terça-feira, 6 de dezembro de 2016



(Sem morada)

Vem desprezada
Humilhada por todos
Em silêncio
Passos lentos
Como uma puta manca.
Usada, dilacerada
Por seres desprezíveis
Em sua grande parte
De terno e gravata.
Já não tem casa
Escorraçada e sem morada
Esconde-se por debaixo
De mentiras pintadas
De verdades.
Bocas podres
Ou sutilmente limpas
Não a tocam mais.
Esquecida, esquecida, esquecida!
Como uma leprosa
Ninguém a toca.
A honestidade hoje
Está morta!


Pablo Danielli

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