Toxina
“Alguns
desejos são impossíveis de sentir apenas pelas palavras. É necessário se
permitir viver, desejar e sofrer. Porque o que corre nas veias não pode ser
apenas sangue, mas há de ser... Também amor”.
As
paredes ásperas transpiravam o desejo e se você por acaso, há dois dias
passados me pergunta-se se era amor?
Eu
lhe responderia sem pensar:
Hoje
não, mas amanhã e se o corpo quiser... Poder ser!
Porque
o tempo de ontem, não é o mesmo de hoje e amanhã certamente vai fazer sol.
(Mesmo
que você insista em chorar).
Porque
o corpo não escolhe quando quer sentir, é como uma toxina e você não percebe
que corre nas veias. E quando as pernas tremem, você sente o efeito e cai...
Porque o amor antes de voar, te derruba!
Mesmo
que o silencio dos teus olhos insistam em me falar que não dói e que tua dor é
apenas prazer. Insiste que tocar tua pele e sentir teu suor é lavar a boca com
um pedaço do paraíso.
Teu
gemido é como musica que corta a solidão, à noite e o medo. Que quando chega,
vai embora com todo pudor e direito de perdão. E com todos os nãos possíveis, a
noite traz o dia. Mostrando seu desprezo para com o prazer impossível de se
viver em poucas horas.
As
marcas não são apenas de arranhões e mordidas, são na alma... Que se fazem
lembrar e relembrar, por incontáveis horas. Fantasiando em um mundo particular
os significados das palavras sim, não e mais. Ditos em um momento de total
incompreensão, compreendidos apenas pelo desejo.
Amantes
desejam a carne, poetas as letras e palavras, pessoas cobiçam a rotina, mas
eu... Espero apenas mais uma vez, sentir correr nas veias, em ritmo frenético
esta toxina.
Pablo Danielli
Pablo Danielli
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