“Desde o inicio dos tempos à tragédia e
a morte, andam juntas na curiosidade humana. Somos atraídos pela tragédia e
aprendemos com o passar do tempo a manipula-la, podemos usa-la para criar “vilões”
ou para imortalizar “heróis””.
Não existe morte vazia, todo
acontecimento deste tipo vem com alguma história, com alguma lagrima para ser
exibida. Algumas apenas têm mais
destaque, devido o apelo midiático que existe em pró de algum interesse
pré-estabelecido.
Todos os dias em um país chamado
Brasil, centenas de pessoas morrem, por atropelamentos, pela violência, pela
falta de hospitais, pelas mãos da corrupção e da covardia escondida em propagandas
politicas.
São
muitas mulheres e homens, de família ou não, que deixam seus lares sem ao menos
saber se vão voltar ou virar um numero, uma estatística, manchete ou rodapé do
jornal, conforme seu poder aquisitivo.
Passam os dias, os meses e lá se vão
vidas e mais vidas e tudo o que nos é oferecido são teorias vazias, tentativas pífias
de achar culpado, como se a violência pré-estabelecida, fosse simplesmente
culpa de uma pessoa ou grupo que se denomina isso ou aquilo.
A violência não está enraizada na
cultura brasileira, todos nascemos puros, sem saber o que tal ato significa,
aprendemos a ser violentos como mecanismo de defesa de uma sociedade falida,
não financeiramente, mas falida em sua educação, em sua segurança, em seus dizeres
éticos.
Nenhum ato de violência pode ser
justificado, como fim de uma melhoria, cujo poder publico não é capaz de
estabelecer por meio de leis. Em um país democrático deve sempre se acreditar
nos mecanismos da justiça e quando esta não consegue dar uma resposta à altura
da necessidade da população, deve-se cobrar dos governantes por soluções.
Não
apenas tentar resolver com nossas próprias mãos, assim nos tornamos reféns de
um ciclo de tragédias, estabelecidos por uma ação que gera reação e parece quem
nem todos estão preparados para tal consequências.
E
este espetáculo da morte é explorado sem nenhum pudor, com a justificativa de “mostrar”
a realidade, quando na verdade o único intuito é vender jornais e buscar ibope
para televisão. Colocam-se viúvas e órfãos
em matérias que buscam tocar o que nos resta do lado humano, criando “heróis” e
apontando “vilões”, embora fique sempre clara a falta de soluções.
Está
criada uma guerra moral e ética nos país, o governo simplesmente deixa claro
que ou você a favor ou é contra, se excluiu o meio termo do pensamento
racional. As pessoas não podem mais demonstrar seus pensamentos, pois as
chances de serem agredidas pelos meios virtuais são enormes, isto quando a agressão
física não vira realidade.
Em
meio a tanta incompreensão o silencio parece ter se tornado a resposta mais
segura a ser dada. Quando na verdade deveríamos falar e defender nossos pontos
de vista. Independente de agradar ou não a todos que o ouvem ou o leem, mas o
que realmente perturba e deixa muitas pessoas sem sono é o silencio dos
governantes, que se mostram despreparados para lidar com estas novas formas de
expressão.
Ao
contrario, parecem todos adolescentes, tentando impor sua opinião na “força ou
no grito”. Poderia algumas pessoas, se reunirem em uma mesa redonda, para
debaterem, mas a esta altura a mesa já foi desmontada e feita como “escudo e
porrete” para protestar ou se defender.
Afinal,
somos todos animais ou seres racionais?
Pablo Danielli
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