quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O que é a morte?
Se não, uma ausência temporária,
Uma chama apagada.
Uma lembrança...
Uma lembrança...
A ausência da carne,
Um peito apertado,
Uma lagrima, que se derrama.
O que é a morte?
Se não a celebração da vida,
O tempo contado de forma diferente,
Segundos que duram séculos,
Memórias que não passam.
Um sonho, que não acaba...
Um sonho, que se apaga...
Para que serve a morte?
Se não para nos lembrarmos
A fragilidade da vida,
Pra não esquecermos palavras,
Que deixamos engasgadas, não ditas...
Para sermos mais humanos,
Mesmo quando tudo é uma interrogação,
Vento frio, solidão...
É necessário que se preencha com esperança,
Combater a morte, com exclamação!


Pablo Danielli

segunda-feira, 21 de novembro de 2016



[Latente]

A duvida emudece a alma,
E pergunto-me...


Do que é feito, teu corpo?
Do que é feito, teu corpo?

Traços embaçados,
Veias latentes...

De onde vêm tuas certezas?

É vida o que tens dentro de ti!
É vida, o que tens dentro de ti?

Amordaça o que não te serve,
E se encontra dentro de si...

O que pensa que o vento extraviou,
Deixa que o eixo una uma coisa à outra,
E transborde...

Para que o sono não seja de culpa!

E nem a sina da existência, uma desculpa...

Pela resposta que se deixou de ter,
Por aquilo, que se deixou de viver.

Pablo Danielli

domingo, 20 de novembro de 2016



[Em algum momento]

De o primeiro passo
Gaste a primeira sola,
Crie as primeiras marcas.
A vida tem dessas surpresas
Estas aventuras do acaso,
Marcas acontecem para quem vive
Não para quem apenas sobrevive.
Ouse com alguns olhares
Derrube muros com alguns sorrisos,
Deixa extrapolar alguns gritos!
A alegria não foi feita para ser guardada
Em pequenos potes ou em pequenos vidros.
Suspiros não nascem do nada
Requerem ousadia, tem que se permitir sentir,
Arriscar para poder perder
E para poder, em algum momento viver.


Pablo Danielli

sábado, 19 de novembro de 2016



[Desejos]

Que janela você abre,
Para teu sonho nascer?
Que porta você fecha,
Para o medo não entrar?
Qual a cor do sol,
Que teus olhos enxergam?
Quantos sentidos você usa...
E quais você abusa?
A alegria entra, ou emana de você?
Qual o lado da vida quer ter?
O avesso, inteiro ou intenso...
Que mistura doce e amarga,
Te satisfaz...(ou te preenche)?
Além do que você demonstra ser
Ser por completo e inteiro...
É hoje uma realidade,
Ou apenas desejo?


Pablo Danielli

quinta-feira, 17 de novembro de 2016



(Absurdos)

O silêncio absurdo
Penetra como uma faca
Na solidão!
Dilacerando
Suas certezas,
Expondo sobre a mesa
Sua inquietação.
A chuva caindo
O gotejar de sua torneira
Rompem o vazio,
Preenchido
Com a fúria irritante
Do caminhar das horas.
Um espelho
Que o desprezava,
Restos de vinho
Em uma arranhada taça.
Sobras
De duvidas,
Inacabadas.
Fechar os olhos
Abrir a mente
Saco de pancada da vida,
Há quem finja que aguente.
Fim trágico
Se conformar
Em ser mais um,
Como tanta gente.
A luz que brilha
É apenas um reflexo,
Da escuridão que se faz
Tão presente.


Pablo Danielli

quarta-feira, 16 de novembro de 2016



E a morte murmurou:

Dentre todos os que vagam,
Eu escolho você!


Para desafiar o sofrimento
E toda dor que é se libertar,
E teu grito abrirá os olhos dos demais.

Teu sangue lavara
A alma dos não puros,
As cicatrizes serão tua marca
E delas, será apontado por todos,
Como sujo, como tolo!

Sentirá o peso da culpa em tuas costas,
E tua mão fraca,
Não tocará a minha.

Em tal momento saberá
Que não adianta olhar para os lados,
Estará sozinho
E desta solidão, viverá!

Assim tua boca seca, partida,
Não poderá profanar meu nome.

Assim a companhia da morte
Será tentadora, embora tua mente covarde,
Não há deixe lhe acompanhar.

Vagará como indigente
Revivendo teus erros,
E tuas lagrimas secarão.

Será rei de tua loucura!
Peão dos teus desejos!
Escravo do teu sofrimento!

Em meio tua alma mutilada
O desejo lascivo por vida,
Se torna visceral!

Pablo Danielli


{Por entre noites}

Incógnita duvida
Não me conhece além dos pecados,
E tão pouco parece saber.


Mas é intima estranhamente
Assim como o tempo,
Inexplicavelmente desperdiçado.

Acompanha-me e dissipa-se nas duvidas
Escondido por entre noites,
É a sede pela luz
que a torna tão intrusa.

E dança comigo!
Como uma louca desconhecida,
Testando meus limites
Da dor, do prazer!

A cada vazio feito pelo medo
A morte tão fria, que me cerca
É o amor, que a vida
Nunca vai ter!

Pablo Danielli

quinta-feira, 10 de novembro de 2016



(Lança)

Em forma de lança
Rasgou- lhe a alma,
Com elogios.


Pouco a pouco
A carne sedia lentamente.

O tecido dilacerado
Deixava frestas,
Na alma.

Palavra por palavra
Tomava-lhe o corpo,
Com esperança.

Roubou-lhe os suspiros,
Tomou-lhe a vida...
Em troca de um prazer carnal.

Deu-se por inteira,
Sem imaginar amanhã!

Pois sabia...
Que sorrisos e lagrimas,
Cobram sua cota
Sobre o desejo, de sentir-se viva.

Pablo Danielli

quarta-feira, 9 de novembro de 2016



(Intima)

Passaram-se anos,
Até o próximo piscar de olhos.
A mão enrugada
Rasgava lembranças...
Guardadas na mente.
Da fé ao pó!
Do pecado ao perdão!
Pequenos grãos...
Que alimentavam,
Ilusões.


Tímidos sorrisos rasgados (!..?)
Estendiam-se pela face,
Que não possuía mais certezas,
Tão pouco, razões.
Deslizando diante de seus olhos,
Estações e emoções...
Vidas (des) percebidas,
Com o toque do tempo (Tic-Tac)
Que se via passar em vão.

Volta aos poucos
O que resta de tua atenção,
Para além da realidade?
Que buscava em cada respirar,
Desejos de viver, sofrer ou crer...
Misturar com suas palavras e fantasias,
Distantes, embora... Intimas.

Pablo Danielli

terça-feira, 8 de novembro de 2016



[Libertar]

O amor,
Não se pode afogar...
Nem em lagrimas,
Tão pouco em sorrisos,
Ele sempre foge,
Quando sufocado.


Seja para se libertar,
Ou para se esconder.

Diz-se das paredes
De um coração vazio...
Apenas sangue não serve.

Criam-se musgos,
O amor lava-o,
Mas não o preenche.

Por que amor sem desejo,
Sem carinho e sem crer...
Não tem força.

É necessário ter a volúpia da fé.

Pablo Danielli


{Outonos e primaveras}

Será eterno
Apenas o momento,
Que escolheste viver!
O resto serão folhas.
Que caem nos outonos,
E sobras de amor...
Que florescem na primavera.


Pablo Danielli

sexta-feira, 4 de novembro de 2016



A deriva



Os olhos grandes e negros olhavam fixamente para o espelho, buscando como em uma ultima tentativa encontrar ao menos um pequeno fecho de luz. Mas o anoitecer ao que parece, muda não só o dia, mas a sensação de vida dentro si mesmo.

Esperava há muito tempo por uma resposta, um sinal... E em meio à cidade feita de um mar de concreto e sujeiras, nenhum farol para indicar o caminho, apenas mais um corpo a deriva, a espera, a espera... 

Do alto do seu reino de poucos metros quadrados, era capitão de si mesmo e um naufrago, do que diz respeito a sua vida. Ao desviar seu olhar para a janela percebe que seu corpo esta pesado e sua garganta não ousa dizer uma palavra se quer.

O peso dos sentimentos que nunca foram colocados a prova faziam se afogar lentamente, um fardo que o puxava cada vez mais para o fundo e não era capaz de largar tudo aquilo. Ao que parece todos temos nossas pequenas riquezas para se apegar em um momento de quase vida.

Os braços lentamente se moviam, em um movimento quase que sutil de quem não tem muita força dentro si, abrindo lentamente a janela na esperança de que o vento lhe traga um sopro de vida, embora demonstre receio no que possa sentir.

Uma voz absurdamente sedutora rasga o silencio do seu pensar, mesmo sendo quase impossível de outras pessoas ouvirem, um grito de socorro em forma de pedido lhe é feito: 

- Volta para a cama! Volta para a cama!

Vira seu corpo em direção à voz e pensa consigo mesmo questionando, se isto era um pedido de alguém que tem medo da solidão ou apenas de quem quer ter um pouco mais de prazer mesmo sem compreender o quão profundo aquele gesto possa significar.

Mal sabia nadar no mar de suas emoções e teria que servir de bote salva vidas para mais uma pessoa, ironicamente a sua única conquista naqueles dias frios e de tempestade dentro do seu corpo.

Os passos que fizeram o trajeto, pareciam desbravar aquilo que a muito tempo parecia perdido e confuso, de forma quase que mecânica fechava seus olhos na esperança de se mostrar forte o suficiente para servir de porto.

Em um abraço aonde mais parecia que dois corpos tentavam se envolver para não serem atingidos pela fúria da cidade, a carne era pressionada quase unindo as duas almas.


Naquela noite ambos pareciam estar a salvos, naquelas horas que precediam mais um dia, suas aflições pareciam domadas, poderiam quem sabe ter forças para mais um mergulho no intimo de seus desejos, tentando ao menos por um momento, fugir da escuridão.

Pablo Danielli 

terça-feira, 1 de novembro de 2016



[Cem anos de solidão]

Tudo é tempo, tudo é vida.
São anos em dias...
São muitos sonhos lutando,
Contra a própria insatisfação.


São dias de gloria
E noites de solidão,
São pessoas ausentes
Saudades de objetos,
Que nunca serão.

É o vazio no peito
É o olhar cheio, da falsa beleza,
Presenteada com o horizonte
Distante e frio.

Há tantos caminhos
E tantas pontes, embora nenhuma,
Me leve ao seu coração.

São dias e noites
Com pensamentos soltos,
Que para quem não me conhece
Mais parece, cem anos de solidão.

Pablo Danielli

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