sexta-feira, 17 de abril de 2015

Os segundos

Daquele segundo nada ficou solido, olhares soltos e palavras se perdiam conforme os corpos se tocavam. Tudo era exato e tudo era uma duvida uma interrogação do que vem depois do beijo, do abraço e do sexo.

As fotos nas paredes escondiam o medo quase que como uma mascara, mas ambos sabíamos que a noite muitas vezes não significa o nascer de um novo dia... Às vezes apenas significa mais um fim, de um quase amor.

Assim são as pessoas e assim são os que amam e aqueles que não sentem. Ao cair em outros braços, somos mais duvidas que certezas, mesmo que o tempo mude e o sol saia.

Tudo o que importa é o momento, mesmo que este instante seja liquido e se evapore junto com o suor e toda sujeira nele guardado.
Corpos que se unem para dividir o prazer, para amenizar a dor, fugir da realidade em uma fantasia que dura o tempo necessário do sentir e o esquecer.

O toque não é o mesmo, o olhar não é o mesmo e o coração bate em descompasso com a vida, então aos poucos ao abrir os olhos lentamente, percebe que a entrega não foi do corpo, mas da alma e por alguns segundos se sente completo, alegre e sem amarras com o que te prende ao chão.

Você descobre que a leveza não está no ter, mas sim no ser e no sentir. Ao completar outro corpo, outra alma, na transpiração do desejo, em meio a um mundo cinza e morto, você ilumina e se torna... Vida.
Pablo Danielli

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