sexta-feira, 13 de dezembro de 2019


[Casas invisíveis]

Sentou à mesa
Percebeu o vazio,
Que habita seu lugar.
Olhou-se no espelho
Notou a falta do seu reflexo,
Falava, em vão...
Os corredores vazios
Apenas ecoavam sua falta.
Rabiscava planos no papel
Que ao ler, sempre parecia borrado.
Os retratos não eram fotografias,
Em seu olhar não se refletia,
A espera, indecifrável
Da luz perdida.
Os passos não faziam ranger a casa,
As roupas não vestiam nada além do corpo.
Portas sempre trancadas,
A espera de algo que rasgue a sensação de sufoco.
Casas Invisíveis,
Cheias de pequenos vazios...
Sonhos imperceptíveis
Afetos fragmentados
Manchado na pele,
Um lugar no sofá, marcado.
A deriva de si mesmo,
Reza...
Esperando estar sonhando acordado.

Pablo Danielli

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019


[PÓ]

Eu sou o pó
Corroído dos pés das estátuas,
Da lembrança que se passou...
Das pessoas que não são memórias.
Sou parte desta anomalia de concreto
Dos esqueletos cinzas e ruas vazias,
Que contemplam...
Rostos, hoje que são fotos em lapides.
A massa, feita de barro,
Pisoteada pelas palavras escondidas.
A força de um copo vazio
Ao lado da cama.
A beleza ausente, que toca seus lábios...
Quando o calor deixa o corpo.
A certeza tola inexistente
A malicia da dúvida persistente,
E toda estupidez latente.
Que somente o tempo
Que o ser, insiste em fragmentar...
É capaz de mostrar.
O silêncio moribundo,
E tudo nele contido.
Eu sou o pó das lembranças distorcidas,
Corroídas, que nem ao menos o sal do que corre pelo rosto
É capaz de acabar.
Eu, eu, eu...
Cujo o silêncio do universo
Ainda há de assimilar.


Pablo Danielli

Livro a venda!!!!

Lançamento!!! Mergulhe nas palavras e aproveite cada frase desta obra, selecionada especialmente para você leitor! A venda nas livrarias e s...