sexta-feira, 29 de abril de 2016


Porta


Quem és tu!
Que bate a minha porta,
Há esta hora?

Que trás consigo
O calor das ruas,
E o silêncio da fé.

Que esconde o rosto,
E a voz, não se faz ouvir.

Apenas uma sombra
Em busca de um corpo,
Para ter um dono.

Que és tu!
Que antes, não se fazia notar!

E agora...
Faz-se, de um carregado pesar.

Tu, que não veste cores!
Tu, que antes não batia!

Agora...
Insiste em ser luz.

Em que momento
Entre o luxo e a miséria,
Despertou teu desejo?

Quem és tu,
Que bate, bate e bate...
Mesmo imaginando,
Que não há alma sóbria,
Para lhe receber.

Quem és tu!
Quem sou eu?
O que somos nós...


Se não, o tudo e o nada.
O vazio e o cheio.
A loucura e a sanidade.
O amor e o ódio...
A carne e a alma.

Quem és tu,
Que se faz martelo...

Quem sou eu,
Que se faz porta...

O que somos nós.



Pablo Danielli

terça-feira, 26 de abril de 2016

Livro 

Necrose - O livro Vermelho.


Cronicas e Poesias com tons reflexivos, envolvendo a sociedade e a rotina das pessoas, distribuídos por 300 paginas.



Link para baixar:












Aroma da realidade


E assim, sem mais, pouco a pouco as gotas marcavam o chão de madeira velha, um barulho quase tão sutil quanto o de uma folha caindo ao pé da mesa enferrujado.

Gotas de um vermelho encantador, com o reflexo da luz tornando-as ora como um vinho, ora vivas como o sangue, destoavam de todo o silêncio contido no tempo.

Tempo este tão vazio quanto às lembranças, quanto às ideias, tanto quanto a falta de planos, como os corpos ali presentes e apenas presentes, seguindo suas sinas.





Canta Maria





Canta Maria, canta!

Canta o que ninguém mais ouve

Espalha com tua doce voz

O que tantas Marias sentem.

Seca tuas lágrimas, Maria

Teus olhos foram feitos para brilhar

Teus lábios para beijar

Teu corpo para amar!

Vai, Maria, segue em frente!

Mostra o que ninguém consegue mais ver

Ama tua vida, como quem ama um filho teu

Ah linda flor, não nasceste para sofrer.

Maria de todas as cores

Maria de todas as vozes

Maria de todos os amores

Maria de todas as dores.

Mulher de todas as noites

Mulher da luta, do dia a dia

Mulher do sim e do não

Mulher do perdão.

Mostra pra eles, Maria

O que a cegueira impede que outros possam ver

Que embora calejado, teu coração é puro!

Porque com a vida, aprendeste a amar.




Pablo Danielli

quarta-feira, 20 de abril de 2016


A morte do Galo.



Essa crônica não tem qualquer compromisso com a realidade ou com algo moral.
Se você for dessas pessoas moralistas ou que não se permite uma leitura despretensiosa, faça um favor a si mesmo e não leia. Se a caso ler, não reclame.

É uma serie de crônicas que relata a vida de um personagem fictício, Chamado de “A rotina de Paulo”.




4 - A morte do Galo.

Caminhava já no final de tarde em direção ao bar para tomar umas como o de costume, olhando pra toda aquela gente meio sem rumo, fedendo a ambição e desespero. Quando do meio da rua surge um grito que rasga a calçada e atinge meus ouvidos, feito bala perdida em dia de feira: Filho da puta! Sabe quem morreu?


Pensei comigo mesmo rapidamente em ser o mais educado possível, mas sabe como é orgulho de macho, tem que responder a altura e de forma clássica. Pelo grito e pela voz que não consegui identificar respondi rápido: O seu respeito filho duma cadela!


O Galo seu corno! Alias que era corno e agora não é mais! Hoje de manhã e não foi cantando!
O Zé! Seu felá duma mãe, como assim? Enroscou o chifre nos fios de alta tensão?


A figura correu para atravessar a rua, quase nem percebe os carros que buzinam e seus motoristas conscientes proferem os mais eloquentes elogios que se possa imaginar, como é da educação do brasileiro.


Disse gritando pra criatura, não corre se não a sovaqueira ataca e não tem quem aguente ficar do teu lado o infeliz!


Quem dera Paulo, foi desgosto mesmo, a mulher matou ele do coração. Lembra que quando ele tava bebendo umas com nós no boteco e ele sempre se enrolava pra ir embora, pra não dar de cara com a mulher acordada?


Pois então rapaz, ela achou alguém que chega-se cedo e fizesse o serviço no lugar dele! Diz que ontem resolveu chegar um pouco mais cedo e pegou a danada na cama com o Ricardão! Ai o coração não aguentou.


Pois é Zé, até mulher feia quando não tem assistência da problema! O galo era daqueles sujeitos que simplesmente aceitaram a vida, viveu mais ou menos e morreu sem mais nem menos!
Sempre cantou de galo pra nós, mas a galinha dele ciscava em outro poleiro, isso sim que é ironia pensei comigo mesmo!


Pô e o velório e o enterro como vai ser?
Porra Paulo, a viúva disse que não quer nem saber, quer mais é que se foda ele a carcaça! Que a gente é que se virasse já quer era tudo amigo da cachaça.


Coitado o Galo, que bebia pra não encontrar a desgraça, levou chifre da vaca e não tem quem enterre a carcaça! Não preciso nem falar que sobrou pro tudo pro filha da puta do Zé.


Pablo Danielli

terça-feira, 19 de abril de 2016


Quebra cabeça


A sala vazia
Ecoa a agonia,
Reflexo do silencio
Que falou alto de mais.
Para tantas palavras
Não ditas, não escritas,
Faltaram pedaços de vida
Momentos de ironia.
Faltou preencher
Com suor, lagrimas e alegrias,
O quebra cabeça chamado vida.


Pablo Danielli

segunda-feira, 18 de abril de 2016


A tempestade


Começa lentamente, sem fazer barulho, como uma chuva fina que toma aos poucos a cidade. Um murmúrio que pouco a pouco ocupa os espaços e seduz os ouvidos. Sem se dar conta de que o tempo passa e mesmo assim tudo parece estático, sem movimento, sem vida, apenas olhares fixos e fiéis, em vislumbrar o nada.

Existe alguns poucos que ao perceberem se levantam e caminham até a janela, apoiando no parapeito o que resta de dignidade e há quem diga é apenas mais um dia e continuam trocando passos com uma vida sofrida.

Mensageiros com palavras embriagadas que seduzem, pensamentos e objetivos que distorcem. Mentes que estão secas, não são capazes de manter a sanidade, tão pouco uma visão clara, pois a chuva, turva os olhos e a razão.

Erros que se repetem sem parar, sem pensar, muda-se os nomes, os motivos, troca-se símbolos mas a sede é a mesma, a vontade é a mesma e a luz temporária serve apenas para disfarçar a escuridão.

A chuva parece acalmar, saciar o ego de quem com um guarda-chuva, oferece abrigo, gestos sutis em forma de afago, para mostrar-se útil, deixando molhar apenas o que lhe convém. Escondendo sem que notem, a dependência que se forma, como um elo, entre vida e morte.

Em meio a tanto pensar… cala! Porque sabe que a palavra é mordaça, é arma para quem vive da força dos outros, para aqueles que ouvem a chuva e distorcem o trovão. A tempestade abafa as palavras, e sem elas acaba-se lentamente perdendo a sensatez.

O que era suave se torna agressivo, o que era apreciado, se torna motivo de medo, sem se dar conta, a água que traz consigo vida, também é capaz de causar morte.

Os becos começam a ter seus espaços tomados, pobres miseráveis a margem de tudo, são levados a força. O que antes refrescava, agora pela quantidade de lamentos que trazem consigo, destrói.

Os murmúrios da cidade, que cercada por barreiras mentais, apenas se enxergam pichadas, palavras antes de ordem, mas agora com a realidade tomando as ruas, vilas e bairros, se tornam sem nexo. Frases que são levadas pelas águas, o que era esperança agora se torna caos.

Os corpos enrugados apodrecem lentamente, pois não é possível construir jangadas com ilusão, a festa que se fazia com o chuvisco agora é luto. Lentamente as vielas começam a secar, os prédios e árvores, castigados pela umidade começam a receber raios de luz.

Pessoas que se encontravam isoladas, sem noção do que acontecia, envolvidas pelo diluvio, aos poucos tomam as ruas. Os seres que vendiam as boas novas com a chegada da garoa, se encontravam acoados, dizendo não compreender a destruição causada.

Pessoas envolvidas antes pela seca, agora não desejavam mais sentir o sabor da abundante água. Os mensageiros ainda praguejavam suas doutrinas para que o vento ainda pudessem espalhá-las, em vão. Pois poucos desejavam se afogar em pequenos milagres que ouviram falar em velhas histórias.

Os livros e jornais não existiam mais, molhados acabaram perdendo a utilidade. Não havia registros do que aconteceu, tudo parecia aos poucos, uma lenda que se conta em conversas de terror. Mesmo que naquele momento, tais pessoas haviam compreendido que palavras suaves, não são capazes de compreender a dor.

Nunca mais se ouviu falar dos mensageiros, volta e meia algum visionário misturava palavras com o que aconteceu, tentando mostrar uma nova forma de saciar a sede. Em vão, pois corpos afogados apenas desejavam a dosagem certa.

Alguns murmúrios, soltos com o vento, correm as ruas insinuando que em algum outro lugar, ameaça ser tomado pela garoa que se torna tempestade. Mesmo que o tempo demonstre, algumas civilizações precisam passar pela ilusão. Para aprender a nadar é necessário não ter medo de se afogar.


Pablo Danielli

domingo, 17 de abril de 2016

Porta

Quem és tu!
Que bate a minha porta,
Há esta hora?

Que trás consigo
O calor das ruas,
E o silêncio da fé.

Que esconde o rosto,
E a voz, não se faz ouvir.

Apenas uma sombra
Em busca de um corpo,
Para ter um dono.

Que és tu!
Que antes, não se fazia notar!

E agora...
Faz-se, de um carregado pesar.

Tu, que não veste cores!
Tu, que antes não batia!

Agora...
Insiste em ser luz.

Em que momento
Entre o luxo e a miséria,
Despertou teu desejo?

Quem és tu,
Que bate, bate e bate...
Mesmo imaginando,
Que não há alma sóbria,
Para lhe receber.

Quem és tu!
Quem sou eu?
O que somos nós...


Se não, o tudo e o nada.
O vazio e o cheio.
A loucura e a sanidade.
O amor e o ódio...
A carne e a alma.

Quem és tu,
Que se faz martelo...

Quem sou eu,
Que se faz porta...

O que somos nós.



Pablo Danielli

sábado, 16 de abril de 2016



Soldadinho de chumbo


Esquerda, direita!
Esquerda, direita!
Esquerda, direita!
Esquerda, direita!
Marchem!


Soldadinho de chumbo
Que obedece sem questionar,
Dia a pós dia...
Enquanto a internet deixar.

Esquerda, direita!
Esquerda, direita!
Esquerda, direita!
Sentido!

Lustra as botas do teu superior,
Enquanto come o pão...
Que “teu” (governante) amassou.

Esquerda, direita!
Esquerda, direita!

Certo ou errado,
Honesto ou corrupto...
Obedecer, obedecer...
Como mula, perecer.

Esquerda? Direita?
Sacrificados na guerra,
Soldadinhos de chumbo
São como moedas de troca...
Morrem pela boca,
Sem perceber.

Esquerda e direita
Não tem sentido,
E nem objetivo.

Se não...
O de enriquecer.



Pablo Danielli

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Anacrônico
 

Aparou as arestas que a vida insistia em lhe fazer sobrar, forrou o chão com recortes de lembranças que desejava esquecer, mesmo que isso significasse alguns segundos de paz.

Respirou uma, duas, três vezes... Roubando o ar de toda terra para si, mostrando ao mundo que aquele momento era apenas dela e de mais ninguém. Não haveria substancia magica ou palavra escrita que a fizesse mudar de ideia, de rumo ou de sorte.

No jogo da vida, os dados ao rolarem na mesa, hora davam números pares e em alguns momentos cambaleavam quase bêbados números impares... Fazendo dar um pouco de sentido a bagunça quase perfeita, que eram seus romances e sua vida.

Arrastava seus pés para além da terra de sua imaginação e sonhava com dias anacrônicos, para ser a gota de cor no meio de uma multidão perfeita com suas vidas feitas de cristal.

O que cheirava a velho e antiquado como seus livros, tinham mais valor... Parecia que cada pagina compunha um pedaço de sua vida, cada passar de mão por capas, fazia se sentir mais inteira e mais forte. Dentro de seu pensar, além de seus segredos íntimos, estavam à fonte de toda sua força, escondido quase sufocado pelo dia a dia, lá aonde não se poderia tocar, estava sua imaginação.

Não estava pronta para sentir uma vida, com textos de romantismo apelativamente baratos, desejava o requinte de ser única, o glamour de só ela saber, como é se sentir de uma forma desesperadamente viva.

Capturar na retina, a imagem delirante que apenas uma alma capaz de entrar em ebulição pode sentir. Enquanto algumas buscam o ar de purificação, ela diferentemente, gostaria de sentir todos os pecados do mundo. E para isso, sabia que além de viver, é necessário abrir os olhos.


Pablo Danielli


No meio do caminho
Havia um amor,
Um pouco de vida...
Alegria e dor.
Existiam os anos e o tempo,
O desejo e o medo.
No meio do pensar
O vento que toca o corpo,
Faz algumas almas esperar.
Outras sentem a brisa,
Fazendo a esperança brotar.

Pablo Danielli

quinta-feira, 14 de abril de 2016


Sobre a educação, porcos e diamantes.



Pela qualidade de comentários de alguns professores que surgem nas minhas atualizações, percebo que o problema da educação de forma geral não é somente de salários (o que é um direito de todos!).


Mas alguns deveriam realmente mudar de profissão, já que ensinar é um dom que pelo visto nem todos têm, alguns deveriam ensinar aos seus alunos o que é democracia e politica e não apenas vestir uma bandeira partidária.


Existem falhas no âmbito municipal, estadual e federal, mas como boas "mulas" que somos (no sentido do carregar peso) observamos apenas a bandeira partidária, como se PT, PMDB e PSDB não tivessem as mesmas falhas e desvios de caráter.


A nobre profissão do professor parece estar contaminada por algumas pessoas que a usam como bandeira politica, para atacar adversários, expor fraquezas e nada mais.


Escolas continuam com condições precárias, materiais didáticos são atualizados de acordo com a bandeira que veste o partido politico que manda. E ao contrario do que manda a cartilha, cada vez se tira mais ao invés de se investir na educação.


O descaso e desmando tornou-se um problema crônico, tudo que é do âmbito publico no país esta em período de falência, é muito mais fácil deixar o interesse privado tomar conta, menos oneroso e da menos dor de cabeça.


A profissão de politico e de professor hoje em dia tem algumas coisas em comum, vira politico quem provavelmente não deu certo em outras coisas ou quer resolver seus problemas financeiros, da mesma forma hoje, algumas pessoas viram professores. Seja por falta de oportunidade de empregos bem remunerados ou a falta do próprio emprego aonde mora, acabam vendo uma oportunidade de não se incomodar e ganhar um fixo.


Ambos têm contato direto com a formação de uma sociedade, a diferença básica é o montante de dinheiro envolvido e que ainda existem bons professores que se dedicam de corpo e alma, pensando em moldar pessoas melhores, seres humanos de caráter, pequenos diamantes a serem lapidados.


Existem exemplos positivos e negativos na educação, não é necessário ir longe, vá até escola do seu bairro e observe o que esta sendo feito e ensinado, tente perceber se o ensino naquele local é uma obrigação ou é algo desenvolvido e pensado no bem estar daqueles que ali estão trabalhando e frequentando.


Devemos fazer o nosso melhor e não apenas o possível, enquanto lutamos por melhorias, fazer o básico qualquer um faz, a diferença esta sim, são poucos que tem coragem de ser.


Políticos são frutos da educação brasileira, os chamamos carinhosamente de ladrões, porcos e safados, seria essa a definição para nossa sociedade? Pois não chegaram lá puros, foram moldados pelo o que os rodeia. Ironicamente quem está ao seu lado é o cidadão comum, é o pai, a mãe e o professor.


Quando abandonamos algo, o deixamos de lado, esta coisa, fica com poeira, obsoleta e as traças tomam conta, o ensino no Brasil esta dessa forma, abandonado e como tal começa a ser tomado por pessoas sem interesse nenhum, sufocando aqueles que lá estão para lutar por algo melhor.


Como em outras profissões existem boas pessoas que se destacam e algumas de insistem em deixar uma imagem negativa. Existem dificuldades, problemas que somente quem está no dia a dia sabe que existe e tem que conviver.


Por muitos anos a sociedade tem sido fruto da educação (boa ou má), no atual momento que vivemos é necessário que a sociedade abrace o ensino publico, para melhorarmos não penas salários e bonificações, mas a qualidade do que é oferecido a alunos e profissionais que lá estão.


É preciso que professores entrem em salas de aula sem medo de serem agredidos, sem salas com 40 ou 50 alunos e que eles tenham ao menos um bom material para poder moldar o a mente e o caráter humano de quem está ali.


O problema da educação é muito mais grave que se mostra na tv, é muito mais grave que possivelmente algumas das pessoas que lá estão imaginam. É algo enraizado que necessita de cuidado imediato, não apenas de promessas de campanha nunca realizadas, o problema da educação hoje... Esta dentro de cada um de nós.


Pablo Danielli

Coito interrompido





O brasileiro não goza mais, tanto o homem quanto a mulher estão passando por uma mudança genética governamental. Não se tem mais prazer, não se pode mais ter tranquilidade e a carga diária de preocupações extrapola qualquer limite, fomos castrados de toda e qualquer forma de tesão.

O governo brasileiro na ânsia de controlar as taxas de natalidade, acabou encontrando o método contraceptivo mais eficaz possível, simplesmente tirou o prazer de viver das pessoas.


Muito mais econômico que investir em propagandas, camisinhas ou pilulas, bastou que se aumentasse os impostos, a corrupção e a falta de vergonha na cara, políticos são todos inocentes, culpado é a população que os colocou aonde não deveriam estar.


Casais cada vezes mais estão tento menos filhos, ao menos os que pagam impostos. A educação é cara, a saúde é cara e a segurança um assalto... E se quer ao menos temos a garantia de bons serviços.


Nem ao menos temos mais prazer na conversa, por mais que se esforce, os problemas insistem em atravessar assuntos, fomos castrados do prazer da fala e nem ao menos nos pediram licença para tal.


Tudo o que se observa nas ruas, são rostos cansados, pessoas com olhares tristes e num súbito e inesperado ato de pensar podemos concluir: Essas pessoas não gozam mais!


Pessoas murchas de vida, de sensações, de ideias e prazer, pequenos seres vivendo sua grande infelicidade e sem perspectivas de mudanças, deixamo-nos enganar pela propaganda bonita e pela necessidade de sermos salvos por alguém, deixamos de aprender a nadar e estamos todos afogados, seja no ego ou na sociedade.


Tivemos sem perceber, lentamente arrancado de todos, o pequeno prazer que restava. Porque indiretamente não nos atingia, porque não batia a nossa porta... Mas esquecemos a janela a berta e os ventos da mudança deixaram todos resfriados, sem perceber tivemos o coito interrompido.




Pablo Danielli

quarta-feira, 13 de abril de 2016


Soldadinho de chumbo


Esquerda, direita!
Esquerda, direita!
Esquerda, direita!
Esquerda, direita!
Marchem!

Soldadinho de chumbo
Que obedece sem questionar,
Dia a pós dia...
Enquanto a internet deixar.

Esquerda, direita!
Esquerda, direita!
Esquerda, direita!
Sentido!

Lustra as botas do teu superior,
Enquanto come o pão...
Que “teu” (governante) amassou.


Esquerda, direita!
Esquerda, direita!


Certo ou errado,
Honesto ou corrupto...
Obedecer, obedecer...
Como mula, perecer.

Esquerda? Direita?
Sacrificados na guerra,
Soldadinhos de chumbo
São como moedas de troca...
Morrem pela boca,
Sem perceber.

Esquerda e direita
Não tem sentido,
E nem objetivo.

Se não...
O de enriquecer.


Pablo Danielli

terça-feira, 12 de abril de 2016


O direito de errar




Há... Seres desprezíveis! Que visam sua própria comodidade, que fazem politica barata e que exploram o povo. Com discursos aveludados, que com uma mão acariciam enquanto com a outra tiram...


Sim, esses seres de moral celibatária, inquestionáveis e que podem tudo em nome de um único proposito, cada dia que passa me convencem mais e mais de que são os donos da verdade, do mundo e da sociedade.


Classes opressoras que fazem politica doutrinadora nas escolas, que invadem casas, bairros e cidades com falsos pretextos de salvadores. Há... Se nossa ignorância não fosse tão grande!


Ao povo o que é do povo, aos políticos o que ao povo já não pertencem mais, e para os donos dessa moral inquestionável, toda nossa dignidade e vergonha por optar pensar de forma diferente da deles.


O direito do erro, agora pertence somente aos cães raivosos com falso discurso moralista que prega a paz. O direito de tomar, de matar em prol de um discurso comum, de um ideal comum, é apenas desses seres que espumam “sabedoria” pelas suas mandíbulas sedentas de capital opressor.


Com um discuso que não tem sustentação pratica, com militantes que não praticam o próprio dizer, parece que apenas o que importa é ouvir o som da própria voz.


O que importa é distorcer feitos históricos de suas doutrinas, esconder os esqueletos em baixo de camas de quem não tem a mesma fome de poder.


Vocês que tem uma luta histórica, que transcende décadas, apenas vocês tem o direito de errar, de poder dizer que pessoas não souberam aplicar sua doutrina e continuar a espalhar miséria e fome por onde passam.


Mais uma vez, a tentação do poder, do dinheiro fácil por meio de países subdesenvolvidos bate a sua porta. Uma vez mais sua razão histórica faz aflorar o desejo de controle absoluto do gozar da vida.


Como uma praga que toma de assalto qualquer lugar que tenha recursos dos quais possa aproveitar, acabando com os recursos naturais e com o trabalho das pessoas, uma peste negra que tira ate a ultima gota de vida e suor de quem ali se encontra, sem força para se levantar.


Depois procura outro pais para impor suas ideologias, assim destruindo qualquer possibilidade de vida, com o discurso de que por onde passou não deu certo porque as pessoas não souberam aplicar suas ideias puritanas.


Sim fantasma silencioso, é apenas teu o direito de errar, porque nas paginas da historia não passas de um sombra que cobre a visão de pessoas desavisadas. Tenta se reinventar com o passar dos anos, tenta abraçar causas que nunca foram tuas na expectativa de arrebatar novos “fãs”.


Mas assim como uma febre que acaba quando medicada, tua doutrina se esvai pelos segundos, horas e dias da história, pelo simples fato de que um dia todos terem que trabalhar para ter o próprio sustento.


Mas sim caro fantasma, tua moral é questionável, o teu direito de errar é questionável, porque nasceste de um ser cuja única tarefa de vida foi viver da desordem e da sombra de outros.


Há se teus seguidores e árduos defensores fingissem não saber de tua vocação parasita, de teus muitos lideres sem escrúpulos e assassinos, talvez assim o direito de errar fosse dado a nós cidadãos comuns, talvez a moral há ser questionada não fosse a nossa e sim a qual vocês ousam dizer ter direito.


A única revolução possível é feita pela liberdade do ser e a coleira a qual usufrui, parece ser apertada demais para o atual mundo em que vivemos.


Então porque como um derrotado, insiste em permanecer na cabeça de falsos “profetas” que apenas usam do dinheiro publico, escondendo suas fortunas dos olhos dos outros, para não ter que dividir com o próximo?


Livra o mundo de tuas correntes, elas impedem as pessoas de buscarem vida aonde só existe miséria e morte, alivia o próximo do peso de tuas ferramentas, não percebe que teu rancor, transforma tudo em dor?


Mas eu sei, que enquanto existir mentes manipuláveis, pessoas com fome de poder, tu ainda há de existir! Não tenho duvidas de que enquanto houver governos corruptos, com lideres sem escrúpulos, tu ainda há de existir!


Não tenho duvida de que enquanto existir pessoas com o intuito de sugar da maquina do estado, sem precisar mover um dedo para isso, tuas lembranças continuarão a rondar.


Por que, enquanto vozes que deveriam falar se calam, diante da tua opressão e nada fazem, teu fantasma ainda continuara a sombrar.


Pablo Danielli

segunda-feira, 11 de abril de 2016

PUTA VELHA





Essa crônica não tem qualquer compromisso com a realidade ou com algo moral.

Se você for dessas pessoas moralistas ou que não se permite uma leitura despretensiosa, faça um favor a si mesmo e não leia. Se a caso ler, se deleite.

É uma serie de crônicas que relata a vida de um personagem fictício, Chamado de “A rotina de Paulo”.





1 - Puta velha.

Era tarde e fazia um calor infernal, bem como se diz por estes lados do mundo, o suor fazia colar a roupa no corpo e o cheiro do cigarro não saia de jeito nenhum dos dedos. Certos dias são assim mesmo, sem graça, sem cachaça e sem foda, chato pra cacete.

Quebrei a única tv que tinha porque só passava merda, tolice popular, dava até nojo só de olhar. O que restou foi um ou outro disco que merecia ser ouvido, porque na radio hoje em dia só tem porcaria, puta sacanagem e uma puta monotonia.

É difícil curar o mau humor e se o dia está uma merda, meu amigo, não tem conselho que vá ajudar! Esse é daqueles dias que a gente fica meio assim, que nem “puta velha”, meio perdido, num canto e sem vontade de “dar”.

Fico pensando comigo mesmo, nos dias de hoje, Sócrates provavelmente passaria no puteiro, para dar uma aliviada sabe, caras como ele, em dias como o de hoje, certamente ficariam loucos com tanta babaquice no ar.

Levanto da cama e ouço a vadia da vizinha gritar que está tudo ruim, mas lá no fundo eu sei que ela só quer “dar”! Hoje em dia é assim, madame tem “piti” por que não consegue uma boa foda.

Deve ser culpa dessa globalização, do ser tudo igual e natural, falam por ai que até homem falta, deve ser, deve ser.

Abro a porcaria da minha geladeira e só tem um litro de cachaça e se é o que tem é o que eu bebo, não posso me culpar e nem o sistema, se tudo está uma bosta, a culpa é do meu corpo que não quer mudar.

Volto a pensar na “puta velha” e solto alguns risos comigo mesmo, pensando: Poderia ser pior! E penso sacanagem falarem que as pobres coitadas conceberam os alguns nojentos políticos.

Se for, deve ter sido a pior trepada da vida delas e grito para mim mesmo: Que miséria sem fim! Não tem noite mais longa que uma cabeça que não consegue dormir, tento até fingir, fecho os olhos e finjo um ronco, mas não é engano minha cabeça e o porre começa a fazer efeito, raposa velha é assim, tarda mas não falha.

Começo a contar nos dedos, sem mulher, sem sono e sem dinheiro, vida ordinária e sorrio meio de canto como quem diz, poderia ser pior, poderia ser um politico filho de uma “puta velha”.


Pablo Danielli

domingo, 10 de abril de 2016

ENSAIO SOBRE A RAZÃO




"Palavras, que questionam e que servem como respostas. Duvidas sobre o que somos e como somos, colocadas de uma forma simples e provavelmente incoerente. Um olhar critico e sem nenhuma obrigação com a verdade, se é que existe verdade quando se trata do homem".





Tudo que havia para ser dito, a principio já foi falado, tudo que havia para ser escrito, a primeira vista já o foi feito, já possui seu espaço preenchido. E se hoje vive, é por que um dia certamente estava morto e se hoje morre, um dia talvez fosse considerado belo.


O caminhar do tempo, não nos prova absolutamente nada, no máximo nos entristece. Por nos mostrar o tamanho de nossa insignificância no universo! O tempo, o tempo não ensina e ele nada nos convence, são nossas escolhas e nossas mal faladas palavras, nossas atitudes diante do improvável que nos define inevitavelmente.


Se a evolução faz parte do homem, como explicar que tantos ainda insistam em viver na ignorância parcial ou total sobre a vida, caracterizando o mais primitivo dos pensares. No qual mostra a fraqueza humana diante do contraditório, a falha que existe no ego, proporcionando um verdadeiro espetáculo de soberba.


Afinal, o que seria do mundo moderno e de seus seres pensantes e racionais, se não fosse à existência da própria duvida? Bem estar, ética, amor, coerência, certo e errado, o homem moderno faz questão de exaltar seu pensamento perfeito sobre o mundo. Enaltecendo suas virtudes e faz questão de gritar para o nada, que é o único ser racional da terra.


Sendo assim questiono-me qual a racionalidade de ser superior se o objetivo é sermos iguais. Somos uma espécie que supostamente, temos o livre arbítrio, em um mundo aonde a liberdade é vigiada, calculada e administrada, com o intuito de uma “ordem” a ser mantida. Seria possível então dizer realmente que somos seres livres? Se o que ocorre realmente é uma pujança de regras, que nos impedem de fazer realmente o que desejamos ou pensamos ser certo para o momento.


Em sua era primitiva, na qual se considerava estarmos em evolução, tínhamos a liberdade de fazer qualquer coisa. Nada nos impedia de ir ou vir, o ser humano caçava, era infiel e se necessário matava para fazer sua tribo prevalecer em determinado território. Não era julgado ou considerado imoral, alias, imoralidade era uma palavra que não tinha significado algum na época.


Lógico, guardada as devidas comparações, com suas respectivas épocas, o questionamento é simples, com o pensar, a chamada inteligência, perdemos nossa liberdade com o passar do tempo ou nos privamos de certas atitudes em razão de um pensamento conjunto. Pois me digam, aonde o interesse social, prevalece sempre sobre o interesse próprio?


Gosta-se de pensar e dizer que o ser humano é imagem e semelhança de Deus, mas alguém considerado normal em sua plenitude mental, já viu Deus para fazer tal afirmação? O homem moderno acomoda-se na ideia banal de que o mundo gira, para as suas vontades e não de que ele faz parte de um todo. Um organismo único e vivo no qual o equilíbrio é a palavra chave, para o bom funcionamento da vida.


É neste ponto que chegamos a um fato, no qual a discussão se estende por séculos, ciência e fé. Não é de todo erro afirmar que o homem a partir do momento que foi adquirindo inteligência, começou a se questionar sobre sua existência. Logo seu pensar mostrou que não estamos teoricamente sós no universo, aumentando com sua inteligência, também sua ignorância.


Por mera consequência começou o culto a lua, o sol e terra, mas não bastando isso, criou-se o mito homem! Deuses de carne e osso, pois nunca nos passava pela cabeça que seres dotados de inteligência, um Deus, não serem a própria imagem do homem, uma amostra do seu próprio ego e sua autoafirmação de domínio sobre as criaturas terrestres.


Tais pontos servem apenas para firmação da figura caricata que somos, tentando dia a pós dia, firmar posição firma de certezas nem sempre verdadeiras, somos homens, somos deuses e quase sempre mortais. Nunca nos imaginamos como uma partícula muito pequena de um todo, assim sempre tentando fazer se sobressair diante do próximo. Somos o reflexo de nosso pensar e quase sempre a figura da ignorância.



Pablo Danielli

sábado, 9 de abril de 2016

QUANDO A ESTRUTURA FRACASSA



"Quando quem devia lhe dar suporte é quem na verdade oferece as costas, quando não há para onde correr, a quem recorrer, a pergunta que se faz é o que fazer? Democracia não é tão somente aceitar tudo, mas saber que questionar, opinar e buscar soluções faz parte desta palavra. Vivemos eventos que não se podem mais esconder, vivemos uma nova realidade, um despertar que somente o tempo nos dirá pra que direção nos levará".







Aprendemos deste o tempo de colégio, que todos participamos de uma democracia, temos hierarquias e nossos representantes são eleitos pelo voto popular. Aprendemos a respeitar leis e que de certa forma temos direitos e deveres, o que a principio no papel parece ser lindo e eficaz.


Passa o tempo e acabamos por descobrir, que é função do governo garantir bom atendimento na área de saúde, segurança para todos e educação de qualidade, inevitavelmente começamos a nos deparar com questionamentos, se é função do governo aplicar a pesada carga tributaria para o bem do povo, por que o povo não o recebe da forma correta?


Vemos com o passar das eleições que entra partido e sai partido, as ideologias nas propagandas são diferentes, mas as atitudes na realidade são as mesmas. Acusações de privatizações e corrupção.


O governo é uma estrutura que teoricamente não visa lucro, ele recolhe impostos e com estes impostos ele melhora a qualidade de vida de seu povo. Quando ele privatiza ou terceiriza um serviço, ou entrega um bem publico para ser dirigido por pessoas do núcleo privado o foco muda, passa-se a visar o lucro, pois diferente do governo empresas que assumem esse papel visam cifras e muitas vezes não o beneficio do povo.


Mas os impostos não diminuem mesmo essas estruturas estando administrados por terceiros, uma despesa a menos para o governo e uma carga tributaria a menos para o povo, um bom sonho. Mas não basta apenas demonstrar incapacidade de gerir a maquina publica, é necessário corrompe-la, desviar a verba publica.


Hoje em dia a politica é vista como uma forma de enriquecer, muitas pessoas entram nesse meio não para melhorar suas cidades e estados, mas porque sabem que os salários fora da realidade o farão mudar de patamar, ter melhor vida, já que o trabalhador comum pena com uma renda que beira o vexatório.


As manchetes de revistas e jornais são sempre as mesmas, denuncias e mais denuncias, apenas um reflexo das escolhas mal feitas e da cultura imposta no país. Mas em determinados momentos, raros momentos a estrutura racha, fica praticamente insuportável suporta-la, é quando os protestos começam a ganhar força.


Está escrito na história do mundo, grandes mudanças somente acontecem quando o povo se une por um ideal, não importa a nação, quando as pessoas chegam ao seu limite, quando elas saem do estado de letargia se dá inicio a mudanças significativas na estrutura e na cultura de um país.


Isto não é mais raro de acontecer, com o avanço da comunicação, do esclarecimento, da informação na velocidade da luz, está cada vez mais rápido tomar conhecimento da dilaceração que existe na politica. O que nos remete a varias perguntas como se estamos no modelo de economia certo, se estamos no modelo politico correto e se estamos no modelo de sociedade ideal.


Ter cidadania, ser justo e correto nem sempre é aceitar o que se apresenta como verdade, é questionar e buscar mais respostas, e se não encontra-las, exercer o direito legitimo de liberdade de expressão. Talvez as pessoas tenham confundido, pagar impostos, calar-se diante das indiferenças, estar confortável em seu sofá muitas vezes é estar tendo uma existência mecânica, viver muitas vezes exige riscos e sentir-se vivo é lutar pelos seus ideais, mesmo que muitas vezes sozinho.



Pablo Danielli

sexta-feira, 8 de abril de 2016

CONTEÚDO EXPRESSO

CONTEÚDO EXPRESSO



"Com conteúdo ou sem conteúdo, com figura ou sem figura, colorido ou preto e branco? O que você constrói ou destrói? Que tipo de sociedade você vive ou sobrevive. A final de contas, que tipo de pensador é você"?





Paranoia visual em um mundo decadentemente avesso a cultura das letras, imagens rápidas e de apelo fácil, pouco texto para assimilar. Se existe figura e quanto maior e mais coloridas forem, acaba por garantir o sucesso instantâneo e fugaz de um conteúdo sem corpo, embora de um apelo popular inquestionável ou fortemente questionável?


De uma forma clara, acaba por mostrar uma tendência que vem tomando conta das pessoas de forma geral, o conteúdo expresso. Lê-se apenas manchetes de noticias, apenas frases famosas e figuras coloridas, criam-se palpiteiros de meia obra literária, críticos de meias palavras e pensadores de meia tigela.


Na mesma velocidade que se distribui falsas ilusões, a mídia vende em seus meios de comunicação o retrocesso cultural, em forma de musicas que nada dizem, em forma de programas vazios, em forma de arte inexistente. Oferece-se o obvio e não mais o extraordinário, em parte porque a sociedade deixou de ser algo além do comum, a banalidade produz a figura de si própria e vende como se fosse algo inédito.


Estamos vivendo em uma época aonde a tribo tem preguiça de pensar, agir e falar além do seu próprio círculo de conforto. Vendemos o corpo e não mais as ideias, alugamos a imagem e não mais as teorias, os nerdes não são mais aqueles que estudam em demasia e sim quem joga vídeo game e se veste de determinada forma.


O dinheiro substitui todas as nossas formas e vontades artísticas livres, pois pensar de mais, inventar um estilo novo e fugir da regra não sustenta a casa ou não dá retorno financeiro suficiente para viver em um mundo de apelo visual. Hoje não se pensa e vive de forma livre, e sim de forma apenas rentável, o que deixa a maioria das pessoas em uma escolha óbvia, entre ser o primeiro a fazer algo novo ou viver sem riscos e de forma agradável diante da sociedade, escolhe-se a de menos riscos.


O que nos leva a uma reflexão, sobre o que somos e o que desejamos ser, pois se o mundo está assim é porque inclusive você e eu, participamos desta nova forma de viver. Se as figuras coloridas predominam, se a banalidade toma conta com os diálogos vazios, são sobras de textos e obras nuca lidas ou escritas, e a pergunta se torna inevitável: A final de contas, que tipo de pensador é você?



Pablo Danielli

quinta-feira, 7 de abril de 2016

SER OU NÃO SER... PENSANTE.

SER OU NÃO SER... PENSANTE.



"Este não é um texto politico, tão pouco apartidário. São palavras que falam sobre os problemas, não apenas sobre culpados ou inocentes, mas sobre a consciência nossa de cada dia".




A sociedade se diz evoluir todos os dias, nas mais diversificadas áreas e nos mais diferentes temas. Embora a base de tudo se mostre ainda arcaica, resumindo-se em ser contra ou a favor. Por mais que os anos passem e as manchetes de jornais insistam em mostrar algum tipo de mudança, o comportamento das pessoas diante de alguns temas se mostra primitivo.


Assuntos como fé, politica e futebol, por muitos anos são mantidos como “não discutíveis”, por mexer com a emoção e quando se envolve sentimento, se perde a razão. Fato no qual discordo totalmente e por essa justificativa ser usada ainda nos dias de hoje, talvez tenhamos chegado a níveis extremistas de imposição da própria opinião.


O país esta envolvido em um manto de justiça e desigualdades, talvez nunca sentidos antes. Muitas questões antes vistas como tabus, chegam de forma bruta estapeando nossas caras, nos indagando por um pensar diferente do feito em outras épocas, mostrando para nossa consciência que chegou a hora de debater.


Mas de forma lógica, procuramos sempre por culpados e não por soluções. E sempre a culpa não é nossa, por coincidência é do vizinho, é do politico, do branco, do negro, é do pastor ou do bispo. Não temos a coragem suficiente de assumir a parcela que cabe a cada um de nós para resolver.


Chegamos assim, jogando os problemas no colo de outros, ao momento em que falar o que se pensa, expor um pensamento, defender um ideal, chega a ser praticamente uma heresia. Vivendo um momento de um falso politicamente correto, um modelo no qual quando se é contra a maioria, é estar contra a politica divina e incontestável do homem.


Se você defende o governo é de direita, se você defende a família, é homofóbico e vise e versa. Assim desta forma bruta e sem um debate de ideias, vem se criando uma sociedade cada vez mais intolerante, quando na verdade deveríamos sentar todos e nos perguntar o porquê deixamos tais fatos nos tornarem pessoas agressivas, ao invés de vermos uma oportunidade de nos colocarmos no centro da discussão, como oportunidade de crescimento humano.


Falta bom senso de todas as partes, falta não somente o investimento em educação, mas usarmos a que recebemos de nossos pais. O país hoje parece, um amontoado de pessoas tentando escalar uma sobre as outras, buscando sua melhor visão da cidade.


Deixamos o individual, aos poucos ser muito mais importante que o coletivo, nos permitimos vendar os olhos com a soberba do consumismo, como forma de satisfação e direito de quanto mais se tem, mais se pode sobre os outros seres que dividem nossa convivência.


Ao escolher o caminho confortável, acreditamos estar livre de momentos que consideramos desagradáveis. Mas a sociedade que não tem acesso a tais formas de vida, mais cedo ou mais tarde, haveria de cobrar sua parte no bolo. Mostrando assim, que toda forma de exclusão, mesmo sem “saber” que havia sido feita, afeta a cada um de nós.



Pablo Danielli

quarta-feira, 6 de abril de 2016

A FALTA DA COMPREENSÃO

"A falta de compreensão às vezes se da pelo excesso de palavras e em outras tantas, pela falta que elas fazem. Pelo gesto demasiado e pela falta de atitude. Compreender esta além de ser ou estar, muitas vezes se encontra no praticar, o sair da inercia".



Eu não entendo,

O jornal não fala?

O governo disfarça...

Enquanto a farra não para!





Vivemos dias de incompreensão, de idéias, de palavras e de motivos. A principio poderia dizer que a população sofre de uma crise aguda, no que se diz respeito a caráter e honestidade e que automaticamente esta amplamente estampada na grande maioria de nossos políticos.


O descaso com a saúde, com a segurança e com a educação não surgiu nos últimos dias, nos últimos anos, apesar de sermos uma democracia que engatinha em comparação com tantas outras milenares pelo mundo, que também possuem problemas parecidos.


A falta de respeito e a nossa mania de acreditar, que com o dinheiro se compra tudo, possuem raízes mais antigas que estes novos dias que se apresentam conturbados. O brasileiro começou a se importar, mas o quanto da população realmente se importa? A classe rica que começou a perder dinheiro ou a classe pobre que quer um pouco mais para parecer maneiro?


Existe algum motivo que não seja o interesse próprio? Parece que estamos aos poucos saindo de uma zona de conforto, mas não porque desejamos e sim porque a indiferença está batendo a nossa porta, cobrando providencias, a miséria esta estragando a vista da janela de nossas salas e isto incomoda.


O plano de saúde não é mais garantia de bom atendimento, as mensalidades altas de escolas privadas não garantem futuro promissor para seus alunos e hoje temos que pagar para ir e vir em nossas estradas.


Estamos levantando de nossas camas e saindo as ruas porque mexeram em nossos bolsos e não em nossas mentes. E como bons brasileiros, será que queremos mais do que podemos?


Somos escravos da falta de opções (eleitoral, cultural, emocional), da falta de leitura, da falta de compreensão do que nos falam, do que nos empurram e do que nos ditam. Falamos em mudanças mas somos os primeiros a atacar, atacamos a religião, agredimos a cor, ficamos enojados com opção sexual. Apenas olhamos para os lados e disfarçamos.


Vivemos um momento que em frente a outras pessoas falamos o que todos desejam ouvir, mas no nosso intimo dilaceramos palavras desrespeitosas, impiedosas sobre tudo e todos. Não somos capazes de analisar um contexto, apenas pegamos uma fração, pequena parte do que nos agrada e fazemos disto uma bandeira, mesmo que rasgada.


Bons governos criam pensadores, maus governos criam eleitores, a formula aplicada é simples:


Descaso + Corrupção + Falta de solução + Manipulação= País escravo.


Acredito que a mudança não acontecera em poucos anos, levara décadas e séculos, possivelmente muitos não estarão vivos para ver tais maravilhas acontecerem. Maus políticos para nossa sorte também envelhecem e morrem, os novos devem ter consciência disto também. O homem não teme a prisão no Brasil, principalmente quem tem dinheiro.


Mas teme ao morrer em ir para o inferno, pois apesar da alienação que religião provoca muitas vezes, ela tem um papel fundamental na ordem social. Acreditar em céu ou inferno muitas vezes é o único fator que faz um ser humano mudar, não porque quer, mas porque teme o desconhecido. Ironicamente a religião de alguma forma, pode sim salvar.


Salvar-nos de uma esquerda aterrorizadora e de uma direita macabra, nos salvar da lábia, que insistimos em acreditar. Acreditamos na foto bonita, no discurso bem elaborado, acreditamos que não cometeram erros no passado. São ditas mentiras e mais mentiras para esconder a verdade, que todos temem e que todos esquecem.


O nosso pequeno ciclo vicioso de pequenos favores e prazeres:


Tempo para esquecer + boa propaganda + dinheiro + favores = Eleição


Você caminha por pedaços de calçadas esburacadas, reza para quando chover não alagar a sua casa e se tiver sorte, não ser atropelado por algum individuo com pressa em te passar para trás. Somos apenas um reflexo de uma possível civilização, somos uma sombra de algo chamado humanidade.


Aprendemos a fazer promessas, mas não sabemos como cumpri-las, assim é na vida pessoal, assim é na vida publica, com nossos amadores políticos.


Poucos ainda se perguntam, se as manchetes de grande parte dos jornais maquiam a realidade, se a televisão fantasia a vida e a internet esconde teorias, no que podemos acreditar, como podemos compreender o que cerca esses olhares perdidos.


Somos um pequeno grão de areia, em um oceano de dizeres, que inundam nossa mente sedenta de conforto. Temos em parte o desejo pela verdade, mas falta a vontade de vê-la... Pois perceber que somos parte de um todo, de uma equação que não esta balanceada, é ver que somos parte de um problema.


E como bons seres, preferimos ver a pele trincada de nosso vizinho, ao cuidar de nossas rugas disfarçadas com alguns sorrisos. Nosso estado latente de inércia, não nos permite aplicar moralismo algum, pois conta à lenda que como bons brasileiros, temos o dever de tirar proveito de qualquer falha na história.


Acomodação + Julgar + Promessas + Falso moralismo = Espelho.





Pablo Danielli

terça-feira, 5 de abril de 2016

A estupidez humana



"As correntes foram deixadas de lado no tempo da escravidão, mas continuamos todos amarrados pelo nosso preconceito diário, nas pequenas coisas, que alimentamos com palavras e olhares. Sem nos darmos contas, essas pequenas coisas se tornam grandes, com a capacidade de destruir um ser humano".





Nenhuma pessoa nasce racista, ela aprende a fazê-lo no seu dia a dia e com exemplos geralmente de pessoas que servem de espelho. Somos uma sociedade racista não apenas no que se diz respeito à raça, mas somos em um todo, nas pequenas coisas... Classe social, hierarquia, religião, opção sexual, entre outros tantos que poderia ser citado, o que não falta é “motivos” para ter tal atitude.


Somos um aglomerado de pessoas, cuja conveniência optou por chamar de sociedade. Existe racismo até mesmo nestas palavras ao descriminar a opção de liberdade de escolha e liberdade de expressão, mesmo que isso signifique palavras de ódio ou propagação de violência.


O preço dessa estupidez humana é a escravidão pelas palavras, que muitas vezes tem o mesmo peso que um chicote, aonde não deixa marcas para serem vistas, mas dilacera o intimo, deixa qualquer pessoa destruída por dentro.


Em uma sociedade aonde o dinheiro dita a regra, pessoas com menos poder aquisitivo, em sua maioria são vistas como inferiores, por não terem uma boa educação, acesso a cultura e “diversão” que se pode pagar.


O que nos leva a uma questão muito interessante, se em teoria quem tem mais acesso e melhores condições, ao desenvolver sua educação e cultura, deveria lutar para que seus iguais tivessem o mesmo direito. Mas o que se observa, são pessoas lutando para ter cada vez mais e deixar outros tantos com cada vez menos.


O racismo demonstra todo o individualismo que escondemos dentro de cada um de nós. Ao pratica-lo nos colocamos em uma condição superior, imaginada apenas por nós. Fechamo-nos para a sociedade para nos proclamarmos senhores da razão e os outros que se danem.


Somos hipocrisia no mais puro significado da palavra, se antes tínhamos as correntes, hoje temos as palavras, se antes tínhamos chicotes, hoje temos os olhares de desprezo e se antigamente tínhamos casa grande e senzala, hoje infelizmente temos o dinheiro, muros altos e condomínios para não nos misturarmos.


O nosso preconceito sufoca não somente adultos, mas crianças que mesmo antes de nascerem, já estão fadas a falta de coerência da raça humana. E passado tantos anos, tantos séculos parece que ainda não encontramos uma forma de deixar nosso ego e vaidade de lados em prol de um bairro, cidade, estado ou país com mais sorrisos ao invés de lagrimas.


Temos que reaprender a viver, a sentir, amar e perdoar. Temos que redescobrir nossa humanidade, mesmo que para isso, se acabe o tempo de vaidades. Para não perdemos nossa tão aclamada “racionalidade”.



Pablo Danielli

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A certeza do errado.


Em outros tempos, não muito distante desses vividos, existiam formas menos intensas e rápidas de comunicação. Telefone discado, carta e quando muito relevante a opinião de uma pessoa, (geralmente especialista) por meio de radio ou televisão.

Pois bem, a velocidade da tecnologia nos trouxe comodidades e meios aprimorados de comunicação. Novos pensadores surgiram, novas formas de diálogos se criaram e novos verbetes foram agregados ao dicionario.

Em um espaço curto de tempo a escrita sofreu variações que em décadas e seculos não havia passado. Porém o pensamento humano não acompanhou esta transformação, somos boçais ao pensar com um ferramenta de tecnologia de ponta. O resultado não poderia ser outro, se não  o da completa falta de educação e respeito.

O teclado se transformou em uma metralhadora capaz de ferir mais gente por segundo que a guerra é capaz de fazer. A tela do computador é como um capuz aonde o ser se esconde para destilar ódio, raiva e disseminar criticas sem nenhum fundamento.

Mas a vida real não reflete a virtual ao menos não a luz do dia, somos cordeiros sem a tecnologia e lobos ao te-las em nossas mãos. Nunca se teve tantos especialistas sem diplomas em diversos assuntos  como se observa agora, todos são juízes e ninguém gosta se ser julgado.

Tais fatos apenas mostram um caráter individualista, egoísta e pobre mentalmente do ser humano que somos, ao final de tudo somos todos animais irracionais. Somos bons em criticar, julgar e executar sem questionar.

Essa raiva toda contida e destilada nas teclas, a necessidade constante de estar certo, de massacrar o desconhecido com uma foto nas redes sócias, sem saber sua história, sem ter o conhecimento de suas dificuldades, sem ao menos ter a certeza do que se fala, demonstra um desvio de caráter e uma falta de compreensão do mundo em que se habita absurda.

O homem que reza na igreja é o mesmo que agride no estadio de futebol, a mulher que acaricia seu filho é a mesma que ofende a outra por causa da inveja, o jovem que aparentemente é um bom filho é o mesmo que usa da violência por não aceitar a escolha sexual do seu semelhante.

O tronco, o chicote e a algema apenas trocaram de forma, a faca o revolver e a corda apenas foram substituídos por uma rede inviável, usada para muitas vezes proteger o covarde que não tem coragem de faze-lo na vida real, assim o mundo virtual é um terreno sem lei, sem dono, um faroeste a moda antiga.

São tantos tipos diferentes de agressores,  que a internet foi o único instrumento capaz de junta-los em um espaço virtual, para se enfrentarem em uma batalha diária de ofensas, irracionalidade e incertezas. Que a conclusão plausível que se pode obter é que a única certeza que se pode ver, é que todos estão errados.
Pablo Danielli

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