sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Caminho

Há quem se preocupe com as folhas
Tem aqueles que se preocupam com a vida,
E tantos outros que não estão nem ai.
Há quem misture
Tristeza com alegria!
Também quem faça fofoca,
E aqueles que usam ironia.
Diferentes sentidos
Com variados “porquês”.
E ainda tem gente que insista em julgar
Como você escolhe viver!
Talvez por isso essas vidas
Não sejam tão divertidas!
E ao invés de acompanhados
Vivem em um universo mesquinho,
Fazendo da vida uma enorme perda!
Sem sentido e nem caminho.

Pablo Danielli

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Concreto, fé e suor!



Concreto, fé e suor!

Sonhos de uma selva,

Humanamente de pedra.

Do pó as muralhas

Que protegem, cercam e separam,

Aniquilando liberdade e sonhos.

Reféns da própria ganancia!

Amarrados pela fome do luxo!

Aonde o chão é feito de concreto

Lagrima alguma pode tocar,

Não se permite fazer a vida

Ou a esperança brotar.

Pablo Danielli

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O conto



O conto



O melhor conto desatado sobre a vida, feito no ultimo momento de alegria, era na verdade uma grande e inédita mentira. Contado a conta gotas, para saciar de palavras bonitas os ouvidos de quem os ouviam, lambuzar a boca de quem o proferia. Meias palavras, compostas por mentiras inteiras, feitas sob medida para conformar, agradar, muito mais que velhos livros, com novas formulas de autoajuda.

Falava sobre tudo o que a mente imaginava e mentes apaixonadas conseguem fazer algo que muitas outras evitam no seu dia a dia, mentes dopadas conseguem voar! Deixam à caretice dos gestos decorados e mecânicos a margem dos sonhos.

Cria-se todo um universo com nomes, momentos e prazeres. Insaciável vontade de ser feliz, faz de qualquer mulher uma meretriz, qualquer homem um cafetão. Mistura-se boa postura com verdade nua e crua e nesse conto, a verdade machuca muito mais que poucas frases de impacto. Feitas como encomendas, entregues diretamente a qualquer ser que trate a vida com certo desdém.

Os parágrafos datilografados com letras e mais letras que se embaralhavam as incertezas, faziam o homem pensar e a mulher chorar. Um mundo de palavras, casas feitas com vírgulas e pontos, prazeres que se misturavam a virada de uma pagina. Um orgasmo em forma de ponto final!

O conto não tinha nenhuma obrigação, não fazia questão de ser diferente, não tinha pretensão de ser o que não merecia ter. Era apenas feito para cumprir sua função, emaranhado de histórias, felizes, tristes, que faziam amar, odiar e sentir.

Julgado, criticado e depreciado pelos que não conseguiam ver além de um pedaço de papel, sociedade feita de pré-conceitos, estabelecidos por seres que não conseguiam criar, para tanto tentavam podar a imaginação, que aquelas paginas traziam consigo. O conto seguia sua rotina, passando de mão em mão, dedos diferentes buscavam o mesmo resultado, imediato como se fosse um remédio, uma formula na qual ele não fazia parte.

Mas para ele próprio, se considerava apenas uma folha, um conjunto de memorias, mesmo que outros insistissem ele desejava apenas cumprir com a sua função de ser apenas e justamente um conto.

http://lounge.obviousmag.org/palavras_soltas/2013/10/o-conto.html

Pablo Danielli

Retratos



Jogou pedra na cruz

Palavras ao vento,

Olhares vazios.

Trocou a roupa

Escolheu os sapatos,

Enfeitou as palavras.

A melhor marca, o melhor sonho,

A unica forma individual de viver.

O coração blindado

O sentimento escondido,

Para dar valor a insignificâncias.

Apagou a luz, deitou e dormiu,

Mais um dia perdido, obsoleto e vazio,

Escolheu ser mais um retrato na parede

Do que uma cor perdida, que pinta alegrias,

Na paisagem cinza da vida.




Pablo Danielli

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sobre o tempo

http://lounge.obviousmag.org/palavras_soltas/2013/10/sobre-o-tempo.html

A vida certas vezes nos presenteia com pequenos prazeres, que gostaríamos que fossem ao menos por alguns segundos eternos. Um sorriso, uma lagrima, um beijo e quem sabe o mais ousado dos apaixonados diria sem pensar duas vezes: Um grito de gol!

Aprendemos que tão prazerosos, quanto estes momentos em nossa cabeça, são o desejo de vive-los novamente. Mas o tempo é implacável, não é corrompível, não se dobra aos nossos caprichos, vive nos deixando lições, mostrando que somos feito de sonhos, mas que nossa carne não é eterna como tantos deles, não conseguimos cortar o tempo sem deixar marcas em nossa alma.

Abrimos e fechamos nossos olhos, sem nos dar conta que este dia pode ser o primeiro ou o ultimo de uma grande mudança, de um grande desejo, sem perceber o momento chega, passa e leva com ele nossa coragem, nossos medos.

Os dias passam impiedosamente, as semanas correm pelos calendários que tentamos em vão controlar o que não se pode tocar, apenas viver e respirar!

O menino nasce, descobre o doce e o amargo da vida, cria rugas e sem desejar se desapegar de suas manias, morre. Com todos os erros e acertos possíveis, com todos os amores improváveis, com todos os pecados inimagináveis.

Encontramos paredes rabiscadas de poesias impublicáveis, sobre o que é esse desejo latente que costumamos e insistimos apelidar de vida. Percorremos corredores tão sufocantes que nossos sonhos não cabem dentro deles, quartos tão pequenos que nossa voz ecoa em forma de grito pelas frestas de madeira velha, rasgando ouvidos, rasgando o invisível, se sobrepondo ao desejo.

Somos no fim reféns dos mesmos requintes, luxuosos prazeres e ansiosos pelos ponteiros do relógio que marcam o passo, lembrando que mais hora ou menos hora o tempo, nos trata com desdém, ignorando nossas conquistas, apagando nossas decepções, deixando apenas uma vírgula em aberto, para que se assim ele desejar, podermos continuar a escrever a nossa breve, porém intensa história.



Eterno momento

Guardado na memória,

E em um velho e rabiscado papel.

Imaginação além do desejo!

Sentimento além da carne!

Descobre com as escolhas

Com acertos e erros,

Que viver é mais que respirar.

É sentir, perder, sonhar,

É, e porque não seria?

Se apaixonar!



Pablo Danielli



sábado, 19 de outubro de 2013

Noite dos cachorros perdidos

Enquanto o latido
Toma conta das ruas,
Restos são jogados
Como banquete.
Na tentativa
De amordaçar,
Bocas famintas.
Como uma sinfonia absurda
A raiva espumando pela boca,
Já contamina as diferentes formas de vida.
Dessem-lhe pauladas!
Duchas generosas de água!
Por um breve momento recuam
Mas fome é tanta,
Que seu amo assustado recua.
Corre e com medo se esconde,
Atrás de falsas propagandas
De alegrias gratuitas.

Pablo Danielli

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Democracia

Quando ouvi os gritos,

Tampei meus ouvidos.

Quando senti a fumaça,

Cobri meus olhos e nariz.

Quando o sangue respingou em mim,

Apenas lavei minhas mãos.

Quando a minoria estava nas ruas,

Tranquei-me na sala e liguei a tv.

Enquanto o governo coagia,

E a policia batia, minha omissão falava.

Com a coleira de ajuda e salários mínimos,

A sociedade me oprimia.

Só percebi que o caminho não tinha mais volta,

Quando amanhecia o dia.

Manchetes de jornal em sua maioria,

São sempre as mesmas e vazias.

Eu morria sem envelhecer,

Escravo de um sistema brutal,

Disfarçado de democracia.

A ilusão vendida à conta gotas,

Esmola para mentes vazias,

E isto sem perceber, havia me custado uma vida.

Pablo Danielli

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Nem janela, nem porta



Faltou agua

Acabou a luz,

Comida não tem.

Sofrimento sempre sobra

Em alguma casa

Sem janela e nem porta,

Seja no sul ou no sertão!

A noite é iluminada

Pelos lamentos,

E o sal das lagrimas

É o sustento!

Para a barriga de vento.

Em terra castigada

Pela politica e corrupção

Quem sofre é o miserável

Sem o acesso a saúde

E educação.

Que vive de promessas

Que insistem em se repetir

A cada quatro anos

Ilusão, ilusão, ilusão,

Pela falta de competência

Na escolha de uma nação.

Pablo Danielli

Desigual

É fome de estrutura
Sede de igualdade,
Vontade de viver
Em um país são,
Não tão desigual.

Pablo Danielli 

Feita para o pecado


Feita para o pecado
Te quero, despida de toda veste e pudor,
Com a alma nua e crua para a vida,
Servindo para os deleites de um amor.

Com o corpo clamando por toques,
Esperando que lhe tire cada pétala de inocência
Que ainda reluta em ter dentro de si.

Podando seus espinhos e lhe preparando para o prazer,
Assim te quero, sedutora de corpos.
Envolta na mais pura seda, para fazer a mente delirar.

O pecado serve como teu aroma e chama pelos homens,
Que tolos caem em tuas garras, sem ter como escapar.
Provando do teu liquido, viciando e fazendo-os delirar.

Curvas mortais, culminando no forte e absoluto desejo,
Fazendo que de teus lábios saiam melodias pecaminosas,
E que de tua alma sinta-se a chama do prazer, implorando,
Teu suspiro servindo como um chamado, um aviso,
Como se fosse uma ultima vez, que lhe verei.

Pablo Danielli

Ciranda



Você sente

Disfarça, canta e encanta!

Esconde a tristeza

Corre da solidão,

E lamenta a falta

Da esperança.

Tenta se apaixonar

Jura não chorar,

Entrega seu coração

Mas foge da emoção.

Joga ciranda

Faz os olhos brilharem

Finge-se de forte,

Faz papel de ingênua.

Mas continua sendo

A saudade buscando

Um porto, um abrigo,

Para descansar o coração.

E poder se perder

Em largos sorrisos,

E alguns momentos

A razão.

Pablo Danielli

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Ilusão



Entre um gole

E outro de falsa ilusão,

A realidade rasga a garganta

Do pobre cidadão.




Pablo Danielli

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Tem fé!

Tem fé
Tem dó,
Tem força!

Contra o uso
Da ignorância!

Contra a arma
Politica!

Contra a policia
Armada!

Tem fé!
Que pra violência
Do dia...

Tem a paz e a lagrima
Da madrugada.

Pablo Danielli

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