4-3-3, 3-5-2, 4-4-2 e mais tantas variações de esquemas táticos que fazem uma salada de números na cabeça do torcedor, avança linhas, baixa linhas, marcação por quadrante, individual, escalação de acordo com o adversário e leitura de jogo.
Isso caro torcedor é apenas uma
amostra de como o futebol, um jogo onze contra onze, se tornou um martírio para
o povo e um prato cheio para mesa de debates que teorizam absolutamente sobre
tudo, sem chegar a respostas nenhuma.
Quando éramos crianças e aprendemos a
dar os primeiros chutes na bola aprendemos o básico sobre o esporte: Fazer o
gol e não tomar nenhum, em meio a isso ganhar dividias e dominar o adversário.
Simples prático e direto!
Mas alguma coisa mudou no meio do
caminho, aquele jogo simples e puro da infância, ficou complexo, caro e com
muitos interesses. O jogo com gols feitos de chinelo, foi substituído por
estádios milionários e ao que parece com o passar do tempo, tudo tem seu preço.
Os clubes que se orgulhavam de ter
seus torcedores nas arquibancadas independente da renda, cor, sexo ou religião.
Hoje não permitem que você assista um jogo sem ser sócio, estão excluindo
justamente o torcedor pobre, aquele que mais do que ninguém se apega ao futebol
para ter alguma alegria ou emoção na vida.
Camisas de clube que chegam a cobrar
R$300,00 e produtos licenciados caros que fazem a paixão do torcedor morrer
lentamente por não ter como se quer, um pai de família comprar uma camisa para
ele e seu filho sem que se vá meio salário mínio. Isso sem citar o preço dos
ingressos, tornando quase impossível a paixão ser passada de pai pra filho aos
fins de semana.
Os clubes cada vez mais se afastam da
periferia para buscar o dinheiro dos grandes centros, paga-se para visitar o estádio,
para visitar o museu, para se dizer torcedor. E se você questionar tais fatos
ainda usam o discurso de ser menos que os outros.
Alguns diriam que futebol hoje só se
faz com dinheiro e que esse é o preço do futuro, o time que quiser conquistar títulos
deve ser estruturado financeiramente. Acho que todos concordamos com isso, mas
excluir justamente quem serviu de suporte para a fundação e crescimento popular
desses clubes talvez não seja a decisão mais correta.
Os clubes não são transparentes e
mesmo aqueles que dizem ser, quando investigados descobre-se as falcatruas. Gastam
milhões com jogadores ruins, “Gestão” de futebol precária, amadorismo e
populismo da hora de justificar os erros que se repetem gestão após gestão.
Usam o clube para benefício próprio, interesses de pequenos grupos, enquanto a
paixão do torcedor é tratada apenas como um negócio.
E justamente esse amadorismo acaba afastando
grandes empresas que pensam duas, três vezes antes associar suas marcas com
alguns clubes. Com o dinheiro dessas empresas
que deveriam bancar o futebol, não tirar do torcedor assalariado que mal tem
para passar o mês. Mas o presidentes dos clubes preferem tirar de quem já não
tem, ao invés de profissionalizar o clube, arrisca-se perder o poder desta
forma.
“Quem vive de futebol, não torce pra
time de futebol”, essa frase já foi dita por algumas pessoas do meio,
justamente pra exemplificar a sujeira que acontece em muitos clubes, pois quem conhece
o meio acaba perdendo o encanto pelo “esporte”. Quando o dinheiro entra em
campo a paixão foge pelas arquibancadas e os torcedores quando cobram os responsáveis,
acabam por ser chamados de falsos, ou estarem torcendo contra o clube ou contra
o “projeto”.
O torcedor hoje é tratado como um número
de conta bancaria, quanto mais se consegue tirar, mais importante é o torcedor.
Mas aquele torcedor esquecido, que muitos clubes não desejam mais a presença,
porque vai fazer um contraste muito grande com os novos estádios, agora é
lembrança de museu, nas fotos descoloridas da época que arquibancadas lotadas
mostravam que o futebol era festa popular, não elitista e de pequenos grupos
que se acham donos dos clubes.
O futebol era simples, complicados
são os esquemas, sendo eles táticos ou não...
Pablo G. R. Danielli
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