segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020


[Vento]

Em certa tarde bucólica
O vento sussurrava algo,
Mas não consegui entender.
Ele arranhava a janela,
Uma, duas, três vezes...
Mesmo com toda sua força,
Eu, em meio a monotonia
Ainda custava a crer.
Então me aproximei da fina e fria camada
De vidro que me separava da realidade.
Tão próximo do mundo
Que meu ouvido, pode sentir seu assoviar.
E o vento, falava.
E não era pura e simples loucura...
Era lembrança tua.
Era, lembrança tua...
Que ele carregava
Entre os traços cinzas da cidade.
E no meio das horas
Observando os prédios,
Escuridão, solidão,
Algumas luzes acessas,
Me perguntava se o vento
Generoso comigo,
Também batia em outras janelas...
Pulsava em mim a duvida
Se outras pessoas também tinham lembrança tua.
Mas não poderia ser,
Não poderia existir desejo igual ao meu.
Mesmo se quisessem
Nenhum corpo pálido veria a luz,
Que tua imagem trazia no cinza do multidão.
Teus defeitos eram minha sina,
Domavam minha imaginação.
Mesmo a distância
O pulsar do vento,
Era lembrança tua...
Em batidas incompletas de um
Coração.

Pablo Danielli

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