sexta-feira, 31 de agosto de 2018

[O Poço]

No fundo do poço
Estava a vida...
O pouco da dignidade,
E um resto de amor.
As palavras presas
Entre as paredes,
Faziam afogar.
A esperança...
Era como um muro alto,
Intransponível.
E o fundo do poço,
Era morto, sem luz...
Por que há muito
Os olhos não veem ou brilham.
Ninguém era capaz de ouvir ,
Os gritos eram tão fortes,
Quanto a indiferença...
De quem por ali passava.
Usado pela cidade,
Desprezado pela sociedade,
Esquecido como um eco...
Preso na memoria.
Antes fonte de vida,
Agora, agoniza.
Porque todo ser que ali bebeu
Esqueceu-se de retribuir,
Por que uma vida,
Só deixa de ser fonte,
Quando é apenas usada...
E esquecida.

Pablo Danielli

sábado, 25 de agosto de 2018



[Mulher]
Que direitos são estes que ferem
Não só o corpo, mas a alma,
Que luta é essa que maltrata
Dilacera a coragem, faz crescer o medo?

Que culpa tão grande é essa
Que faz desejar não viver,
É a beleza, o aroma ou o sorriso encantador?
Seus cabelos ao vento, não podem servir como chicotes!

Um silencio, que fere!
Dilacera e maltrata.
Mas os olhares tão tristes
Com esses dias tão incompreensíveis
Não fingem.

Existe vida além-mar?
Existe esperança além da dor?
Existe força aonde só há terror?

Tantas perguntas em um corpo tão frágil
Capaz de fazer surgir à vida,
Mas ainda incapaz
De viver com a dor.

Não é pela violência sofrida
Não é pelo desespero nela contida,
Não é pelas marcas que não cicatrizam!

É pela alma ferida
Pela pureza perdida
Pelo corpo que deveria receber
Somente o calor
E sentir apenas o amor.

É o direito de viver
De ser feliz,
Que alguns ainda não conseguem
Se permitir.

Pablo Danielli

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

[Democracia]
Quando ouvi os gritos,
Tampei meus ouvidos.
Quando senti a fumaça,
Cobri meus olhos e nariz.
Quando o sangue respingou em mim,
Apenas lavei minhas mãos.
Quando a minoria estava nas ruas,
Tranquei-me na sala e liguei a tv.
Enquanto o governo coagia,
E a policia batia, minha omissão falava.
Com a coleira de ajuda e salários mínimos,
A sociedade me oprimia.
Só percebi que o caminho não tinha mais volta,
Quando amanhecia o dia.
Manchetes de jornal em sua maioria,
São sempre as mesmas e vazias.
Eu morria sem envelhecer,
Escravo de um sistema brutal,
Disfarçado de democracia.
A ilusão vendida à conta gotas,
Esmola para mentes vazias,
E isto sem perceber, havia me custado uma vida.
Pablo Danielli

terça-feira, 14 de agosto de 2018

"Os piores erros que cometemos , não são aqueles que nos custam dinheiro. 
São os que nos custam tempo, o dinheiro se recupera... Os dias perdidos não".

Pablo Danielli

sexta-feira, 3 de agosto de 2018



Brasília é uma ilha
Cercada por uma mar de indigentes.

Por moribundos escravos...
Calados, invisíveis acorrentados
Aos impostos do estado.

Mão de obra barata
Para enriquecer paletós,
Sem caráter e gravatas importadas.

Brasília fica fora do mapa
Porque no brasil de verdade
A miséria faz escola.

E na escola da vida
Só o número de votos importa.

Enquanto a Receita
Fiscaliza seus gastos,
E fecha os olhos
Para os poderosos.

O congresso é um reino
Aonde o luxo e a falta de vergonha,
Não faz diferença em meio
A tanta gente bacana.

No bacanal da realeza
Ri, quem fode o povo...
Toda a semana.

A velha política,
E a nova política...
Tem o mesmo sobrenome
Correm nas veias o mesmo sangue.

É terra da justiça com preço
E a liberdade é moeda de troca,
Entre ministros preocupados
Com o valor da próprio toga.

Brasília não cabe no jornal
É tanta gente corrupta,
Que marca com rastro de lama...
O eixo monumental.

Os lacaios do Brasil
Sucumbem a Brasília!

Enquanto artistas e pensadores
Brincam de engajamento político,
O dinheiro vai pelo ralo...
Sem se importar com corpos,
Em hospitais quebrados.

Porque o que importa
É a verba da propaganda,
Propina pra fechar os olhos
Patrocínio pra moldar mentes!
Manchetes de revistas,
Polêmicas da semana.

Pablo Danielli

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