sábado, 31 de janeiro de 2015

Intima

Passaram-se anos,
Até o próximo piscar de olhos.
A mão enrugada
Rasgava lembranças...
Guardadas na mente.
Da fé ao pó!
Do pecado ao perdão!
Pequenos grãos...
Que alimentavam,
Ilusões.

Tímidos sorrisos rasgados (!..?)
Estendiam-se pela face,
Que não possuía mais certezas,
Tão pouco, razões.
Deslizando diante de seus olhos,
Estações e emoções...
Vidas (des) percebidas,
Com o toque do tempo (Tic-Tac)
Que se via passar em vão.

Volta aos poucos
O que resta de tua atenção,
Para além da realidade?
Que buscava em cada respirar,
Desejos de viver, sofrer ou crer...
Misturar com suas palavras e fantasias,
Distantes, embora... Intimas.

Pablo Danielli

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Coito interrompido



O brasileiro não goza mais, tanto o homem quanto a mulher estão passando por uma mudança genética governamental. Não se tem mais prazer, não se pode mais ter tranquilidade e a carga diária de preocupações extrapola qualquer limite, fomos castrados de toda e qualquer forma de tesão.

O governo brasileiro na ânsia de controlar as taxas de natalidade, acabou encontrando o método contraceptivo mais eficaz possível, simplesmente tirou o prazer de viver das pessoas.

Muito mais econômico que investir em propagandas, camisinhas ou pilulas, bastou que se aumentasse os impostos, a corrupção e a falta de vergonha na cara, políticos são todos inocentes, culpado é a população que os colocou aonde não deveriam estar.

Casais cada vezes mais estão tento menos filhos, ao menos os que pagam impostos. A educação é cara, a saúde é cara e a segurança um assalto... E se quer ao menos temos a garantia de bons serviços.

Nem ao menos temos mais prazer na conversa, por mais que se esforce, os problemas insistem em atravessar assuntos, fomos castrados do prazer da fala e nem ao menos nos pediram licença para tal.

Tudo o que se observa nas ruas, são rostos cansados, pessoas com olhares tristes e num súbito e inesperado ato de pensar podemos concluir: Essas pessoas não gozam mais!

Pessoas murchas de vida, de sensações, de ideias e prazer, pequenos seres vivendo sua grande infelicidade e sem perspectivas de mudanças, deixamo-nos enganar pela propaganda bonita e pela necessidade de sermos salvos por alguém, deixamos de aprender a nadar e estamos todos afogados, seja no ego ou na sociedade.

Tivemos sem perceber, lentamente arrancado de todos, o pequeno prazer que restava. Porque indiretamente não nos atingia, porque não batia a nossa porta... Mas esquecemos a janela a berta e os ventos da mudança deixaram todos resfriados, sem perceber tivemos o coito interrompido.


Pablo Danielli

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Reza

Acende uma vela
Reza pro teu santo!
Por desapego, por desespero,
E algum tipo de encanto.
Enquanto a luz do dia
Espera e te aguarda, como guia,
Pra você sentir a vida
Ao invés de ficar ajoelhado,
Em algum canto.
Lamentando
Por dizeres que sozinhos
Não movem um mundo,
Nem geram espanto.
De pedido em pedido
Impedindo de ser a vida
Que tanto ouve em forma
De melodia e canto!

Pablo Danielli

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Livro.


Lá fora



Olha, lá fora esta a rua
Deserta, vazia de ideias,
Sente o cheiro de podre no ar,
È a morte anunciada.
A falência programada,
Em um mundo que não pensa
Pessoas estão fadadas a se escravizar.
Tira esta venda, que insiste em usar,
Luta por novas causas, defende tua mente,
Procure na inteligência, o pensamento, para se libertar.

Pablo Danielli

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Temor



Eu ouvi as vozes

E elas clamavam por amor.

Sofriam vagando,

Sem rumo, sem sorte,

Não sentiam calor.

No seu timbre

Notava-se o temor

Do dia e da noite,

Sem amor.




Pablo Danielli

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Ignorância

Nasce sem pedir, parte sem querer ir,
Não é o inicio, não é o meio, nem o fim.
A maioria dos relacionamentos
Tem o mesmo problema,
O silencio acaba se tornando
A frase favorita neles.
A maioria dos amantes
Tem o mesmo objetivo,
Se sentir desejado.
Não se pode pedir para mentir,
Não se pode pedir para julgar,
Não se pode pedir para amar.
A trilha do sol é sempre mais quente,
Mas quem quer se queimar?
A trilha da chuva é sempre mais fria,
Mas quem quer se molhar?
Sempre sorri no inicio,
Mas nunca quer chorar no fim.
Sentiu medo
Mas não chorou,
Sentiu frio
Mas não se esquentou,
Sentiu amor
Mas não se empolgou.
Verdades obsoletas
Em um mundo de redundâncias,
Salve, salve, nossa ignorância.


Pablo Danielli

Ilusão

Se é que isto ainda serve de consolo
O Brasil esta um pais menos bosal,
Já não há tantos marginais,
Espalhados pelo nosso país, feito de carnavais.

Isto pelo menos é o que dizem os jornais.
Nossos políticos com propagandas,
Iludem o povo como se tudo fosse,
Um grande programa de fim de semana.

E sempre estamos a andar na corda bamba,
Seja por pela costumeira roubalheira,
Ou apenas pelas ameaças rotineiras,
Mas estamos sim, mais “normais”.

Talvez seja por este motivo, que não existam mais protestos,
Pois esta tudo em paz em nosso congresso,
Não existem mais políticos desonestos,
Está em paz, nossa alma de país do samba.

Pablo Danielli

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Selva

Essa selva de pedra
Em constante movimento,
Feita de sonhos, lagrimas,
Feita de gente.
Tantas ruas que se cruzam
Sorrisos surgem de repente,
Placas que nada dizem
Olhares que se entregam, assim sem mais,
Supreendentemente.
Dias cinzas, bons para novos amores,
Uma xicara de chá, desinteresse!
A loucura de uma grande colmeia
Que corre nas veias dessas pessoas
Que fingem ser gente.
O concreto, o pó, o asfalto,
Uma droga viciante
Que, quem vive isso mesmo por um instante,
Não consegue mais sair.
É o gozo de prazer
De quem já não consegue viver sem
As palavras duras, olhares tristes,
Que se escondem em forma de arquitetura
Iludindo qualquer sobrevivente.

Pablo Danielli

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Coração

"Certas vezes o coração bate apenas para bombear o sangue. Outras tantas, para sentir-se vivo".

Pablo Danielli

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Necrose

Certa vez
Eu vi um homem,
E ele estava só.

Assim como a noite
Tão escura,
Quanto suas ideias.

Não havia vida
Em seus olhos.

Não havia cultura
Em sua boca.

Tão vazio
Quanto o espaço
Que habitava.

Sobravam-lhe passos
Quando suas palavras
Findavam.

Suas vestes simples
Apenas refletiam,
A exclusão em que vivia.

Seus ouvidos cansados
Confundiam palavras,
Embriagados com tanta mentira.
Mesmo assim,
Este homem sobrevivia!

O cheiro que exalava
Facilmente se confundia,
Com sarjetas, esgotos, agonia.

Seus movimentos, lentos,
Não eram calculados,
Tal homem, não conseguiria.

Era fraqueza, luta!
Pelas sobras do meio dia,
Restos de uma sociedade
Rompida pela hipocrisia.

Não se via os traços de sua mão
Esfolada, os calos não permitiam.

Ao longe
Impossível saber,
Se era ele branco, preto ou amarelo.

Havia tantas vidas mortas
Naquele corpo, que dificilmente,
Algum sonho, sobreviveria.

Sim,
Eu vi este homem só!
Despido de toda carne podre ao seu redor.

Livre de pré-conceitos
Humilhado o suficiente,
Para não julgar.

Sem dinheiro, sem limites,
Sem crimes, para se condenar.

Este homem
Não tinha permissão da vida,
Para a morte lhe causar.

Não seria esta noite
Fria e só...
Que poderia repousar!

A sociedade uma vez mais
Teria que lhe usar,
Como exemplo!

Como lamento, como espelho.
De como um homem só
Embora livre!

Não lhe seja permitido
Chorar.

Pablo Danielli

sábado, 17 de janeiro de 2015

Palavras Repetidas

Palavras Repetidas



      As ondas vão me levando, por quase todo o oceano, sinto a doce brisa bater em meu rosto, levando todas as duvidas que um dia tive, fico calado, observando e me pego sonhando, sonhando sobre a vida a morte o mundo e seus mistérios, esperando por um porto seguro, onde eu possa ter certeza de que nada poderá acontecer de errado, mas sei ser impossível, raro momento, cada vez mais longe de meus olhos, mais ainda sim perto do coração, deixo o vento me levar, mostrar o caminho, e apenas segui-lo.
      Uma busca que sei que mesmo no escuro, com os olhos vendados pela impureza de meus pensamentos e a crueldade de minhas palavras, espero achar, deixando de pensar na realidade para viver em algo que não existe, que traz paz e conforto, mas que um dia se acaba, como uma flor e como o amor.
      Faço tudo o que posso, a nosso favor somente as estrelas e mesmo assim minha alma não quer partir, insiste e persiste em ficar , lutar por algo que perdi no tempo, que se espalhou no espaço e que somente vive dentro dela, palavras sinceras que fazem sorrir, para entender os pensamentos que surgem de todos os lados, para todas as horas lembrar de algo bom, que mesmo que já não exista, lembrar que aconteceu.
      Crescer é uma eterna aventura, talvez mais difícil que a figura de um anjo caindo do céu e se despedaçando aos poucos por apenas tentar amar, com a pureza de uma criança e a inocência de que tem os pensamentos mais puros do universo, o tempo passa e não retorna mais e quando o sol se por e a chuva cair, uma estrela surgira, mostrando a todos a esperança de um novo dia, folhas secas caindo pelo chão mostrando um novo caminho, uma nova vida, dando um novo sentido, um novo colorido, renovando a fé.
      Pessoas buscam um amor eu tento encontrar a paz, na simplicidade das coisas do dia a dia, no perfume de uma rosa no sorriso de uma mulher e na delicada boca que a beija.
      Para despertar o sentimento, a loucura e insensatez e a paixão, o olhar não deixa mentir, entrega, faz e desfaz, o toque o beijo provas de algo maior que eu, te ver passar e sorrir é lindo maravilhoso, dona do céu, capaz de deslumbrar, despertar paixões, encantar, iluminar a escuridão, despertar um coração da solidão, e capaz de dar vida a quem a muito já não vive, que a muito não sabe o que é viver.
      A tempestade não tem hora, não espera, chega de repente, não avisa, e destrói tudo em seu caminho, causando dor, sofrimento e até solidão, momentos difíceis sempre existiram, sempre haverá problemas sempre haverá um amanha e sempre haverá a calmaria para curar tudo, tão certo quanto a vida, tão certo quanto a dor o amor, tão certo quanto a paz e a guerra, tão certo quanto eu e você.
      As vezes palavras são ditas mesmo sem querer, olhares se cruzam sem perceber e bocas se tocam sutilmente, assim como eu e você...
      É fácil falar do lindo azul do céu, da cor de seus olhos e do perfeito sincronismo, mesmo sendo normal, comum e ate banal, fácil é falar do vento, do sol e da lua, fácil é explicar a vida e o rumo que elas tomam, fácil é colocar palavras em um papel e deixa-las para o tempo contradize-las...
      Mas não é fácil falar de algo que pouco se conhece, que não se tem controle, que poucos viveram ou dizem ter vivido, como explicar, como dizer ou ate explicar algo tão abstrato raro, incomum, que é capaz de mudar as pessoas, capaz de fazer sorrir ou chorar....
      Todos tem decepções, não sou diferente tenho as minhas, todos se iludem inclusive eu, todos gostam, todos odeiam, não sou diferente, sou mortal, ao alcance de erros e acertos, gestos e atitudes, se hoje falho é porque no passado em algum lugar errei, se acerto é porque sem querer fiz algo bom...
      Lagrimas caem não porque é triste o fim, não porque sou digno de falhas, mas porque como todos sou simplesmente mortal, normal, comum, onde em cada esquina tem um, onde não é raro o erro, não é raro o pecado e não é raro pensamentos impuros e que não é raro a desilusão....
      Por trás da aparência de tudo bem, de que ta tudo certo, há uma coisa frágil fácil de quebra, passível de sofrimento, de dor e com palavras soltas no ar não melhora somente piora, destrói, mas algo está guardado num lugar seguro onde, nada poderá atingir, nada poderá destruir, as frases, as alegrias, sorrisos, favores, delicadeza, sentimento, para um outro alguém...
      O tempo de esperar já passou, o tempo de boas novas é chegado, e dele espero muito mais do que recebi no passado dele espero paz, alegria e talvez alguém especial....
Pablo Danielli

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Selva

Essa selva de pedra
Em constante movimento,
Feita de sonhos, lagrimas,
Feita de gente.
Tantas ruas que se cruzam
Sorrisos surgem de repente,
Placas que nada dizem
Olhares que se entregam, assim sem mais,
Supreendentemente.
Dias cinzas, bons para novos amores,
Uma xicara de chá, desinteresse!
A loucura de uma grande colmeia
Que corre nas veias dessas pessoas
Que fingem ser gente.
O concreto, o pó, o asfalto,
Uma droga viciante
Que, quem vive isso mesmo por um instante,
Não consegue mais sair.
É o gozo de prazer
De quem já não consegue viver sem
As palavras duras, olhares tristes,
Que se escondem em forma de arquitetura
Iludindo qualquer sobrevivente.

Pablo Danielli

Necrose

Certa vez
Eu vi um homem,
E ele estava só.

Assim como a noite
Tão escura,
Quanto suas ideias.

Não havia vida
Em seus olhos.

Não havia cultura
Em sua boca.

Tão vazio
Quanto o espaço
Que habitava.

Sobravam-lhe passos
Quando suas palavras
Findavam.

Suas vestes simples
Apenas refletiam,
A exclusão em que vivia.

Seus ouvidos cansados
Confundiam palavras,
Embriagados com tanta mentira.
Mesmo assim,
Este homem sobrevivia!

O cheiro que exalava
Facilmente se confundia,
Com sarjetas, esgotos, agonia.

Seus movimentos, lentos,
Não eram calculados,
Tal homem, não conseguiria.

Era fraqueza, luta!
Pelas sobras do meio dia,
Restos de uma sociedade
Rompida pela hipocrisia.

Não se via os traços de sua mão
Esfolada, os calos não permitiam.

Ao longe
Impossível saber,
Se era ele branco, preto ou amarelo.

Havia tantas vidas mortas
Naquele corpo, que dificilmente,
Algum sonho, sobreviveria.

Sim,
Eu vi este homem só!
Despido de toda carne podre ao seu redor.

Livre de pré-conceitos
Humilhado o suficiente,
Para não julgar.

Sem dinheiro, sem limites,
Sem crimes, para se condenar.

Este homem
Não tinha permissão da vida,
Para a morte lhe causar.

Não seria esta noite
Fria e só...
Que poderia repousar!

A sociedade uma vez mais
Teria que lhe usar,
Como exemplo!

Como lamento, como espelho.
De como um homem só
Embora livre!

Não lhe seja permitido
Chorar.

Pablo Danielli

cem anos de solidão

Tudo é tempo, tudo é vida.
São anos em dias
São muitos sonhos lutando,
Contra a própria insatisfação.

São dias de gloria
E noites de solidão,
São pessoas ausentes
Saudades de objetos,
Que nunca serão.

É o vazio no peito
É o olhar cheio, da falsa beleza,
Presenteada com o horizonte
Distante e frio.

Há tantos caminhos
E tantas pontes, embora nenhuma,
Me leve ao seu coração.

São dias e noites
Com pensamentos soltos,
Que para quem não me conhece
Mais parece, cem anos de solidão.

Pablo Danielli

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Boca seca

Eu não te amo mais!

Assim sem mais, sem preliminares ou qualquer palavra de conforto ou doce, ela rasgou com seu olhar todos os planos que fiz e nem cheguei a lhe contar. A frase ficou batendo em minha mente sem parar, cada vez mais forte e sua voz interrompe meu pensar questionando:

Vai ficar parado, olhando e sem falar nada?

Mesmo sem compreender a razão de tudo, mas imaginando que não é uma decisão de ultima hora, digo para ela:

 O que há para se falar, quando a decisão já esta tomada?

Com sua voz tomada pela raiva, por causa da passividade de minhas palavras, ela me segura pelos braços e indaga:

Não vai nem ao menos tentar, lutar pelo seu amor?

Penso comigo mesmo que o meu amor não signifique mais ser o amor que compartilhava com ela e que ela chegar sem avisos ou tentativas de recuperar o que achava perdido era tão egoísta quanto minhas palavras e minha forma de pensar.
Mas não digo e não esboço qualquer palavra do que pensei e quase que murmurando num ato de sacrifício, falo:

Minha boca esta seca!

Como assim? De forma exaltada e se levantando rapidamente, dando um ou dois passos para trás...

Você acha que beber vai resolver?

Roubo um pouco de ar, mesmo que pesado pelo momento e solto de forma lenta, limpando minha garganta e livrando do corpo as palavras pesadas que ela pudesse merecer ouvir.
E repito:

Minha boca esta seca... Não tenho palavras para dizer ou sentir, não existe sentimento capaz de molhar meus lábios. Você tirou qualquer possibilidade de argumento, nem ao menos deu um motivo ou razão, não posso lutar sem saber para o que ou quem perdi.

Você ainda não entende?
Você ainda não entende?

Falava ela em voz alta, dando a entender que o culpado de tudo era novamente eu.

É sua passividade, você se acomodou, falta emoção, falta aventura, eu quero sentir a vida, me sentir viva! E tudo que tenho são alguns momentos de distração com você.
Você deixou nosso amor morrer!

Mas ela queria um homem ou o “Indiana Jones”, pensei comigo mesmo.

Mas eu não posso fazer tudo sozinho, falei em tom de questionamento.

Mas você é homem dizia ela, quase que jogando todas as responsabilidades nas minhas costas.

Pensando comigo mesmo me perguntava: Você sempre lutou por direitos iguais não? Sempre falou em dividir tudo, agora toda a culpa é minha?

Mas minha discussão mental não ousava sair pela boca e encontrar seus ouvidos, pois sabia que ela já havia decidido e eu estava apenas esperando o golpe de misericórdia, a corda para a forca e pouco a pouco seus olhos indicavam isso.
Aquela discussão toda, aquela tensão toda era apenas para deixar um culpado, alguém responsável pelo fim, e no caso estava claro que era eu.
Então apenas observava seus gestos, grotescos, mas calculados, ate sua boca proferir em forma de lança o golpe final:

Eu conheci “alguém”!

Naquele momento me passou varias coisas pela cabeça, como segurar seu pescoço com minhas mãos até sua boca ficar muda e seca. Pensei em devolver da mesma forma, mas minha mente apenas pensava alguém? Homem, mulher, amante? Uma aventura, um tesão perdido?

Eu me sinto bem com ele, dizia ela... Como que fazendo a lamina rasgar ainda mais meu corpo, matando aos poucos o que sentia por ela.

Não conseguia mais prestar atenção nas suas palavras... Meus olhos não conseguiam mais olhar fixamente para ela, sentia vergonha e ao mesmo tempo nojo.

Então ela profere como sentença final:

Estou indo embora, espero que compreenda. Virando suas costas e deixando para trás o equivalente a nada pra ela e tudo para minha pessoa. Sem remorso em busca de sua felicidade, mesmo que custasse minha tristeza.

Mais uma vez fique calado apenas observando, pois minha boca continuava seca, mas agora, além disso, também se sentia morta.

Pablo Danielli


O silencio que rompe a escuridão

Tu és um anjo
Embora para mim um demônio,
Tu és um sonho,
Embora para mim pesadelo
Falta de sono, insônia.

Tu és a beleza do retrato
Pendurado e a muito não apreciado,
O silencio que rompe a escuridão
Procurando por luz, por alguém,
Um pobre coitado e o seduz.

É o calor em dias de inverno
E a sombra em dias de verão,
Oasis em meio à solidão.

Tu és o desejo e o repudio
Tu és a dor e alegria,
A rotina e monotonia, aventura e adrenalina.

É a soma e a divisão de sentimentos
Tão só e acompanhada pelo vento,
Que te leva pra onde quer
Que me afasta do que desejo.

Tu és o belo, o doce e o beijo,
Tão amargo e feio sem você,
Sou eu, castigado e remoendo lamentos.

Pablo Danielli

Pobre coraçãoç



A menos que teu amor seja inverno
A menos que teu amor seja verão,
A menos que teu amor seja apenas como o vento
Desfaz as amarras, solta para a liberdade pobre coração.
A menos que teu amor seja agua
A menos que teu amor seja chama,
A menos que teu amor não tenha medidas
Desfaz as amarras, solta para a liberdade pobre coração.
A menos que teu amor seja toque
A menos que teu amor seja cheiro,
A menos que teu amor seja por inteiro
Desfaz as amarras, solta para a liberdade pobre coração.
A menos que teu amor seja vida
A menos que teu amor seja esperança,
A menos que teu amor seja belo
Desfaz as amarras, solta para a liberdade pobre coração.

Pablo Danielli

sábado, 10 de janeiro de 2015

Desejo

O desejo do impossível
Quando se torna real,
Não mais é desejável.

A dor que alimenta o sonho
Quando passa, já não é mais lembrada.

Tudo aquilo que tenho
Não passa de bobas lembranças
Que carrego comigo,
No bolso das calças, rasgadas.

Por isso sonho algo novo todo dia
Pois ao guardá-los, insistem em fugir,
Por frestas que eu mesmo deixei.

E fazendo da vida, um enorme retalho
De sonhos e desejos,
O possível não mais me contenta,
Pois me acostumei a viver grandes amores.

Pois amores mornos para mim
Hoje, parecem ser vãos.
Assim como pássaros que o baterem as assas,
Seguem o vento e em algum momento o coração.

Pablo Danielli

Sol de outono

Almas destruídas
Cercadas pela dor e desespero,
Não restam paredes, nem ao menos sonhos.
Corpos vazios
Sem vida, que apenas caminham,
Sem um rumo, sem destino, sem alegria.
Indiferentes a tudo
Iguais a todo mundo, sem saber, sem saber,
Ainda brilha o sol de outono.

Pablo Danielli

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

a vida essa nobre vadia

Nenhum homem
É tão homem,
Que não possa chorar.
E não ha mulher traída
Que não volte a amar!
Regras da vida essa nobre vadia
Que vai dia e volta dia,
Insiste em mudar.
O que passou, é a graça,
História para contar!

Pablo Danielli

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O plano


Terra seca



Como uma lâmpada acessa,
Em meio a pensamentos apagados,
Palavras nada constroem.
Fogem, como olhares que evitam...
Encontrar vida na imaginação.
Em terra seca...
Letras são como chuva,
Molham, mas não aliviam.

Pablo Danielli

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Liberdade

"O preço da liberdade é a violência dos intolerantes".

Pablo Danielli

Terra seca




Como uma lâmpada acessa,
Em meio a pensamentos apagados,
Palavras nada constroem.
Fogem, como olhares que evitam...
Encontrar vida na imaginação.
Em terra seca...
Letras são como chuva,
Molham, mas não aliviam.

Pablo Danielli

A vida que não viveu

Foi o café que não tomou
O sonho que não sonhou,
O beijo que não deu!
O sorriso que não apareceu
Foi a sorte que não sorriu,
A lagrima que não caiu!
O sentimento que nunca existiu
A vida que não viveu!

Pablo Danielli

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Cai a noite


De toda morte que paira sobre o mundo, a única que nos preocupa é a do nosso próprio corpo. Mesmo que a insignificância da rotina e o apelo miserável do consumismo nos tomem como completos idiotas.

Ficamos a pensar que nossa fala não pode calar, nossos olhos não podem parar de desejar e tolamente coexistimos com falsas razões.

Esperando o cair da noite, o nascer do dia, de forma repetida e ininterrupta, como se tal fato fosse à salvação para nossos pecados. Alguns dias, rezamos mais e em outros tantos de forma vã, pecamos menos.

Estamos reféns de uma cegueira coletiva, aonde tão somente poderá dar-se ao luxo da visão aquele que ousar desatar os nós da mente.

Dias, anos, décadas e séculos correm livremente ao vento e tudo tende a ir e voltar, a história é recontada apenas mudando peças, mas é sempre a mesma e cansativa ladainha.

Pablo Danielli

Segundos

Segundos

Daquele segundo nada ficou solido, olhares soltos e palavras se perdiam conforme os corpos se tocavam. Tudo era exato e tudo era uma duvida uma interrogação do que vem depois do beijo, do abraço e do sexo.

As fotos nas paredes escondiam o medo quase que como uma mascara, mas ambos sabíamos que a noite muitas vezes não significa o nascer de um novo dia... Às vezes apenas significa mais um fim, de um quase amor.

Assim são as pessoas e assim são os que amam e aqueles que não sentem. Ao cair em outros braços, somos mais duvidas que certezas, mesmo que o tempo mude e o sol saia.

Tudo o que importa é o momento, mesmo que este instante seja liquido e se evapore junto com o suor e toda sujeira nele guardado.
Corpos que se unem para dividir o prazer, para amenizar a dor, fugir da realidade em uma fantasia que dura o tempo necessário do sentir e o esquecer.

O toque não é o mesmo, o olhar não é o mesmo e o coração bate em descompasso com a vida, então aos poucos ao abrir os olhos lentamente, percebe que a entrega não foi do corpo, mas da alma e por alguns segundos se sente completo, alegre e sem amarras com o que te prende ao chão.

Você descobre que a leveza não está no ter, mas sim no ser e no sentir. Ao completar outro corpo, outra alma, na transpiração do desejo, em meio a um mundo cinza e morto, você ilumina e se torna... Vida.

Pablo Danielli

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