar assim,
E levar com ele
Todo teu sopro de juventude.
Dos frutos, da velha arvore,
Que um dia, mesmo com sua sabedoria,
Lhe faltará.




Pablo Danielli

quinta-feira, 6 de outubro de 2016



Olha, lá fora esta a rua
Deserta, vazia de ideias,
Sente o cheiro de podre no ar,
È a morte anunciada.
A falência programada,
Em um mundo que não pensa
Pessoas estão fadadas a se escravizar.
Tira esta venda, que insiste em usar,
Luta por novas causas, defende tua mente,
Procure na inteligência, o pensamento, para se libertar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016



(Ontem)

Ontem foi,
Ontem está,
Ontem será.


Promessas, palavras, desejos.
Desespero, erros, acertos.
Passado, presente, futuro.

Misturados na cabeça
Bagunçando a mente,
Em momento latente.

Pablo Danielli

segunda-feira, 5 de setembro de 2016



[Aroma da realidade]



E assim, sem mais, pouco a pouco as gotas marcavam o chão de madeira velha, um barulho quase tão sutil quanto o de uma folha caindo ao pé da mesa enferrujado.

Gotas de um vermelho encantador, com o reflexo da luz tornando-as ora como um vinho, ora vivas como o sangue, destoavam de todo o silêncio contido no tempo.


Tempo este tão vazio quanto às lembranças, quanto às ideias, tanto quanto a falta de planos, como os corpos ali presentes e apenas presentes, seguindo suas sinas.

Sem sombras, sem reflexos, sem espelhos, apenas portas e pequenas janelas, sem deixar espaço para sonhos. Tão pouco espaço para esperanças, apenas sobrevivem, destoados de toda a realidade que, volta e meia, retorna para lhes assombrar.

As palavras distantes não se faziam necessárias diante de tantos murmúrios; explicar já não estava presente em suas necessidades como pessoa, tão pouco o que restava de sua dignidade, estava ausente assim como sua alegria.

Os meses passam: fevereiro, março, maio, agosto, da vida, das sobras, da esperança em Deus, dor lentamente assimilada pelo seu olhar, em partes tristes e em certas horas vazio. Apenas mais um momento congelado, destoado, ignorado, inexistente para outros tantos, apenas mais uma lágrima que dificilmente faria brotar algo novo e, quem sabe, se possível e permitido, apenas mais um instante de dor.

Meia hora, uma ou duas passadas na eternidade dos segundos, quem saberia dizer? Indiferente para quem não vive, apenas sobrevive.

Apenas deixando as paredes ásperas de tristes histórias, olhos fixos no vazio; sentir o aroma espalhado pelo lugar, mistura do pouco que se tem com os sonhos que nunca realizará. Um adeus, um até logo, calçar os sapatos, deixar de lado, por momentos, a miséria e ir trabalhar.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016



[Lembrança tua]

Perdido entre teus olhos
Está a cativa dose de emoção,
Sente teu desejo ardente
Que pulsa, além da imaginação.
Abraças o infinito
Esperando se livrar da solidão,
Corre pelos caminhos
Esperando chegar há algum coração.
Experimenta o doce da vida
Esperando pelo amargo da morte,
Entretanto não se sentes perdida
Pois ainda existe em minha vida,
Lembrança tua, coração.


Pablo Danielli

terça-feira, 30 de agosto de 2016



(Morena)


Há morena, como resistir aos teus encantos,
Teu corpo me chama, teu corpo me ama,
O que há de se fazer se a natureza quis assim,
O que há para se mudar, se nosso prazer desejou assim.


Há morena, tua pele me encanta, fascina e me engana,
Como um bobo, louco pelas tuas curvas morenas,
Feita do pecado para o prazer, da tristeza para o sorriso,
Para deixar meus dias mais bronzeados.


Há morena, perfeita combinação,
Feitos feito café com leite, sem precisar explicação,
Teu olho combina com meu, teu corpo se encaixa no meu,
Mais bela que as curvas desta praia, mais bela que o quebrar destas ondas.


Há morena, do requebrado e do gingado que hipnotiza,
Da doce voz que alucina, viver a te adorar é sim a minha sina,
Mas morena como é bom viver dos teus encantos,
Como é bom saber que te desejo e clamo.


Há morena, se não fosse por ti meu fascínio tamanho
Poderia lhe escrever versos e cantos,
Para dizer de tua beleza para outros tantos,
Mas o medo de te perder é tanto, que apenas atrevo lhe dizer que lhe amo.



Pablo Danielli

terça-feira, 23 de agosto de 2016



{Cinco Poemas}

Fiz cinco poemas para você
E todos falavam de amor,
Com direito a frases prontas e criações próprias,
Cada poema representava uma fase de nossas vidas
Cada fase um sorriso, um lagrima e uma linha.


Explicando porque nosso dia a dia
Não era monotonia, era uma aventura,
Louca e divertida, que somente a gente entendia.
E ninguém mais sabia e nem imaginava,
Os dias que agente passava.

Fiz este poema, usando todas as letras,
Tive que buscar inspiração nas estrelas,
Para escrevê-lo e lê-lo para minha princesa.
Encanta-la e fazer dela rainha e bela,
Com as flores que só nascem na primavera.

Fiz estes cinco poemas, pensando em ler,
Para todo mundo ver e saber, que meu amor por você,
É muito mais que um bem querer,
É para sempre amarrado e gravado,
Em nossos corpos marcados.

Nas folhas deste livro estarão
Guardados além de nossos corações,
Cinco poemas de amor,
Que soaram com quatro canções,
E uma oração de amor.

Pablo Danielli


{A Conquista do Amor}



Os Deuses do Olimpo se erguem,


E ao ver quem se aproxima, se curvam,


Diante de tal feito e conquista inigualável.






Os céus celebram a sua chagada,


Os anjos o recebem com salvas e louvores.






A árvore da vida celebra seus novos frutos,


O Deus supremo ao ver, parece não acreditar,


Deixa cair uma lagrima de emoção,


Onde a esperança enfim se renova.






Os poetas em seu reduto sagrado


Se inspiram, escrevem sem parar,


Sonetos, poemas e cartas,


Tudo para que tal fato, seja lembrado pela eternidade.






E ao adentrar os portões do reino dos amores


Com sua Afrodite, flutua pelos longos campos da alegria,


Segura em seus braços sua conquista e lhe corteja como se fosse este


Seu ultimo dia.






E tendo sol e lua como testemunhas


Vive intensamente seu grande e verdadeiro amor.


Anestesiando corpo e alma


Para que seu coração sinta e viva


O eterno momento em que se encontra sua vida.






Amar é sublime, é o majestoso momento de duas almas


Que se unem e sentem o que poetas tentam descrever com palavras,


E fazem da vida um lindo soneto.


Cantado aos quatro ventos.







Pablo Danielli

sexta-feira, 22 de julho de 2016



[5.]

Homem,
Cuja alma podre...
Exala odio e certezas.
Ser, cujas palavras,
São apenas sujeiras.
Reflexo do que os olhos,
Incapazes enxergam.
Toma como certo a morte!
E apodrece no teu intimo...
Enquanto a noite passa,
Querendo se esconder do dia.


Pablo Danielli

sexta-feira, 15 de julho de 2016



28.



Qual a dor

Que cala teu coração? Qual a escolha

Deixa tua noite sem sono? As sobras do tempo...

As sombras do tempo... Ilusões distribuídas na cama. Sonhos que sobrevivem,

Em pequenos apartamentos. Olha pela janela

E enxerga o amanha. Deixa o passado sair, Sem rumo...

Porta a fora.


Pablo Danielli

quinta-feira, 14 de julho de 2016



[8. ]

Pessoas caminham 

A cidade frenética, 

Não para! 

A vida e a morte... 

Não param! 

Em meio à solidão 

Na multidão. 

Num instante de reflexo...

Reflete teu ser, 

Na bosta, do cão!

Brota a poesia, 

Na confusão! 




Pablo Danielli

quarta-feira, 13 de julho de 2016

(Nem tudo)

Nem tudo que falo é verdade,
Mas nem tudo que sinto é mentira!
Nem tudo que vejo é belo,
E nem tudo que ignoro é cinza!
Nem tudo que ouço é doce... 
E nem tudo que passa é atoa.
Certas coisas deixam um pedaço,
Certos momentos deixam um rastro...
Um caminho.
Para quando olhar para trás perceber,
Que existe sentimento...
Mesmo quando se parece estar,
Sozinho.

Pablo Danielli

sexta-feira, 8 de julho de 2016

(Ciranda)

Você sente
Disfarça, canta e encanta!
Esconde a tristeza 
Corre da solidão,
E lamenta a falta
Da esperança.
Tenta se apaixonar
Jura não chorar,
Entrega seu coração
Mas foge da emoção.
Joga ciranda
Faz os olhos brilharem
Finge-se de forte,
Faz papel de ingênua.
Mas continua sendo 
A saudade buscando 
Um porto, um abrigo,
Para descansar o coração. 
E poder se perder 
Em largos sorrisos,
E alguns momentos
A razão.


Pablo Danielli

quinta-feira, 7 de julho de 2016

{Lembranças}
Eu disse...
Mas não escrevi.
Eu falei...
Mas não anotei.
Eu vivi...
Mas não senti.
Um vazio,
Que se diz cheio...
De arrependimentos.


Pablo Danielli

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