quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Solidão

A solidão a pegou de repente,
Surpreendeu por sempre ter amigos,
Mas do nada, ela se viu só.
Faltava-lhe um pedaço,
Não de amizade, mas do vazio de seu coração,
Estava só de seus sentimentos,
Estava só com seus lamentos.
Faltava-lhe o frio na barriga,
O famoso arrepio na espinha,
Ou o puro e simples medo de tentar.
Beijava outras bocas, em vão,
Pois todas pareciam vazias,
Tocava outros corpos, em vão,
Pois nenhum a preenchia,
E assim ela vivia.
Com algo na cabeça,
Com outro alguém por quem,
Seus pulmões enchiam,
Assim do nada, aos poucos ela sofria.
Embora soubesse o que deveria fazer,
Seu medo a impedia de viver,
Pobre ser, escolheu aos poucos morrer.
Pablo Danielli

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