quarta-feira, 17 de abril de 2019


[X]


O silêncio gritou
Páginas cheias de ideias,
Vítimas de borrachas ideológicas.

Quem antes gritava contra
Agora, fiscaliza os portões da mordaça.

Tua ofensa, minha ofensa...
Vigiada, por quem não produz...

A boca, a caneta e o vídeo...
Inimigos de quem tem o poder,
Políticos e seres “sensíveis”.
Que com a desculpa de ser,
Dentro de si mesmo, Ingênuo...
Culpa o próximo pelo próprio fracasso.

Soldados, identificados com suas baboseiras
Vigiam redes sociais, caçando desordeiros.

Para julgamento em praça pública!

Fogueira virtual, linchamento em nome da ordem.
Era medieval, em pleno século virtual.

Ilhas de Juízes.
Ilhas desprezíveis.
Ilhas medíocres.

Afogadas em egos, com o poder de julgar
Esquisitices...

Ditadores de teclados,
Campos de concentração dentro de um quarto.

Aqueles que não ousamos citar...
Aqueles que não ousamos criticar...
Aqueles que não ousamos, não ousamos...

Militância virtual, para caçar um liberdade antes real.

Riem de quem é feito refém,
Riem daqueles que perdem batalhas diárias...
Sem perceber que a queda do teu “inimigo”,
Precede o silêncio em pouco tempo, do teu” amigo”.

Quem antes gritava contra
Agora, fiscaliza os portões da mordaça.

Quem antes gritava contra
Agora ri da tua irrelevância.

Quem antes gritava contra
Agora já não fala mais...

Porque aonde um cala
O restante aos poucos,
Também cai.

Pablo Danielli

quarta-feira, 3 de abril de 2019


[Vazios]

O que é uma cidade?
Seus prédios, suas ruas?
O ar melancólico que o inverno trás,
Fazendo o sol tocar a escuridão em dias de inverno?
As pessoas, que esbarram entre si
Sem saber nome ou guardar rostos?
O ar pesado...
Da dos passos apresados.
As janelas fechadas
As luzes acessas,
Mostrando a solidão coletiva.
O que é a cidade,
Vista de cima, de perto...
Seus detalhes, que ninguém se importa.
Um amontoado de emoções
Misturados ao concreto nú...
Frio, que busca nos corpos
Novas formas de vida.
Um cigarro acesso,
Garrafas pela metade
Tentando preencher lacunas.
Loucuras estampadas em outdoor
Alucinação, felicidade coletiva.
Vazios, que se fazem presente.
5 vivos / 2 mortos
Rotina que cega lentamente.
Sucumbi ao relógio...
As memorias...
Corroendo o concreto.

Aos anos, que ninguém percebe.
Neon, que parece veias irrigando caminhos.
Mostrando a cidade
Pra quem não sabe, que faz parte.
Que continua a se perguntar,
De que lado da rua, é o seu lugar?

Pablo Danielli


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