Anacrônico
Aparou
as arestas que a vida insistia em lhe fazer sobrar, forrou o chão com recortes
de lembranças que desejava esquecer, mesmo que isso significasse alguns segundos
de paz.
Respirou
uma, duas, três vezes... Roubando o ar de toda terra para si, mostrando ao
mundo que aquele momento era apenas dela e de mais ninguém. Não haveria
substancia magica ou palavra escrita que a fizesse mudar de ideia, de rumo ou
de sorte.
No
jogo da vida, os dados ao rolarem na mesa, hora davam números pares e em alguns
momentos cambaleavam quase bêbados números impares... Fazendo dar um pouco de
sentido a bagunça quase perfeita, que eram seus romances e sua vida.
Arrastava
seus pés para além da terra de sua imaginação e sonhava com dias anacrônicos,
para ser a gota de cor no meio de uma multidão perfeita com suas vidas feitas de
cristal.
O
que cheirava a velho e antiquado como seus livros, tinham mais valor... Parecia
que cada pagina compunha um pedaço de sua vida, cada passar de mão por capas,
fazia se sentir mais inteira e mais forte. Dentro de seu pensar, além de seus
segredos íntimos, estavam à fonte de toda sua força, escondido quase sufocado
pelo dia a dia, lá aonde não se poderia tocar, estava sua imaginação.
Não
estava pronta para sentir uma vida, com textos de romantismo apelativamente
baratos, desejava o requinte de ser única, o glamour de só ela saber, como é se
sentir de uma forma desesperadamente viva.
Capturar
na retina, a imagem delirante que apenas uma alma capaz de entrar em ebulição pode
sentir. Enquanto algumas buscam o ar de purificação, ela diferentemente,
gostaria de sentir todos os pecados do mundo. E para isso, sabia que além de
viver, é necessário abrir os olhos.
Pablo Danielli
https://www.facebook.com/pages/Pablo-Danielli/135413313230522
Pablo Danielli
https://www.facebook.com/pages/Pablo-Danielli/135413313230522
Nenhum comentário:
Postar um comentário