A
certeza do errado.
Em
outros tempos, não muito distante desses vividos, existiam formas menos
intensas e rápidas de comunicação. Telefone discado, carta e quando muito
relevante a opinião de uma pessoa, (geralmente especialista) por meio de radio
ou televisão.
Pois
bem, a velocidade da tecnologia nos trouxe comodidades e meios aprimorados de
comunicação. Novos pensadores surgiram, novas formas de diálogos se criaram e
novos verbetes foram agregados ao dicionario.
Em
um espaço curto de tempo a escrita sofreu variações que em décadas e seculos
não havia passado. Porém o pensamento humano não acompanhou esta transformação,
somos boçais ao pensar com um ferramenta de tecnologia de ponta. O resultado
não poderia ser outro, se não o da
completa falta de educação e respeito.
O
teclado se transformou em uma metralhadora capaz de ferir mais gente por
segundo que a guerra é capaz de fazer. A tela do computador é como um capuz
aonde o ser se esconde para destilar ódio, raiva e disseminar criticas sem nenhum fundamento.
Mas
a vida real não reflete a virtual ao menos não a luz do dia, somos cordeiros sem
a tecnologia e lobos ao te-las em nossas mãos. Nunca se teve tantos
especialistas sem diplomas em diversos assuntos como se observa agora, todos são juízes e ninguém gosta se ser julgado.
Tais
fatos apenas mostram um caráter individualista, egoísta e pobre mentalmente do
ser humano que somos, ao final de tudo somos todos animais irracionais. Somos
bons em criticar, julgar e executar sem questionar.
Essa
raiva toda contida e destilada nas teclas, a necessidade constante de estar
certo, de massacrar o desconhecido com uma foto nas redes sócias, sem saber sua
história, sem ter o conhecimento de suas dificuldades, sem ao menos ter a certeza
do que se fala, demonstra um desvio de caráter e uma falta de compreensão do
mundo em que se habita absurda.
O
homem que reza na igreja é o mesmo que agride no estadio de futebol, a mulher
que acaricia seu filho é a mesma que ofende a outra por causa da inveja, o
jovem que aparentemente é um bom filho é o mesmo que usa da violência por não
aceitar a escolha sexual do seu semelhante.
O
tronco, o chicote e a algema apenas trocaram de forma, a faca o revolver e a
corda apenas foram substituídos por uma rede inviável, usada para muitas vezes
proteger o covarde que não tem coragem de faze-lo na vida real, assim o mundo
virtual é um terreno sem lei, sem dono, um faroeste a moda antiga.
São
tantos tipos diferentes de agressores, que a internet foi o único instrumento capaz
de junta-los em um espaço virtual, para se enfrentarem em uma batalha diária de ofensas, irracionalidade e incertezas. Que a conclusão plausível que se pode
obter é que a única certeza que se pode ver, é que todos estão errados.
Pablo
Danielli
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