[O direito de errar]
Há...
Seres desprezíveis! Que visam sua própria comodidade, que fazem política barata
e que exploram o povo. Com discursos aveludados, que com uma mão acariciam
enquanto com a outra tiram... Sim, esses seres de moral celibatária,
inquestionáveis e que podem tudo em nome de um único propósito, cada dia que
passa me convencem mais e mais de que são os donos da verdade, do mundo e da
sociedade.
Classes
opressoras que fazem política doutrinadora nas escolas, que invadem casas,
bairros e cidades com falsos pretextos de salvadores. Há... Se nossa ignorância
não fosse tão grande!
Ao
povo o que é do povo, aos políticos o que ao povo já não pertencem mais, e para
os donos dessa moral inquestionável, toda nossa dignidade e vergonha por optar
pensar de forma diferente da deles.
O
direito do erro, agora pertence somente aos cães raivosos com falso discurso
moralista que prega a paz. O direito de tomar, de matar em prol de um discurso
comum, de um ideal comum, é apenas desses seres que espumam “sabedoria” pelas
suas mandíbulas sedentas de capital opressor.
Com
um discurso que não tem sustentação pratica, com militantes que não praticam o
próprio dizer, parece que apenas o que importa é ouvir o som da própria voz.
O que importa é distorcer feitos históricos de suas doutrinas, esconder os
esqueletos em baixo de camas de quem não tem a mesma fome de poder.
Vocês
que tem uma luta histórica, que transcende décadas, apenas vocês tem o direito
de errar, de poder dizer que pessoas não souberam aplicar sua doutrina e
continuar a espalhar miséria e fome por onde passam.
Mais
uma vez, a tentação do poder, do dinheiro fácil por meio de países
subdesenvolvidos bate à sua porta. Uma vez mais sua razão histórica faz aflorar
o desejo de controle absoluto do gozar da vida.
Como
uma praga que toma de assalto qualquer lugar que tenha recursos dos quais possa
aproveitar, acabando com os recursos naturais e com o trabalho das pessoas, uma
peste negra que tira até a última gota de vida e suor de quem ali se encontra,
sem força para se levantar.
Depois
procura outro pais para impor suas ideologias, assim destruindo qualquer
possibilidade de vida, com o discurso de que por onde passou não deu certo
porque as pessoas não souberam aplicar suas ideias puritanas.
Sim
fantasma silencioso, é apenas teu o direito de errar, porque nas páginas da história
não passas de um sombra que cobre a visão de pessoas desavisadas. Tenta se
reinventar com o passar dos anos, tenta abraçar causas que nunca foram tuas na
expectativa de arrebatar novos “fãs”.
Mas
assim como uma febre que acaba quando medicada, tua doutrina se esvai pelos
segundos, horas e dias da história, pelo simples fato de que um dia todos terem
que trabalhar para ter o próprio sustento.
Mas
sim caro fantasma, tua moral é questionável, o teu direito de errar é
questionável, porque nasceste de um ser cuja única tarefa de vida foi viver da
desordem e da sombra de outros.
Há
se teus seguidores e árduos defensores fingissem não saber de tua vocação
parasita, de teus muitos líderes sem escrúpulos e assassinos, talvez assim o
direito de errar fosse dado a nós cidadãos comuns, talvez a moral a ser
questionada não fosse a nossa e sim a qual vocês ousam dizer ter direito.
A
única revolução possível é feita pela liberdade do ser e a coleira a qual usufrui,
parece ser apertada demais para o atual mundo em que vivemos.
Então
porque como um derrotado, insiste em permanecer na cabeça de falsos “profetas”
que apenas usam do dinheiro público, escondendo suas fortunas dos olhos dos
outros, para não ter que dividir com o próximo?
Livra
o mundo de tuas correntes, elas impedem as pessoas de buscarem vida aonde só
existe miséria e morte, alivia o próximo do peso de tuas ferramentas, não
percebe que teu rancor, transforma tudo em dor?
Mas
eu sei, que enquanto existir mentes manipuláveis, pessoas com fome de poder, tu
ainda há de existir! Não tenho dúvidas de que enquanto houver governos
corruptos, com líderes sem escrúpulos, tu ainda há de existir!
Não
tenho dúvida de que enquanto existir pessoas com o intuito de sugar da máquina
do estado, sem precisar mover um dedo para isso, tuas lembranças continuarão a
rondar. Por que, enquanto vozes que deveriam falar se calam, diante da tua
opressão e nada fazem, teu fantasma ainda continuará assombrar.
Pablo
Danielli