terça-feira, 30 de outubro de 2018

[A filosofia do povo]

Se Sócrates ou Platão, tivessem pensando em uma forma de limpar a bunda, sem machucar o cú, ao invés de ficar delirando sobre a vida... Eles seriam lembrados por muito mais gente e não apenas por uma classe de universitários que se colocam acima do bem e do mal.
A falta de conexão com a realidade e o ser humano comum, faz com que a classe intelectual não tenha relevância nenhuma para aldeia, para vila, para a cidade ou para o mundo.
As pessoas tem um prazo de vida diferente em alguns lugares, porém se colocarmos na média de 70/80 anos, ninguém se importa pra onde vai e de onde vem. De uma forma geral o desejo é comprar, gastar, se divertir, sexo e quando não se pode evitar, chorar.
A pessoas desejam apenas segurança nesse processo chamado vida. Questões existenciais servem apenas para “gurus” e “pseudo intelectuais” ganharem dinheiro vendendo palestras. Falando o logico, para pessoas que não querem fazer o obvio.
O buraco profundo da filosofia, apenas faz perguntas rasas, quem não motivam o giro da roda, com dizeres enfadonhos e decorados. Por estas razões, quando a crise da existência bate à porta, os reles mortais buscam refúgio e respostas na religião.
Ninguém acostumado com a rotina, está preocupado com a história do universo. Apenas em ser feliz, sem ter que exercer sacrifícios. Animais nascem, vivem e morrem em ciclos viciosos. O ser humano por se dizer “racional”, não raramente esquece, que também possui os mesmos instintos de outros tantos que habitam a terra.
Por não compreender essa realidade é que vemos um meio intelectual ressentido, buscando sempre afirmação sobre os demais. Colocando-se como arauto da sabedoria, por vezes acreditando que seu intelecto deva ser mais valorizado que a mão de obra de uma gari ou faxineira. Mesmo que no mundo em que habitamos não vivemos sem os dois últimos. Porém o primeiro se torna totalmente dispensável em tempos de crise.
A filosofia do povo baseia-se no dia a dia, no café, almoço e janta. Entre um ônibus e outro a caminho ou volta do trabalho dá-se ao luxo de questionar sua insignificância no universo. E acaba sempre sendo interrompido pela chega no ponto final.
O mais perto possível de mitologias e literatura universal que as pessoas comuns chegam, é quando autores de novelas acrescentam em suas tramas tais fatos. Fazendo o público de uma forma geral acreditar, ser inédito o que se passa na tela da tv.
Universidades acabam sendo pequenas ilhas, aonde pessoas saciam-se lambendo o próprio saco na expectativa de serem elogiado por esse gesto. É por isso que especialistas sempre erram suas previsões, o universo intelectual sempre habita a orbita do universo real, mas nunca funde-se com ele, ficando aquém realidade das pessoas.
Na filosofia do povo, ganha dinheiro e atenção o banal. Aquilo que nunca sai do lugar, porque quem trabalha pra sobreviver, não tempo de ler pra se entreter.

Pablo Danielli

quinta-feira, 25 de outubro de 2018


[Morto]

Morto
Sem ter aberto os olhos.
Sem ter sentido o gosto
Da vida na boca.
Morto
Sem ter o nome lembrado.
Sem imaginar o que é afeto.
Apenas a violência dos gestos,
O desespero da sobrevivência
Em meio ao luto diário.
De uma miséria penetrada na carne,
Que exala dor e odor do caos disfarçado
Que carinhosamente chamamos de tempero.
Morto
Das ordens que nunca cessam.
Refém do silêncio,
Que assombra a noite.
Dos sonhos que viram pesadelos
Por desejos nunca satisfeitos.
Morto
E isso basta.

Pablo Danielli

quarta-feira, 24 de outubro de 2018


[Novos velhos]

Os novos velhos
Não desejam rédeas ideológicas,
Tão pouco, obedecer anciões...
Com novas ganâncias.

A lógica que surta, através da rotina,
Esperando por respostas que nunca chegam.

O tempo do relógio, sempre está em descompasso,
Com o desejo do infinito...
Mesmo que tenha um fim em nós.

Número de certidão, RG e CPF.
Números de placas, endereços e amores.
Número de Obituário.
Contando a vida, sem que alguém se importe.

Tanto faz o sentido daquilo
Que nunca está lá...

Tanto faz, o desejo que nunca se satisfaz.
Tanto faz se a engrenagem gira sem parar...

Os novos velhos
Querem se encontrar.

Acreditando nas recompensas
Ao se arriscar no abismo de nossas consciências.

O desespero de quem abre os olhos
E percebe que o norte está invertido.

Zona de conforto
Que escondem meias verdades,
Descobrir-se nu
Sem cordas para se salvar...

E dar um passo adiante,
Aceitando nossas limitações.

A eternidade que se encontra na liberdade,
Para os novos velhos, não morrerem de tedio,
Ou terem motivos pra se revoltar.

Recomeçar
Recomeçar
Recomeçar.

Pablo Danielli

terça-feira, 23 de outubro de 2018


[Preço]

Pelo que, você vendeu seu corpo hoje?
Seus joelhos estão ralados,
Por desejo, humildade ou prazer?
Quanto dinheiro foi capaz de comprar sua honra?
Quantos likes fizeram você tirar a roupa?
Que banalidade fez seu mundo girar...
As sirenes do caos, tocam no seu ouvido?
Ou é apenas seu ego, pedindo mais...
Qual a marca que veste seu caráter?
Qual o restaurante que te serve boas fotos?
Qual o santo vai te salvar do pecado,
Quando mesmo a luz do dia...
Sua ganância, engole o que ainda existia da humanidade.
O cheiro da pobreza te causa náuseas?
Ou o cheiro do teu corpo...
É forte o suficiente pra te fazer especial?
Quantas vezes você treinou o sorriso no espelho,
Enquanto você ignora o que acontece ao seu redor?
Um futuro brilhante...
Para pessoas que brilham apenas pelas suas vontades.
Cheias de certezas fúteis,
Que não fazem o universo girar.
Quem você salvou hoje?
Esperando receber elogios
Por ser alguém engajado,
Em se autopromover.
Um pop star, das redes sociais?
Ou alguém, que disfarça a solidão...
Colocando preço
Em tudo o que faz.

Pablo Danielli

sexta-feira, 5 de outubro de 2018



[Destempero] 



Para o homem... 

Os sapatos, são mais importantes que os pés. 

Os anéis, mais necessários que os dedos. 

O preço da roupa, define o tamanho da fila. 

A fama é passaporte para as certezas, 

E a dúvida, apenas pra quem tem fome. 

É importante, quem tem nome nas revistas. 

Mesmo que seja por cinismo... 

Ser “descolado” é depender dos próprios pais, 

Problematizar na web é passatempo de quem vaga nas horas. 

Realidade só bate na porta de quem sobrevive, 

Perdendo tempo, sendo jumento de um estado social. 

Enquanto a honestidade parece ser item raro 

Em uma sociedade de ideologias recicladas. 

Gravatas bonitas 

Acompanhadas por discursos vazios, 

Fé cega, que cega até quem se diz “pensante”. 

No circo da mídia 

A vida é prato raso, servida morna... 

Com destempero casual dos jornais. 

O cheiro do ralo, 

Não afeta condomínios fechados, 

Porque podre é quem não tem rosto 

Em um mundo feito de fotos falsas. 

Os profetas contemporâneos 

Vendem livros sem solução, 

Repetem discursos batidos 

Pra fugir da realidade, evitar o obvio... 

Que aflige de Sócrates ao seu Zé povão. 



Pablo Danielli

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